A Embraer projeta expansão significativa na Ásia-Pacífico com seus jatos E2, destacando demanda futura, presença já consolidada em companhias aéreas e novos pedidos estratégicos que reforçam a competitividade da fabricante brasileira no mercado global.
A Embraer reuniu, em Singapura, representantes de companhias aéreas e executivos do setor para discutir a expansão da aviação regional na Ásia-Pacífico e apresentar soluções da família E-Jets e E-Jets E2.
No encontro, realizado nos dias 6 e 7 de agosto de 2025, a fabricante brasileira destacou a previsão de demanda de 10.500 aeronaves com até 150 assentos no mundo até 2044, das quais 3.390 devem atender a mercados asiáticos, incluindo a China.
O cenário, segundo matéria publicada pelo jornal Diário do Nordeste, reforça a estratégia comercial da empresa no continente, onde cerca de 200 jatos da marca já operam.
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Mercado em aceleração na Ásia-Pacífico
O seminário em Singapura apresentou tendências de tráfego e de perfil do passageiro na região, com ênfase em rotas de conexão entre cidades médias e destinos ainda pouco atendidos.
A Embraer defendeu que aeronaves de até 150 assentos podem ampliar frequências e abrir mercados sem a necessidade de grandes hubs, ao mesmo tempo em que reduzem custos e emissões por assento.
O encontro reuniu empresas aéreas, arrendadores e autoridades de aviação civil da Ásia-Pacífico.
Projeções globais até 2044
Segundo o Market Outlook 2025, divulgado em 12 de junho de 2025, a demanda de 10.500 aeronaves na categoria sub-150 assentos engloba jatos e turboélices e reflete a busca por eficiência operacional e flexibilidade de malha.
A análise regional indica que a Ásia-Pacífico responderá por cerca de 33% do total, o equivalente a 3.390 unidades, participação ancorada pelo crescimento do tráfego doméstico e intrarregional.
Operadores e presença no continente
Na Ásia-Pacífico, os E-Jets somam aproximadamente 200 aeronaves em serviço.
De acordo com materiais apresentados na edição asiática do seminário, 14 companhias aéreas em sete países já selecionaram modelos da família E-Jets e E2, consolidando a presença da fabricante brasileira.
Entre os clientes citados estão a Scoot (Singapura), a All Nippon Airways (ANA) e a Japan Airlines (Japão), a Tianjin Airlines (China), a Alliance Airlines e a Virgin Australia (Austrália).
Pedidos recentes reforçam a expansão
A estratégia comercial na região ganhou impulso com novas encomendas.
Em 25 de fevereiro de 2025, a ANA confirmou a compra de 15 E190-E2 com opção para mais cinco unidades, tornando-se a primeira operadora da família E2 no Japão.
O contrato foi formalizado em junho de 2025, durante o Paris Air Show, com início de entregas previsto para 2028.
A companhia afirmou que os jatos serão usados para fortalecer a conectividade doméstica.
No mercado australiano, a Virgin Australia anunciou, em 12 de agosto de 2024, a aquisição de oito E190-E2 para operações na Austrália Ocidental, com foco no segmento de fretamento e rotas regionais.
A empresa informou que as entregas começarão a partir do segundo semestre de 2025 e que os E2 substituirão parte da frota mais antiga, oferecendo ganhos de eficiência e menor ruído.
A VARA deverá ser a primeira operadora do E2 na Austrália.
Por que os E-Jets E2 ganham terreno
As companhias aéreas da região têm buscado aeronaves que garantam alta eficiência em rotas de menor densidade e que viabilizem aumento de frequências com custos controlados.
A família E2, foco da Embraer na categoria de até 150 assentos, foi apresentada no evento como alternativa para redes que exigem desempenho em pistas curtas, alcance compatível com a malha intrarregional e consumo reduzido de combustível.
A fabricante ressalta que essa combinação permite ajustar a oferta à demanda e ampliar a conectividade entre centros secundários.
Impacto esperado na conectividade
Com a demanda prevista de 3.390 aeronaves na Ásia-Pacífico até 2044, a expectativa é que cresça o número de ligações ponto a ponto em mercados domésticos e transfronteiriços de curta distância.
O papel de jatos de menor porte no aumento de frequências pode contribuir para o desenvolvimento econômico de regiões menos atendidas, além de aliviar gargalos de infraestrutura em aeroportos congestionados.
A leitura apresentada pela Embraer alinha-se à estratégia de redes mistas, combinando narrowbodies maiores e jatos regionais para absorver picos e sazonalidade.
Brasil projeta influência industrial
O avanço comercial na Ásia-Pacífico também reforça a imagem da Embraer como fornecedora global de aeronaves na faixa de até 150 assentos.
O movimento combina pedidos de clientes estabelecidos e novos operadores, além de certificações regionais que ampliam o potencial de vendas dos E190-E2 e E195-E2 em mercados com diferentes requisitos regulatórios.
A empresa sustenta que a maturidade do produto e a base de operadores na região ajudam a acelerar campanhas de vendas e a consolidar o pós-venda local.