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Devido à grande crise que a Argentina está passando, o Brasil está exportando mais para o Oriente Médio do que para o país vizinho, pois o mesmo não tem poder de compra 

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 23/01/2023 às 23:26
Devido à grande crise que a Argentina está passando, o Brasil está exportando mais para o Oriente Médio do que para o país vizinho, pois o mesmo não tem poder de compra
Devido à grande crise que a Argentina está passando, o Brasil está exportando mais para o Oriente Médio do que para o país vizinho, pois o mesmo não tem poder de compra (Foto/divulgação)

Nos anos 2000, aproximadamente 59% dos produtos que o Brasil vendeu para o mundo foram produtos manufaturados pelas indústrias. De tal forma, em duas décadas a participação caiu em 28%, principalmente no ano de 2022. Isso tudo, conforme os dados da (AEB) Associação Exterior do Brasil. 

Desse modo, soja, milho, carne, minério de ferro e petróleo responderam com a metade de tudo que o Brasil embarcou para o mundo no ano de 2022. Essa mudança foi a pauta de exportações, essa pauta gerou uma lista dos principais destinos que o Brasil exporta. A princípio, atualmente o Brasil está vendendo mais para o Oriente Médio do que para a Argentina que é o país vizinho. 

Essa inversão é o reflexo do avanço commodities em relação ao comércio brasileiro com a comunidade internacional. Contudo, a Argentina está sendo o principal destino que possui bens manufaturados que são produzidos por indústrias do Brasil, principalmente as indústrias automotivas. O Oriente Médio compra 17% em carnes/aves sendo que 5% é em carne bovina, 16% de milho, 14% de minério de ferro, 11% soja e 10% açúcar.

Dólar x Polêmica Moeda Comum

Sim, uma das principais razões para o Brasil está exportando mais para o Oriente Médio do que para a Argentina é devido à crise que o país está sofrendo a algum tempo. Essa estatística foi avaliada por José Augusto de Castro, atual presidente executivo da AEB. Casto diz ”A Argentina tem um problema sério de falta de dólares”.

Ele está se referindo ao nível super baixo de reservas cambiais, que atualmente conta com US $42,9 bilhões. Em comparação com o Brasil, que está somando mais de US $324,7 bilhões em reservas internacionais, a Argentina está com o valor bem abaixo. Portanto, para evitar que haja saída de dólar, o governo da Argentina impõe restrições às importações e isso afeta todos os parceiros comerciais. 

De tal forma, para poder aumentar o fluxo do comércio entre os dois países, a única saída era transacionar em uma moeda que não seria dólar. Essa ideia partiu de Fernando Haddad e Daniel Scioli, embaixador argentino em uma reunião em Brasília. Isso gerou um pouco de ruído, pois ao sair da reunião Daniel falou sobre a possibilidade de criação de uma moeda comum Mercosul. Porém, dias depois, ao ser questionado sobre essa nova moeda, Fernando Haddad não quis esclarecer a ideia da nova moeda. Veja o que o presidente da Eurásia diz sobre o Brasil.

Contudo, é importante lembrar que o recorde de exportações é para o Oriente Médio e o aumento dos embarques do Brasil para o Oriente Médio está sendo o retrato da primarização que está em pauta em relação às exportações brasileiras. Por fim, saiba que nos últimos anos o Brasil tem vendido mais produtos básicos, com baixo nível de diferenciação.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 2.300 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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