Taxa de desemprego atinge maior nível desde 2021
No primeiro trimestre de 2025, a Argentina registrou uma taxa de desemprego de 7,9%.
Os dados foram divulgados em 19 de junho pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
Esse índice representa um aumento de 1,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, que estava em 6,4%.
O número é o mais elevado desde o terceiro trimestre de 2021, quando a taxa chegou a 8,2%.
Em comparação anual, houve um acréscimo de 0,2 ponto percentual, pois no mesmo período de 2024 a taxa era de 7,7%.
Em números absolutos, o país contabiliza 1,136 milhão de pessoas desempregadas.
Isso representa um aumento de 199 mil pessoas em comparação ao trimestre anterior.
A população ocupada soma 13,3 milhões de pessoas.
Desse total, 9,6 milhões, ou 73%, são trabalhadores assalariados.
A taxa de emprego caiu para 44,4%, contra 45,7% no trimestre anterior.
A taxa de participação da força de trabalho diminuiu para 48,2%, ante 48,8%.
Redução de empregos formais e crescimento do trabalho autônomo
A elevação do desemprego ocorre em um contexto de reestruturação econômica promovida pelo presidente Javier Milei.
Ele assumiu o cargo no final de 2023.
Desde então, foram eliminados mais de 210 mil empregos formais registrados no país.
Essa tendência reflete uma deterioração do mercado de trabalho.
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Setores essenciais para a geração de emprego, como a construção civil e a indústria, sofreram retrações significativas.
Entre o final de 2024 e março de 2025, a construção perdeu 81.871 vagas.
A indústria manufatureira registrou uma redução de 25.510 postos de trabalho.
Em contrapartida, o número de trabalhadores autônomos aumentou para 3,6 milhões.
Isso representa um acréscimo de aproximadamente 100 mil pessoas em relação ao último trimestre de 2024.
Esse crescimento indica uma tendência de informalização e precarização do trabalho.
Muitos recorrem ao trabalho autônomo diante da escassez de empregos formais.
Impacto das políticas de ajuste fiscal no mercado de trabalho
As políticas de ajuste fiscal do governo de Javier Milei incluem cortes de gastos públicos e redução do tamanho do Estado.
Essas medidas têm impactado diretamente o mercado de trabalho argentino.
O setor da administração pública foi o mais afetado, com a eliminação de 130.102 postos de trabalho.
Além disso, os setores de serviços de transporte e armazenamento também sofreram perdas significativas.
Esses setores perderam 53.672 empregos ao longo do período analisado.
Apesar dessas medidas, a economia argentina apresentou um crescimento de 0,8% no primeiro trimestre de 2025.
Esse crescimento refere-se à comparação com os três meses anteriores.
O desempenho ficou abaixo das estimativas, que previam um crescimento de 1,5%.
O resultado foi influenciado pelo aumento das importações e pela queda nas exportações e nos gastos do governo.
Projeções para o mercado de trabalho argentino
Economistas consultados pelo Banco Central da Argentina, portanto, projetam uma redução na taxa de desemprego para 6,5% até o final de 2025.
Além disso, eles estimam uma recuperação do Produto Interno Bruto (PIB), que poderá alcançar 5,2% no mesmo período.
Consequentemente, essas previsões levam em conta uma possível estabilização econômica que, por sua vez, influenciará outros indicadores.
Assim, os dados apontam para uma retomada gradual, embora cautelosa, do mercado de trabalho argentino.
Entretanto, os dados atuais indicam que o modelo de ajuste fiscal está aprofundando as desigualdades sociais.
Além disso, fragiliza o tecido produtivo e social do país.
A crescente informalização do trabalho e a redução dos empregos formais refletem as mudanças em curso na economia argentina.
Em resumo, a Argentina enfrenta desafios significativos no mercado de trabalho.
O aumento do desemprego e as transformações na estrutura de emprego mostram os impactos das reformas econômicas do governo.
Acompanhar a evolução desses indicadores será fundamental para entender os rumos da economia argentina nos próximos meses.