União de três grandes empresas do ramo promove desenvolvimento de robô RCVD, criado para medir os níveis de radiação de Cherenkov nos tanques de combustíveis nucleares.
Em breve, um robô autônomo flutuante poderá desempenhar um papel crucial na perícia de combustível nuclear usado em todo o mundo. O robô, batizado de Robotized Cherenkov Viewing Device (RCVD), teve sua gênese através de uma colaboração entre os dados da agência científica nacional australiana CSIRO (Organização de Ciência e Pesquisa Industrial da Commonwealth), a Datastart, empresa húngara de robótica, e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Tal projeto visa medir os níveis de radiação nos tanques onde há combustíveis nucleares.
Cherenkov, combustíveis nucleares e produção: robô RCVD irá detalhar mais as análises e promover mais segurança aos funcionários
O robô, executado através do software de habilitação de autonomia projetado pelo Data61 (braço especializado digital) da CSIRO, navega de forma autônoma por um tanque de armazenamento de combustível nuclear enquanto atualizada um mapa em tempo real com imagens e dados da radiação de Cherenkov dos conjuntos de combustível.
Conforme explicado na declaração da AIEA, a radiação de Cherenkov é uma forma de energia observável como um brilho azul gerado através dos elétrons e prótons.
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Dessa forma, se movendo mais rápido do que a velocidade da luz em um meio específico. Este fenômeno recebeu o nome do cientista russo Pavel Cherenkov, no qual foi vencedor do Prêmio Nobel da Física em 1958.
O RCVD analisa a posição de cada conjunto e a assinatura exclusiva que cada um tem para detectar se o combustível foi removido ou substituído.
As informações coletadas são comunicadas diretamente para a equipe que trabalha na inspeção. Dessa forma, as condições de trabalho nas instalações nucleares mais seguras para os funcionários.
A segurança na operação é um fator importante
Um protótipo do robô concluiu um teste bem-sucedido em uma usina nuclear em operação na América do Sul.
O protótipo do RCVD navegou em um tanque de combustível usado e forneceu aos inspetores dados, em tempo real, no qual podem ser usados para verificação de salvaguardas.
O protótipo continuará em fase de testes, mas com planos para que o dispositivo seja equipado com visão computacional para aumentar a autonomia na próxima fase de desenvolvimento.
“O teste demonstra que os robôs autônomos poderão em breve ajudar na medição e análise de campo do combustível nuclear irradiado. Proporcionando maior proteção aos trabalhadores. Os inspetores atualmente operam acima do reservatório em uma plataforma suspensa, as vezes com calor de 40 graus Celsius. Usando um dispositivo portátil para identificar centenas de barras de combustível nuclear usadas. Sendo assim, essa nova tecnologia removerá os seres humanos do caminho do perigo e garantirá que o valor de inspeções de segurança corresponda à dos materiais nucleares”, disse Rosie Attwell, a gerente do programa técnico da CSIRO.
Já o Especialista em Prospecção de Tecnologia da AIEA, Dimitri Finker, afirmou que o uso de um sistema autônomo reduzirá a dificuldade de realizar verificações em campo para profissional que está à frente da instalação e para a agência.
“Também melhora significativamente a qualidade dos dados coletados. O instrumento pode ser posicionado de maneira ideal perto do combustível, levando a medições mais consistentes e precisas”, afirmou ele.
No momento, os inspetores de segurança precisam usar um pequeno instrumento óptico portátil chamado de Dispositivo de Visualização de Cherenkov Aprimorado (ICVD).
Ele fica suspenso acima de uma piscina de combustível nuclear e examina, manualmente, por uma lente. O robô RCVD irá facilitar e proteger os funcionários da radiação emitida dos armazenamentos.