No mês passado, a Vibra começou a fornecer 10% de diesel verde (HVO) para sua frota de caminhões para operações no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro. A Vibra opera a divisão de aviação por meio da BR Aviation, um legado da privatização da BR Distribuidora por meio de um acordo para licenciar a marca original de sua ex-controladora Petrobras.
Segundo a concessionária, 15 veículos serão abastecidos com componentes renováveis, o que reduzirá a emissão de gases de efeito estufa (GEE) em 14 toneladas por ano. Além do HVO, a frota também pedalará com 10% de biodiesel (B10) legalmente exigido.
A iniciativa visa reduzir as emissões de CO2 das atividades da BR Aviation, unidade de negócios da divisão de aviação da Vibra, serviços de reabastecimento de aeronaves e outras atividades.
O diesel verde ou HVO (abreviação de óleo vegetal hidrogenado) é produzido pelo processamento de óleos vegetais e reduz as emissões de dióxido de carbono (CO2) em quase 90% em comparação com o diesel fóssil. Esse percentual equivale ao ciclo de vida de 100 árvores, lembrando que, em média, sete árvores capturam cerca de uma tonelada de CO2 em 20 anos.
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Diesel verde é menos poluente e uma ótima alternativa para os meios sustentáveis
Por ser menos poluente que os combustíveis derivados do petróleo, o diesel verde se difundiu comercialmente como promessa de fonte limpa para modais de transporte de difícil descarbonização, como o de carga. A iniciativa da Vibra é voluntária porque o país ainda não possui regulamentação legal sobre o uso de combustíveis.
Após avaliar a primeira fase do aeroporto do Galeão, a empresa espera expandir sua utilização para outras operações corporativas, visando a incorporação do diesel verde à matriz brasileira de combustíveis.
Com o compromisso de alcançar emissões líquidas zero em suas operações e atividades administrativas até 2025, a Vibra anunciou que será a offtaker da primeira biorrefinaria do Brasil dedicada à produção de HVO. A usina, localizada em Manaus, terá capacidade de produção de 500 mil toneladas de combustível por ano. Segundo o concessionário, a fábrica está estrategicamente localizada e poderá abastecer toda a região norte do país.
Falta de regulamentação
As especificações do diesel verde foram aprovadas pela ANP em março de 2021, mas as discussões sobre a política para incluí-lo nas misturas de diesel ainda estão em andamento em duas frentes. Na Assembleia Nacional, o deputado Ricardo Barros (PP/PR) apresentou projeto de lei em 2021 propondo a obrigatoriedade do uso do diesel verde em 2% a partir de março de 2027 – sem interferir na atual mistura de biodiesel.
Por outro lado, o governo federal incluiu a pauta no programa Combustível do Futuro, que pertence à subcomissão dedicada à política do ciclo diesel. No final do ano passado, o político epbr (serviço exclusivo para assinantes) acessou partes suprimidas do relatório do subcomitê, que defendia uma participação de renováveis no ciclo diesel de até 20%, aumentando a participação de combustíveis fósseis a partir de 2024. A proposta era abrir espaço para o diesel verde e coprocessado da Petrobras dentro do mandato do biodiesel, mas não estabeleceu reservas para nenhuma das rotas.
Vale ressaltar que a indústria do biodiesel resiste a esse tipo de proposta, mesmo com o aumento das misturas – e defende a solução para ambas as tarefas. Eles estão preocupados com o tamanho da Petrobras e da empresa emissora da CBIO.