O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) é uma das obras iniciadas no governo de Lula voltadas para o setor de petróleo, óleo e gás que, até o momento, sequer produziu um barril de petróleo, trazendo, segundo o TCU, enormes prejuízos aos cofres públicos (47 bilhões de reais). A obra está estagnada e estima-se que o valor para terminar, em 2022, seja superior a 33 vezes o que foi orçado na época, chegando a mais de 200 bilhões de reais.
Durante essa quinta-feira, 03 de novembro, o Conselho de Administração da Petrobras se reuniu para determinar o valor que seria pago em dividendos aos seus acionistas, determinado a cota de R$ 3,34 para cada ação preferencial e ordinária, que será dividido em duas parcelas, sendo a primeira paga em dezembro e a segunda em janeiro. O volume distribuído chega a R$ 43,7 bilhões, ou cerca de US$ 8,6 bilhões. Com esse investimento, segundo analistas, o governo poderia terminar obras iniciadas em administrações anteriores, como as de Lula e Dilma, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT), que estagnaram após anos de investimentos sem retorno.
Após o anúncio sobre a distribuição dos dividendos, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Anapetro declaram que entrariam com uma ação administrativa contra a estatal, a Petrobras, ao afirmar que os valores estão elevados e que o total pago pela empresa aos acionistas supera R$ 180 bilhões em curto espaço de tempo, enquanto os investimentos realizados até o mês de junho se mantiveram em R$ 17 bilhões. O elevado preço dos combustíveis e o valor do petróleo Brent no exterior são alguns motivos pela hipervalorização da ações, que apresentam alta de 89% nas últimas 52 semanas, apesar da queda sofrida no começo desta semana após a vitória do ex-presidente petista, Luiz Inácio Lula da Silva.
“Valor pago pela Petrobras em dividendos tornaria possível realizar a compra das refinarias de petróleo como a Rlam e Six e, assim sendo, otimizar a economia do setor de óleo e gás”
Bacelar, coordenador geral da FUP, afirma que os valores pagos em dividendos pela Petrobras permitiriam que a empresa investisse na compra de novas refinarias, que otimizariam o caixa. Mas, em vez disso, realizam expressiva distribuição de lucros. Além disso, o valor distribuído poderia, em partes, terminar o COMPERJ. Afinal, estima-se que para terminar as obras, o valor gasto seria em torno de R$ 220 bilhões.
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A empresa de petróleo anunciou, entretanto, que em caso de endividamento inferior a US$ 65 bilhões, deverá distribuir uma média 60% da diferença entre fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos).
Enquanto isso, o presidente da Anapetro, Mário Dal Zot, mostra-se contra a forma como a estatal divide os seus lucros trimestralmente e critica a sua política aos acionistas, implicando que é justamente devido a esta política que ocorre a redução do patrimônio líquido da empresa.
“A vale está pagando cerca de 11% de dividendos, a Petrobras está na casa de 50%, nenhuma empresa no mundo do porte da Petrobras paga isso de dividendos. A Apple, Google, Microsoft, Starbucks, ninguém paga isso de dividendos, é um absurdo! O petróleo é extraído em real e vendido em dólar e os brasileiros que ganham em real”, afirma Jadson Santos.
A data de corte para o direito às duas parcelas em dividendos ocorre no dia 21 de novembro. Estima-se que a Petrobras pague R$ 3,3489 por ação preferencial e ordinária em circulação, sendo o preço de R$ 1,67445 no dia 20 de dezembro e o restante no dia 19 de janeiro do próximo ano.
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