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PF investiga diamante de 647 quilates em Minas Gerais e pressiona Mineradora

Escrito por Sara Aquino
Publicado em 30/09/2025 às 11:30
Diamante de 647 quilates em Minas Gerais é alvo da PF; investigação apura origem e possíveis irregularidades na mineração.
Foto: IA
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Diamante de 647 quilates em Minas Gerais é alvo da PF; investigação apura origem e possíveis irregularidades na mineração.

A Polícia Federal (PF) realizou buscas em Coromandel e Nova Ponte, no Alto Paranaíba, na última quinta-feira (25/9), como parte da investigação sobre a origem do diamante de 647 quilates — o segundo maior já encontrado no Brasil.

A ação ocorre em meio a suspeitas de furto e desvio da pedra preciosa, que teria sido apresentada pela Diadel Mineração, empresa que afirma ter encontrado a gema em sua área de exploração.

O caso ganhou repercussão nacional por envolver documentos oficiais, suspeitas de irregularidades e o possível envolvimento de figuras conhecidas do mercado de pedras preciosas.

PF investiga a origem do diamante gigante

Segundo informações, os mandados de busca e apreensão da PF tiveram como alvos residências em Coromandel e Nova Ponte.

Em uma das casas, o investigado seria um intermediário conhecido no comércio de gemas, suspeito de participar do desvio do diamante de 647 quilates.

O ponto central da apuração é definir se a pedra foi, de fato, extraída do Rio Douradinho, em Coromandel, como afirma a Diadel Mineração, ou se teria vindo do Rio Araguari, em área pertencente à Carbono Mineração, em Araguari, no Triângulo Mineiro.

Diadel Mineração se defende das acusações

A Diadel Mineração, pela primeira vez, se pronunciou publicamente sobre o caso. Em nota assinada pelo sócio-administrador Carlos César Manhas, a empresa repudiou as acusações e declarou que “é absolutamente inverídica e infundada qualquer alegação de que o diamante teria sido furtado de outro local”.

A companhia afirma ainda que representantes da Agência Nacional de Mineração (ANM) teriam acompanhado a descoberta no local, atestando a legalidade da extração.

No entanto, a própria ANM não confirmou a presença de fiscais no dia informado, destacando que a última vistoria oficial ocorreu meses antes, em maio.

O papel da Agência Nacional de Mineração

A ANM, responsável por regulamentar e fiscalizar a atividade mineral, esclareceu que os processos ligados ao Certificado do Processo Kimberley (CPK) são sigilosos.

Esse documento é essencial para permitir a exportação de diamantes e evitar a circulação de gemas ilegais no mercado internacional.

O diamante em questão foi apreendido em 27 de agosto, exatamente no dia em que receberia o lacre do CPK. A agência também ressaltou que segue estritamente a legislação vigente, assegurando transparência dentro dos limites legais.

Documentos e provas em análise

Entre as provas solicitadas pela PF estão registros de pesagem, notas fiscais de exportação e imagens oficiais da gema.

Essas fotografias contêm metadados — como data, horário e até coordenadas de GPS — que podem confirmar se o diamante foi realmente extraído no local informado.

Metade do prazo dado para a Diadel apresentar os documentos já se esgotou. Para os investigadores, essas informações podem ser decisivas para esclarecer se houve tentativa de “esquentar” a pedra preciosa.

Negociação suspeita e preço abaixo do mercado

A polêmica aumentou quando vídeos e fotos do diamante de 647 quilates começaram a circular nas redes sociais.

Em algumas imagens, o comerciante Oswaldo Borges da Costa Netto, conhecido como Wado Borges, aparece ostentando a pedra dentro de um avião.

Fontes do setor revelaram que representantes de compradores da Antuérpia, na Bélgica, estavam no Brasil negociando o diamante.

O valor estimado da transação, entre R$ 16 milhões e R$ 18 milhões, gerou desconfiança, já que especialistas avaliam que a gema poderia alcançar até R$ 50 milhões em leilões internacionais.

Histórico da mineradora e do setor em Minas Gerais

Fundada em 2004, a Diadel Mineração possui histórico de atuação em Coromandel, uma das regiões mais ricas em diamantes de Minas Gerais.

Seu sócio, Carlos César Manhas, já teve passagens anteriores por investigações da PF envolvendo comércio irregular de pedras preciosas, embora mantenha hoje posição consolidada no setor.

O episódio reacende debates sobre fiscalização, transparência e as fragilidades na exploração de recursos minerais no Brasil, especialmente em Minas Gerais, onde a atividade garimpeira movimenta fortunas, mas também desperta suspeitas de irregularidades.

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Sara Aquino

Farmacêutica Generalista e Redatora. Escrevo sobre Empregos, Cursos, Ciência, Tecnologia e Energia, Geopolítoca, Econômia. Apaixonada por leitura e escrita.

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