1. Início
  2. / Agronegócio
  3. / Do litoral capixaba para a Europa, América do Norte, Oriente Médio e Ásia: Espírito Santo colhe mais de 400 mil toneladas de mamão, fatura R$ 1,2 bilhão por ano e é o maior exportador do Brasil, enviando para mais de 30 países
Localização ES Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Do litoral capixaba para a Europa, América do Norte, Oriente Médio e Ásia: Espírito Santo colhe mais de 400 mil toneladas de mamão, fatura R$ 1,2 bilhão por ano e é o maior exportador do Brasil, enviando para mais de 30 países

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 28/08/2025 às 08:02
Do litoral capixaba para a Europa: Espírito Santo colhe mais de 400 mil toneladas de mamão, fatura R$ 1,2 bilhão por ano e exporta para mais de 30 países
Foto: Do litoral capixaba para a Europa: Espírito Santo colhe mais de 400 mil toneladas de mamão, fatura R$ 1,2 bilhão por ano e exporta para mais de 30 países
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Espírito Santo lidera produção e exportação de mamão no Brasil: 400 mil toneladas colhidas por ano, R$ 1,2 bilhão em faturamento e presença em 30 países.

Poucos imaginam que um dos estados mais pequenos do Brasil em território é também um dos gigantes do agronegócio mundial. O Espírito Santo se consolidou, em 2025, como maior produtor e exportador de mamão do país, colhendo mais de 400 mil toneladas por ano e faturando cerca de R$ 1,2 bilhão com a fruta.

Da região litorânea capixaba, onde o clima é favorável e a tecnologia agrícola avança, partem navios que abastecem países da Europa, América do Norte, Oriente Médio e Ásia. São mais de 30 destinos internacionais que hoje dependem da produção capixaba, transformando o estado em referência global no setor de frutas tropicais.

A força da produção

Segundo a Secretaria de Agricultura do Espírito Santo (Seag), o estado concentra a maior parte da produção nacional de mamão, liderando com folga frente a concorrentes como Bahia e Rio Grande do Norte. Em 2024, a colheita capixaba superou as 426 mil toneladas, consolidando a marca histórica.

A fruta, cultivada principalmente em municípios como Linhares, Sooretama e São Mateus, encontra nas terras férteis e no regime de chuvas controlado o ambiente ideal para se desenvolver. O resultado são frutas maiores, mais doces e com qualidade que atendem aos rígidos padrões do mercado internacional.

O mercado externo em expansão

Em 2025, o Espírito Santo já exportava para mais de 30 países, com destaque para Holanda, Espanha, Portugal, Canadá e Emirados Árabes Unidos. Apenas no primeiro semestre, o estado embarcou cerca de 12,8 mil toneladas, gerando receita de US$ 18,8 milhões, segundo dados do Comex Stat.

A Holanda é o principal hub de distribuição: de lá, o mamão capixaba é redistribuído para toda a Europa, abastecendo supermercados e restaurantes. Essa rota consolidou o Brasil como maior exportador mundial da fruta, e o Espírito Santo é o coração dessa cadeia.

Empregos e impacto social

O setor do mamão é também um dos que mais gera empregos no campo. Estima-se que mais de 30 mil trabalhadores dependam direta ou indiretamente da cadeia produtiva, desde o plantio até o processamento, embalagem e logística.

No norte capixaba, a fruta se tornou motor econômico, garantindo renda a milhares de famílias rurais. Pequenos e médios produtores, organizados em cooperativas, participam da exportação, ampliando os benefícios da cadeia para além das grandes fazendas.

O segredo da qualidade

A competitividade do mamão capixaba não se deve apenas ao clima favorável, mas também à tecnologia agrícola. O uso de irrigação por gotejamento, manejo integrado de pragas e rastreabilidade digital garante que cada lote da fruta chegue ao consumidor europeu com selo de qualidade.

Outro diferencial é o sistema de colheita escalonada, que permite fornecer mamão praticamente o ano inteiro, algo essencial para manter contratos de fornecimento contínuos no mercado externo.

Variedades que conquistaram o mundo

As duas principais variedades exportadas pelo Espírito Santo são o Papaya Formosa e o Papaya Golden. Enquanto o primeiro se destaca pelo tamanho e sabor, o segundo é valorizado pela doçura e praticidade, com frutas menores, ideais para consumo individual.

Essas variedades se adaptaram perfeitamente ao gosto europeu, tornando-se presença cada vez mais frequente nas prateleiras de supermercados na Alemanha, França e Inglaterra.

Concorrência e desafios

Apesar do sucesso, o setor enfrenta desafios. Países como México e Costa Rica também competem no mercado europeu, oferecendo frutas tropicais a preços agressivos. Além disso, o custo logístico continua sendo um gargalo para o Brasil: o transporte até os portos e o frete marítimo representam parcela significativa do custo final.

Outro obstáculo é a necessidade de atender às exigências ambientais e sanitárias da União Europeia, cada vez mais rigorosas. O bloco pressiona por comprovação de sustentabilidade, rastreabilidade e redução da pegada de carbono, o que exige investimentos constantes dos produtores.

O futuro: novos mercados e inovação

O Espírito Santo já estuda expandir a exportação para mercados emergentes da Ásia e África, aproveitando a crescente demanda por frutas tropicais nesses continentes. A China está no radar, e negociações avançam para estabelecer corredores comerciais diretos.

Além disso, pesquisas locais buscam novas variedades de mamão mais resistentes a pragas e com maior tempo de prateleira, ampliando ainda mais a competitividade no mercado global.

Do litoral capixaba para o mundo

O sucesso do mamão capixaba é um exemplo de como o agro brasileiro vai muito além da soja e da carne. Do litoral do Espírito Santo, uma fruta tropical se transformou em protagonista de exportações que geram bilhões, sustentam milhares de famílias e colocam o Brasil no centro da mesa de consumidores internacionais.

Com mais de 400 mil toneladas colhidas por ano, R$ 1,2 bilhão em faturamento e presença em mais de 30 países, o Espírito Santo mostra que planejamento, tecnologia e qualidade podem transformar um produto local em ícone global.

O desafio agora é consolidar essa posição em meio à crescente competição internacional e às novas exigências de sustentabilidade. Se vencer essas barreiras, o mamão capixaba seguirá sendo um cartão de visitas poderoso do Brasil no mundo.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x