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Dispositivo bizarro suga CO2 do ar e transforma em combustível! Conheça a tecnologia estranha que promete revolucionar a energia limpa

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 05/11/2024 às 11:58
CO2, combustível
Foto: Reprodução

Inovação bizarra: dispositivo converte CO2 em combustível reutilizável, oferecendo uma solução inusitada para reduzir gases de efeito estufa

Uma nova tecnologia desenvolvida pela startup SpiralWave está ganhando atenção no setor de inovação climática. A empresa apresentou recentemente no evento TechCrunch Disrupt 2024 um dispositivo singular: uma coluna alta e translúcida que utiliza plasma para capturar dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e convertê-lo em metanol verde, um combustível renovável com baixas emissões de carbono.

Como funciona o dispositivo?

O dispositivo utiliza plasma, um estado da matéria frequentemente visto em lâmpadas fluorescentes e televisores antigos, para capturar e transformar o CO2. À medida que o plasma se movimenta pela coluna do dispositivo, ele quebra as moléculas de CO2 presentes no ar.

Segundo o CEO da SpiralWave, Abed Bukhari, cada pulso do plasma atua como um “quebra-molas” molecular, desintegrando o dióxido de carbono em compostos básicos.

Para alcançar essa transformação, o equipamento utiliza três pulsos distintos de micro-ondas, cada um em uma frequência específica. Esse processo inovador resulta na formação de metanol, um tipo de combustível que libera 95% menos carbono em comparação aos combustíveis fósseis tradicionais.

Protótipos e eficiência energética do dispositivo de CO2

Até o momento, a SpiralWave criou dois protótipos do dispositivo. Um deles é o Nanobeam, uma versão menor e mais compacta. O outro é o Microbeam, uma estrutura maior que atinge cerca de dois metros de altura e foi demonstrado publicamente.

Ambos utilizam aproximadamente 10.000 kWh para produzir uma tonelada métrica de metanol, o que pode parecer elevado, porém, com fontes de energia renovável, o impacto ambiental é consideravelmente reduzido.

Com maior concentração de CO2, o dispositivo torna-se ainda mais eficiente. Segundo a SpiralWave, ele pode operar com apenas 7.000 kWh sob essas condições, o que representa uma economia de energia relevante.

No entanto, para produzir combustível de maneira sustentável em larga escala, a SpiralWave precisará otimizar o consumo energético e adaptar-se a novas fontes de energia.

CO2, COMBUSTÍVEL

O sonho de escala gigante

Para Bukhari, o objetivo é ambicioso: construir uma versão gigante do dispositivo, com mais de 90 metros de altura. Essa estrutura teria potencial para remover até uma gigatonelada de CO2 por ano da atmosfera, contribuindo de forma significativa para a luta contra as mudanças climáticas.

Vale lembrar que, para controlar o aquecimento global, cientistas estimam que seja necessário remover cerca de 10 gigatoneladas de CO2 anualmente.

Porém, atingir esse nível de operação é um desafio colossal. A SpiralWave ainda precisa superar questões relacionadas ao fornecimento de energia, aos custos operacionais e, especialmente, ao impacto econômico da produção em larga escala.

Segundo Bukhari, o sucesso desse projeto depende de parcerias estratégicas e de um avanço no desenvolvimento de fontes de energia renovável para suprir a demanda do dispositivo sem prejudicar o meio ambiente.

Considerações sobre o impacto ambiental e a viabilidade

Embora o conceito do dispositivo seja inovador, resta saber se ele poderá realmente fazer diferença em um contexto global. Muitas tecnologias de captura de carbono foram desenvolvidas ao longo dos anos, mas enfrentam dificuldades para se tornarem viáveis em grande escala. A SpiralWave acredita que seu dispositivo pode ser uma exceção, visto que, além de capturar CO2, ele transforma o gás em um combustível utilizável.

Entretanto, críticos apontam que, mesmo com eficiência energética aprimorada, o dispositivo ainda consome uma quantidade considerável de energia para operar. Essa preocupação se agrava quando consideramos que a SpiralWave pretende construir versões maiores, o que exigiria uma infraestrutura de energia substancial para sustentá-las.

Outro ponto importante é que, mesmo com o potencial de remover CO2 da atmosfera, a tecnologia não substitui a necessidade de reduzir emissões de carbono nas fontes. Isso significa que, além de investir em dispositivos de captura, o mundo precisa adotar medidas para evitar a emissão de gases de efeito estufa desde a origem, como em indústrias e sistemas de transporte.

Perspectivas para o Futuro

O dispositivo da SpiralWave exemplifica a inovação crescente no setor de tecnologia climática. A busca por soluções práticas para a crise climática é urgente, e a transformação do CO2 em combustível pode ser uma das alternativas viáveis para diminuir a concentração desse gás na atmosfera.

No entanto, o impacto real de tecnologias como a da SpiralWave só será visível a longo prazo. A tecnologia climática ainda enfrenta desafios para ganhar tração no mercado e alcançar a escala necessária para reduzir significativamente as emissões globais.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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