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Do interior paulista para as cozinhas do mundo: Brasil exporta mais de 80 mil toneladas de limão só no 1º semestre de 2025 e conquista mercados bilionários na Europa

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 28/08/2025 às 09:05
Do interior paulista para as cozinhas do mundo: Brasil exporta mais de 80 mil toneladas de limão só no 1º semestre de 2025 e conquista mercados bilionários na Europa
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Brasil exporta mais de 80 mil toneladas de limão no 1º semestre de 2025, com São Paulo liderando envios para a Europa e conquistando novos mercados bilionários.

O limão tahiti, fruta indispensável na mesa do brasileiro e cada vez mais valorizada no exterior, virou protagonista de uma história de sucesso no agronegócio nacional. Em 2025, o Brasil atingiu um marco histórico: mais de 80 mil toneladas de limão foram exportadas apenas no primeiro semestre, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O destaque é o estado de São Paulo, responsável por mais de 90% das exportações, consolidando-se como epicentro mundial da produção.

Esses números representam não apenas o vigor do agro, mas também uma mudança de patamar: o limão brasileiro já está presente nas cozinhas e supermercados de dezenas de países, com a Europa como principal destino. O avanço consolida a fruta como um produto bilionário em potencial, ao lado de mangas, uvas, melões e outras estrelas da fruticultura.

São Paulo: o celeiro do limão

São Paulo é hoje a maior região produtora de limão do planeta. Com clima favorável, solo fértil e investimento em tecnologia agrícola, o estado responde pela maior parte dos 80 mil hectares cultivados no Brasil.

Regiões como Itajobi, Catanduva e Limeira transformaram-se em polos exportadores, com lavouras altamente mecanizadas e integradas a cooperativas e grandes empresas.

Em 2025, as exportações paulistas de limão somaram US$ 72 milhões apenas no primeiro semestre. A Europa lidera o consumo, com destaque para Alemanha, Holanda e Reino Unido, onde o limão brasileiro se tornou referência pela qualidade, tamanho e sabor.

O impacto econômico

O setor de limão não é apenas agrícola: é uma cadeia produtiva que movimenta milhares de empregos diretos e indiretos. Desde o plantio até a exportação, o fruto gera renda para trabalhadores rurais, transportadoras, portos e até restaurantes.

De acordo com a Associação Nacional de Exportadores de Frutas (Abrafrutas), o Brasil tem potencial de dobrar a receita com limão até 2030, alcançando US$ 500 milhões anuais, caso amplie acordos comerciais com Ásia e América do Norte.

O limão brasileiro na Europa

Se na caipirinha ele é indispensável, na Europa o limão tahiti virou ingrediente de luxo. Restaurantes estrelados utilizam a fruta em pratos gourmet, coquetéis e sobremesas, enquanto supermercados o vendem como produto premium.

O sabor menos ácido e o tamanho uniforme, resultado do trabalho de seleção genética e manejo agrícola, tornaram o limão brasileiro altamente competitivo frente a países como México e Argentina. Em 2025, o Brasil já domina cerca de 30% das importações europeias de limão verde.

Tecnologia e sustentabilidade no campo

O sucesso do limão paulista não seria possível sem tecnologia. Produtores adotaram irrigação por gotejamento, sensores de solo e colheita mecanizada, aumentando a produtividade e reduzindo custos. Além disso, há forte investimento em certificações internacionais de sustentabilidade, exigidas por grandes redes europeias.

Programas de rastreabilidade permitem acompanhar cada lote da fruta desde o campo até a prateleira do supermercado em Berlim ou Amsterdã. Essa transparência dá ao limão brasileiro uma vantagem competitiva em um mercado cada vez mais exigente.

O desafio da logística

Apesar dos números expressivos, ainda há gargalos. O custo de transporte até os portos, aliado à falta de infraestrutura de armazenamento refrigerado, eleva o preço final do limão no exterior.

Produtores defendem investimentos em corredores logísticos e maior eficiência nos portos para garantir competitividade frente a países concorrentes.

Outro desafio é a sazonalidade: a produção brasileira ainda enfrenta flutuações de preço e oferta, que poderiam ser suavizadas com expansão de áreas irrigadas e contratos de exportação de longo prazo.

A expansão para novos mercados

Se a Europa já é realidade consolidada, os olhos agora estão voltados para Ásia e Oriente Médio. A China e os Emirados Árabes são vistos como mercados estratégicos para os próximos anos, especialmente diante do crescimento da classe média nesses países.

O Brasil já negocia novos acordos fitossanitários para expandir a lista de destinos, e especialistas projetam que, até 2030, o limão tahiti pode estar presente em mais de 60 países, elevando a fruta ao mesmo status global da laranja brasileira.

O símbolo da força da fruticultura brasileira

A história do limão paulista é um retrato da transformação do agro brasileiro. De uma fruta simples, consumida no dia a dia das famílias, nasceu um produto bilionário de exportação, que leva o nome do Brasil para cozinhas, bares e restaurantes de todo o mundo.

Mais do que cifras, o limão representa inovação, geração de empregos e fortalecimento da imagem do país como potência agrícola global. Em 2025, ficou claro que o verde que sai das lavouras paulistas não é apenas da fruta, mas também da esperança de novos negócios e oportunidades para o Brasil.

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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