Exploramos comunidades que desafiam a lógica, vivendo em crateras de vulcões ativos, na cidade mais alta do planeta, em aldeias no topo de penhascos e no frio congelante da Sibéria.
A existência desses assentamentos é um testemunho da incrível resiliência e capacidade de adaptação humana. Conheça a seguir alguns dos lugares mais extremos para se viver no planeta e a engenharia social e estrutural por trás da sobrevivência em cada um deles.
Enquanto a maioria das pessoas busca conforto e segurança, milhares de seres humanos escolheram ou se adaptaram para viver em alguns dos ambientes mais hostis e perigosos da Terra. São comunidades que se estabeleceram na borda de um vulcão ativo, no frio paralisante do Círculo Polar Ártico, ou a uma altitude onde o oxigênio é escasso.
La Rinconada, Peru, a cidade de ouro no topo do mundo
Conhecida como a cidade mais alta do mundo, La Rinconada está localizada nos Andes peruanos, a impressionantes 5.100 metros acima do nível do mar. Construída sobre uma geleira, seus aproximadamente 50.000 habitantes vivem com metade do oxigênio disponível em condições normais. O que atrai as pessoas para um local de frio congelante e estradas perigosas é um metal brilhante: o ouro. Desde a descoberta de ricas minas na região, a população explodiu, mas a infraestrutura não acompanhou. A cidade não possui sistema de saneamento básico ou de coleta de lixo, transformando-se em um enorme lixão a céu aberto. As casas são barracões de metal sem eletricidade ou aquecimento, onde as temperaturas internas raramente superam os 0°C.
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Obra monumental completamente abandonada no Brasil: com 9 mil m² de esqueleto de aço exposto desde 1998, colosso inacabado na Avenida Leste-Oeste virou um esqueleto urbano que domina a paisagem de Londrina há mais de 25 anos
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Com 1,76 milhão de m² de área construída, 500 metros de comprimento, 400 de largura, este megaprojeto é o edifício mais largo do mundo, abriga um parque aquático, hotéis, cinemas e até uma praia artificial sob um céu digital que nunca escurece
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Com 581 metros, prédio mais alto dos EUA superará o One World Trade Center, será o 6º mais alto do planeta e terá 4 torres interligadas
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Com 365 mil m², 1.100 salas e 700 arquitetos envolvidos na construção, o Palácio do Parlamento da Romênia é o segundo maior edifício administrativo do mundo e o mais pesado já construído pela humanidade
Aogashima, Japão, vivendo dentro de um vulcão ativo
A 358 km ao sul de Tóquio, no Mar das Filipinas, fica a ilha de Aogashima. O que a torna única é que toda a ilha é, na verdade, um vulcão ativo de Classe-C, e seus cerca de 160 moradores vivem dentro de uma segunda cratera menor, no centro da principal. A última grande erupção, por volta de 1780, forçou a evacuação total da ilha, mas 50 anos depois, as pessoas retornaram. Hoje, a vida na pequena vila depende da pesca, da agricultura e de recursos limitados. O acesso é restrito a um voo semanal de helicóptero ou a um navio de carga ocasional, tornando este um dos assentamentos mais isolados e potencialmente perigosos do Japão.
As cidades mais frias do mundo, Rússia
Três localidades na Sibéria disputam o título de lugar habitado mais gelado do planeta.
- Yakutsk: com cerca de 300.000 habitantes, enfrenta temperaturas médias de -40°C no inverno, com um recorde de -64°C.
- Oymyakon: este vilarejo de 900 habitantes detém o recorde não oficial de temperatura mais baixa para um local permanentemente habitado: impressionantes -71,2°C. Lá, os canos congelam, a água potável vem de blocos de gelo dos rios e os celulares não funcionam na rua. A dieta é baseada em carne, já que nada cresce no solo congelado.
- Verkhoyansk: com cerca de 1.300 habitantes, esta cidade perto do Círculo Polar Ártico não recebe luz solar durante dezembro e janeiro, e as temperaturas chegam a -50°C.
Atule’er, China, a aldeia no topo do penhasco
Até recentemente, os moradores da aldeia de Atule’er, na província de Sichuan, viviam uma rotina de extremo perigo. Localizada no topo de um penhasco de 800 metros, a única forma de acesso para as 72 famílias era uma perigosa escalada de duas horas por escadas precárias de bambu e cipó. Em 2016, após imagens de crianças fazendo o trajeto arriscado viralizarem, o governo investiu na construção de uma escada de aço segura. No entanto, em 2020, os moradores foram realocados para um conjunto habitacional mais acessível, reconhecendo a insustentabilidade do isolamento extremo.
Ittoqqortoormiit, Groenlândia, isolamento no ártico
Um dos assentamentos mais remotos e inacessíveis do mundo, a vila de Ittoqqortoormiit, na Groenlândia, abriga cerca de 500 pessoas. O nome, no dialeto local, significa “habitantes da grande casa”. A vida é ditada pela natureza: a principal atividade econômica é a caça de ursos polares e baleias, e a pesca. Chegar lá é uma aventura por si só. Durante o inverno, a única forma de acesso é através de múltiplos voos, culminando em uma viagem de helicóptero. No curto verão, o mar se abre para a passagem de barcos e cruzeiros.
Qual dessas comunidades mais te impressionou pela capacidade de adaptação? Você teria coragem de visitar algum desses lugares? Deixe sua opinião nos comentários!