Como o DNA surgiu como ferramenta científica promissora
Entre 1944 e 2024, a busca por mais de 40 mil militares americanos desaparecidos no mar impulsionou pesquisas que utilizam DNA ambiental (eDNA) para localizar restos humanos em naufrágios, portanto ampliando métodos investigativos da Agência de Contabilização de POW/MIA (DPAA) e fortalecendo estratégias subaquáticas.
O DNA reúne fragmentos genéticos liberados em água e sedimentos, a técnica permite detectar DNA humano degradado sem escavações imediatas.
Assim, a equipe do Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) iniciou coletas entre 2022 e 2023 em Saipan, no Lago Huron e no Mediterrâneo.
O objetivo foi diferenciar sequências antigas de sequências recentes.
Pesquisas similares existem desde 2008, quando cientistas franceses detectaram a rã-touro invasora por eDNA.
Esse foi o primeiro teste aplicado diretamente a naufrágios militares.
O caso do Avenger abatido na Batalha de Saipan em 1944
Um Grumman TBF Avenger, derrubado durante a Batalha de Saipan em 1944, tornou-se foco do estudo porque dois tripulantes continuam desaparecidos.
O avião incrustado de coral fica em área rasa da lagoa.
O local permitiu a coleta de sedimentos e água por Calvin Mires, arqueólogo marinho do WHOI.
Os pesquisadores identificaram fragmentos curtos de DNA humano.
Os fragmentos sugerem possível presença de restos mortais.
Como as amostras foram coletadas e analisadas
A equipe enfrentou desafios logísticos durante as coletas de 2022 e 2023.
A companhia aérea recusou transporte das amostras com gelo seco.
Entretanto, as amostras foram levadas para Guam e armazenadas adequadamente.
Em seguida, foram enviadas ao Centro de Biotecnologia da Universidade de Wisconsin.
Charles Konsitzke confirmou que a preservação permaneceu adequada.
Entre 2023 e 2024, pesquisadores realizaram sequenciamento metagenômico completo.
Eles separaram fragmentos inferiores a 150 pares de bases.
Esses fragmentos representam DNA antigo, conforme explicou Kirstin Meyer-Kaiser, do WHOI.
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Principais achados e padrões inesperados
Locais de Saipan e Palermo apresentaram alta abundância de fragmentos curtos.
Entretanto, ambientes frios e profundos como o Lago Huron mostraram mais DNA humano antigo nos locais de controle do que nas áreas suspeitas.
A geneticista Elena Irene Zavala, da Universidade de Copenhague, sugeriu que o DNA humano está amplamente disperso no ambiente marinho.
Ela destacou que a preservação é maior em áreas de baixa temperatura.
Padrões microbianos revelaram genes ligados a glicosaminoglicanos.
Essas moléculas são comuns em tecidos animais.
Limitações, necessidade de escavação e próximos passos
Nenhum resto humano apareceu durante o estudo, portanto impossibilitando conclusões definitivas sobre a correspondência entre fragmentos e restos mortais.
Assim, escavações adicionais tornam-se necessárias para confirmar zonas de maior abundância genética.
O relatório entregue em abril de 2024 recomendou intervenções em três pontos, embora a DPAA ainda analise a continuidade.
Enquanto isso, Jesse Stephen, diretor de inovação da DPAA, afirmou que o eDNA funciona como ferramenta investigativa, portanto incapaz de identificar indivíduos, mas útil para priorizar regiões críticas.



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