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Do Onix ao Kwid: os motores 3 cilindros que parecem modernos, mas escondem falhas caras e podem condenar o carro cedo demais

Escrito por Noel Budeguer
Publicado em 03/10/2025 às 14:32
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Correia banhada em óleo, bobinas queimadas e coxins estourados: veja os motores 3 cilindros que mais geram prejuízos no Brasil

Nos últimos anos, os motores 3 cilindros viraram febre no Brasil. Vendidos como a solução perfeita para economia e eficiência, eles rapidamente dominaram as ruas.

Mas a realidade mostrou que nem sempre a promessa de baixo consumo e modernidade vinha acompanhada de durabilidade. Muitos desses motores passaram a gerar altos custos de manutenção e problemas graves, mesmo em carros com menos de 50 mil km rodados.

A princípio, tudo parecia ideal: motores compactos, ficha técnica atraente e consumo reduzido. Porém, o tempo revelou defeitos recorrentes, como vibração excessiva, falhas elétricas, desgaste prematuro de peças e até reparos pesados de motor. O resultado foi frustração para os donos e oficinas lotadas.

Se você está pensando em comprar um usado com esse tipo de propulsor, é bom conhecer quais modelos acumulam mais queixas e por que os mecânicos recomendam cautela.

GM 1.0: do sucesso de vendas ao pesadelo da correia banhada em óleo

O motor 1.0 da GM, usado em Onix, Prisma e Tracker, é um dos mais criticados. Tanto na versão aspirada quanto na turbo, ele trouxe um problema inesperado: a correia dentada banhada em óleo.

Na teoria, seria mais durável e silenciosa. Na prática, se desfaz antes da hora e solta resíduos que entopem o pescador da bomba de óleo.

A pressão de lubrificação cai e, se o motorista não notar a tempo, o motor pode simplesmente fundir. Há relatos de proprietários que seguiram todas as revisões e ainda assim tiveram o mesmo prejuízo.

Outro ponto frágil é a bomba de vácuo, feita de baquelite, que não suporta altas temperaturas e compromete o funcionamento do freio. Resultado: um motor popular, mas que exige vigilância extrema.

Ford 1.0 Ti-VCT: o “trimilique” das oficinas

No Ford Ka, o motor 1.0 Ti-VCT ficou famoso pela vibração exagerada. O apelido “trimilique” pegou justamente porque o carro treme tanto que parece desmontar aos poucos.

Essa vibração não é apenas incômoda: provoca falhas no chicote elétrico, desgaste nas bobinas, problemas no corpo de borboleta e até solta polos da bateria. Tudo isso pode acontecer mesmo em carros com baixa quilometragem.

O motor também é sensível ao tipo de óleo. Se não for o específico recomendado pela montadora, algumas peças começam a se desgastar prematuramente. Para muitos proprietários, os custos inesperados tornaram o Ka uma opção inviável.

Fiat Firefly 1.0: confiável no papel, caro na prática

O Firefly 1.0 equipa modelos como Mobi, Argo e Uno. Ele trouxe a corrente de comando como diferencial, mas se revelou menos confiável do que parecia.

Durante manutenções, se o motor for girado no sentido contrário, a corrente pode pular o ponto, exigindo desmontagem completa para correção.

Além disso, a bomba d’água apresenta falhas frequentes, que podem misturar óleo e água, confundindo diagnósticos e levando oficinas a remover o cabeçote sem necessidade.

Os coxins do motor também quebram facilmente e custam caro. Há relatos de proprietários que gastaram mais de R$ 3 mil apenas para resolver esse conjunto de problemas.

Renault SCe 1.0: barulho, óleo e bobinas queimadas

No Kwid, Logan e Sandero, o motor SCe 1.0 acumulou críticas rapidamente. O desgaste do eixo de comando provoca um barulho metálico perceptível mesmo em carros com apenas 30 mil km, dando a impressão de veículo muito mais velho.

Além do ruído, há vazamentos de óleo pela tampa de válvulas e consumo exagerado, obrigando donos a carregarem litros extras no porta-malas. A queima frequente de bobinas, causada pelo excesso de calor na região, completa o pacote de dores de cabeça.

O que deveria ser um motor simples e econômico se transformou em uma fonte constante de surpresas desagradáveis.

PureTech 1.2: a aposta moderna que virou problema

Na Peugeot e na Citroën, o motor PureTech 1.2 parecia o mais avançado entre os 3 cilindros. Equipando modelos como 208, C3 e 2008, ele oferecia leveza e eficiência, mas a tecnologia da correia dentada banhada em óleo foi sua maior armadilha.

Assim como no caso da GM, a correia se desfaz antes do tempo, liberando resíduos que entopem o sistema de lubrificação. Isso causa desgaste acelerado e até funde o motor. O risco é alto mesmo para quem segue a manutenção preventiva à risca.

Outro detalhe é que a troca dessa correia exige técnica específica: as polias variáveis precisam ser descarregadas manualmente. Se o procedimento for mal executado, o carro sai da oficina fora de ponto. Uma falha que pode custar caro.

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Comprar um 3 cilindros usado: atenção redobrada

Levar um carro usado com motor 3 cilindros para casa exige cautela. É importante conversar com quem já teve o modelo, pesquisar relatos em fóruns, assistir vídeos de mecânicos e não se deixar levar apenas pelo consumo baixo.

Economia de verdade é aquela que preserva sua tranquilidade. Afinal, um motor barato de abastecer, mas caro de manter, pode acabar custando muito mais do que você imagina.

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Noel Budeguer

Sou jornalista argentino, vivendo no Rio de Janeiro, especializado em temas militares, tecnologia, energia e geopolítica. Escrevo artigos sobre temas complexos em uma linguagem acessível, mantendo rigor jornalístico e foco no impacto social e econômico

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