Cidade mato-grossense movimenta mais de R$ 1 bilhão anualmente com a mineração do ouro, segundo documentário exibido no canal internacional
A cidade de Peixoto de Azevedo, localizada no norte de Mato Grosso, foi destaque no documentário “A Febre do Ouro: Parker Schnabel”, exibido pelo Discovery Channel em março de 2025. O episódio revelou que o município movimenta cerca de 4 toneladas de ouro por ano, o que representa uma receita de aproximadamente US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,14 bilhão na cotação atual), tornando-se um dos principais polos de mineração do país. A produção local chamou a atenção do minerador Parker Schnabel, protagonista da série, que comparou os números da cidade mato-grossense com os de Yukon, no Canadá, onde ele opera.
Histórico e crescimento da mineração do ouro em Peixoto de Azevedo
Segundo a Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto (Coogavep), entidade responsável por regulamentar parte da atividade mineradora na região, cerca de 7 mil garimpeiros atuam de maneira organizada no município. A mineração na região teve início na década de 1970, intensificando-se a partir de 1978, quando os primeiros grandes achados de ouro atraíram milhares de trabalhadores para o norte mato-grossense. Desde então, estima-se que a cidade tenha produzido aproximadamente 250 toneladas de ouro, gerando um valor acumulado superior a US$ 14 bilhões (R$ 80 bilhões), de acordo com um levantamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Geologia e potencial aurífero da região
O potencial aurífero de Peixoto de Azevedo se deve à sua localização na Província Aurífera Alta Floresta, uma formação geológica datada do Paleoproterozoico, período que ocorreu há cerca de 2,5 bilhões de anos. Segundo o Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), essa região contém altas concentrações de ouro devido à atividade vulcânica e processos geotérmicos que facilitaram a formação de jazidas minerais ao longo dos séculos.
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Sustentabilidade e impactos socioeconômicos
A Coogavep implementou medidas para garantir a legalidade da atividade e reduzir impactos ambientais. Parte dos lucros dos garimpeiros com ouro, aproximadamente 0,3% da produção total, é revertida para o financiamento de licenças ambientais e projetos sociais na região. Essas iniciativas incluem a recuperação de áreas degradadas e o incentivo ao reflorestamento.
Além do impacto ambiental, a mineração também gera oportunidades de emprego e impulsiona a economia local. De acordo com a Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração de Mato Grosso, o setor aurífero responde por 30% da economia do município, sendo uma das principais fontes de arrecadação da cidade.