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Conheça os destróieres que Trump mandou para a costa da Venezuela: poder de fogo, helicópteros e capacidade de guerra total

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 19/08/2025 às 18:17
destróieres, Venezuela, Trump
Foto: Reprodução
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Três destróieres da Marinha dos Estados Unidos foram enviados para a costa da Venezuela sob ordens de Donald Trump. Equipados com o avançado sistema Aegis, helicópteros Seahawk e mísseis Tomahawk, eles representam uma das maiores demonstrações de força naval da região nos últimos anos

A decisão do presidente Donald Trump de enviar navios de guerra para a costa da Venezuela marcou um novo capítulo na relação tensa entre Washington e Caracas.

O governo americano justificou a medida como parte de uma ofensiva contra cartéis de drogas latino-americanos, classificados como organizações terroristas globais.

Dentro desse esforço, três destróieres da classe Arleigh Burke ganharam destaque: o USS Gravely (DDG-107), o USS Jason Dunham (DDG-109) e o USS Sampson (DDG-102).

Modernos, pesadamente armados e equipados com o sistema Aegis, eles simbolizam a capacidade dos Estados Unidos de projetar poder naval em qualquer ponto do mundo.

A operação planejada por Trump

Fontes ligadas ao Departamento de Defesa afirmaram que os três navios chegariam à costa venezuelana em até 36 horas, como parte de uma missão com duração prevista de meses.

Ao todo, cerca de 4.000 marinheiros e fuzileiros navais seriam mobilizados, incluindo aeronaves de vigilância P-8, navios adicionais e pelo menos um submarino de ataque.

O objetivo declarado era combater as atividades de cartéis como o Cartel de Sinaloa, no México, e o grupo venezuelano Tren de Aragua, ambos classificados pelo governo Trump como organizações terroristas.

Para a Casa Branca, a repressão ao narcotráfico estava diretamente ligada ao controle da migração e à proteção da fronteira sul dos Estados Unidos.

Os navios não apenas serviriam como plataformas de inteligência e vigilância, mas também poderiam, caso fosse autorizado, lançar ataques cirúrgicos contra alvos específicos.

Isso deixou clara a natureza flexível da operação: tanto dissuasão quanto ação direta estavam na mesa.

Reação da Venezuela

O presidente Nicolás Maduro reagiu com dureza ao anúncio.

Sem citar diretamente os navios de guerra, afirmou em discurso que o país “defenderá nossos mares, nossos céus e nossas terras”. Ele chamou a movimentação de “ameaça absurda de um império em declínio”.

Caracas não respondeu oficialmente a pedidos de comentário, mas a retórica de Maduro seguiu a linha já conhecida: apresentar a presença militar americana como ingerência externa e tentativa de intimidação.

O poder da classe Arleigh Burke

Os três navios enviados — Gravely, Jason Dunham e Sampson — pertencem à classe Arleigh Burke, espinha dorsal da frota de destróieres da Marinha dos EUA.

  • Deslocamento: cerca de 9.200 toneladas.
  • Propulsão: quatro turbinas a gás, permitindo velocidades superiores a 30 nós.
  • Tripulação: aproximadamente 300 oficiais e marinheiros.
  • Armamentos:
    • Mísseis Tomahawk para ataque terrestre.
    • Standard Missile (SM-2, SM-3, SM-6) para defesa antiaérea e antimíssil.
    • Mísseis ASROC para guerra antissubmarino.
    • Canhão de 127 mm, metralhadoras e sistema de defesa próxima Phalanx CIWS.
    • Capacidade de operar helicópteros MH-60R Seahawk.

O que os diferencia é o sistema Aegis, um complexo de radares e computadores capaz de rastrear centenas de alvos simultaneamente e coordenar defesas antimísseis. Esse sistema coloca os destróieres no centro da estratégia naval americana.

USS Gravely (DDG-107)

Comissionado em 2010, o USS Gravely homenageia o almirante Samuel L. Gravely Jr., pioneiro afro-americano na Marinha dos EUA, que quebrou barreiras ao assumir comando de navio, esquadrão e frota.

Baseado em Norfolk, na Virgínia, o navio já participou de patrulhas no Mediterrâneo, no Mar Negro e em operações contra pirataria.

Sua presença na missão da Venezuela reforçava o simbolismo: um navio que carrega a memória de superação agora projetando poder em uma das regiões mais tensas do continente.

USS Jason Dunham (DDG-109)

Também comissionado em 2010, o USS Jason Dunham leva o nome de um herói moderno. O cabo Jason Dunham recebeu postumamente a Medalha de Honra após sacrificar a própria vida no Iraque em 2004, ao se lançar sobre uma granada para proteger seus companheiros.

O destróier opera igualmente a partir de Norfolk. Seu histórico inclui missões no Mediterrâneo, no Golfo Pérsico e no Mar Vermelho.

Em 2016, esteve envolvido em ações após disparos de mísseis houthis contra navios no Oriente Médio.

Na costa da Venezuela, seu papel seria atuar como parte do escudo marítimo, pronto para missões tanto de vigilância quanto de combate, se fosse necessário.

USS Sampson (DDG-102)

Mais antigo dos três, o USS Sampson entrou em serviço em 2007. Recebeu o nome do contra-almirante William T. Sampson, que liderou a esquadra americana na vitória sobre a frota espanhola em Cuba, em 1898.

Baseado em Everett, no estado de Washington, é normalmente empregado em operações no Pacífico.

Ganhou notoriedade por ter participado das buscas pelo voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido em 2014, e por operações humanitárias em Fiji após o ciclone Winston, em 2016.

Sua presença no Caribe mostrava a flexibilidade da Marinha em deslocar unidades de diferentes comandos para reforçar áreas de interesse estratégico.

Contexto político e estratégico

Trump fez da repressão aos cartéis um dos eixos de sua política de segurança.

Ao classificá-los como organizações terroristas globais, criou base legal para o uso de meios militares além das fronteiras.

A presença de destróieres modernos perto da Venezuela tinha múltiplas mensagens:

  1. Para os cartéis, a demonstração de que os EUA usariam sua força naval para restringir operações no Caribe.
  2. Para a Venezuela, a pressão política e militar contra o governo Maduro, acusado por Washington de permitir ou até favorecer a atuação de grupos criminosos.
  3. Para aliados regionais, um recado de comprometimento com a segurança hemisférica.

O uso da Marinha em uma missão dessa natureza não era inédito, mas chamou atenção pela escala e pela ênfase em meios de alto valor estratégico.

Recursos adicionais na operação

Além dos três destróieres, a operação envolve:

  • Aviões de patrulha marítima P-8 Poseidon, especializados em vigilância de longo alcance.
  • Um submarino de ataque, cujo tipo não foi revelado, capaz de lançar mísseis e realizar operações secretas.
  • Outros navios de guerra, compondo uma força flexível e adaptada a missões variadas.

Esse conjunto permitia vigiar rotas de tráfico, coletar informações de inteligência e estar preparado para uma escalada militar, caso fosse decidida pela Casa Branca.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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