O designer Joe Doucet apresentou sua turbina Airiva, um sistema modular de energia eólica concebido para se integrar visualmente em ambientes urbanos.
Atualmente em fase de protótipo, o Airiva possui pás verticais de dois metros de altura, com um design helicoidal escultural, diferenciando-se das tradicionais hélices de grandes turbinas eólicas.
De acordo com uma matéria do portal de notícias Dezeen, essas lâminas criam um movimento fluido e hipnotizante quando giram, o que é essencial para Joe Doucet.
Ele acredita que esse design torna os sistemas desejáveis para edifícios, campi e estradas. Segundo o criador da novidade, “o design elevado desempenha um papel significativo na adoção e integração da arquitetura e infraestrutura das nossas paisagens urbanas e suburbanas, trazendo a energia limpa para mais perto de onde vivemos e trabalhamos”.
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A Airiva representa uma forma de geração distribuída de energia, que ocorre em locais menores como telhados e jardins, beneficiando diretamente os proprietários dos imóveis e a comunidade local.
Defensores dessa abordagem argumentam que há menos perdas de energia quando ela é utilizada localmente e que esses sistemas proporcionam maior resiliência contra interrupções na rede elétrica.
O sistema Airiva é modular e escalável, com quatro lâminas em “segmentos de parede” quadrados que podem ser unidos para formar uma unidade de comprimento praticamente infinito.
“O sistema de energia eólica Airiva complementa e coexiste com outros sistemas de energia renovável, ampliando as aplicações para energia eólica distribuída”, disse o designer ao site citado.
Joe Doucet criou a primeira versão do Airiva em 2021, após perceber a falta de produtos de energia distribuída com atenção à estética.
O projeto, inicialmente chamado de Wind Turbine Wall, gerou bastante interesse online, levando Joe Doucet a lançar o Airiva em parceria com Jeff Stone, um veterano da indústria de tecnologia.
O formato perfeito da turina eólica
O formato helicoidal das lâminas emergiu como o mais eficiente após a avaliação de 16 conceitos e testes em túneis de vento.
Embora as turbinas não sejam tão potentes quanto as industriais, cada segmento de parede com quatro turbinas pode gerar 1.100 quilowatts-hora por ano, conforme os testes iniciais.
Para suprir a demanda de energia de uma residência média nos Estados Unidos, seriam necessários dez segmentos, ou 40 turbinas.
Energia complementar
A Airiva foi projetada para complementar outras fontes de energia, como a eletricidade da rede. A empresa espera que seus sistemas contribuam significativamente para as necessidades energéticas de edifícios urbanos, visando, principalmente, o mercado comercial, incluindo edifícios e campi, instalações municipais, aeroportos, e zonas costeiras.
Os segmentos do Airiva são feitos de alumínio com pás de plástico moldado por injeção, e a empresa pretende usar 80% de materiais reciclados na fabricação.
Um protótipo em escala real, composto por dois segmentos de parede com quatro turbinas cada, será testado ainda este ano.
A empresa planeja iniciar pilotos com clientes no segundo semestre de 2024, com o objetivo de receber os primeiros pedidos em 2025.
Outros projetos similares incluem o poste de luz eólico Papilio e a turbina multidirecional O-Wind, vencedora do Prêmio James Dyson de 2018.