1. Início
  2. / Economia
  3. / Desemprego zero no Brasil? dono de construtora diz que falta mão de obra e não vagas: ‘quem quer trabalhar, trabalha’
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 4 comentários

Desemprego zero no Brasil? dono de construtora diz que falta mão de obra e não vagas: ‘quem quer trabalhar, trabalha’

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 26/07/2025 às 16:32
Mercado imobiliário de luxo em São Paulo cresce, mas enfrenta falta de mão de obra qualificada; construtoras investem em formação profissional.
Mercado imobiliário de luxo em São Paulo cresce, mas enfrenta falta de mão de obra qualificada; construtoras investem em formação profissional.
  • Reação
  • Reação
  • Reação
5 pessoas reagiram a isso.
Reagir ao artigo

Mercado imobiliário em São Paulo enfrenta uma escassez crescente de mão de obra qualificada, impactando o ritmo das obras e obrigando construtoras a investirem em capacitação e parcerias para preencher vagas essenciais.

A construção civil no Brasil, especialmente em São Paulo, enfrenta uma situação paradoxal: ao mesmo tempo em que milhares buscam colocação no mercado, construtoras de grande porte relatam uma intensa falta de mão de obra qualificada, principalmente para funções técnicas.

Esse cenário foi detalhado por Adalberto Bueno Netto, à frente da construtora Bueno Netto, durante entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo.

Segundo Bueno Netto, hoje a falta de profissionais é o principal gargalo do setor.

“O Brasil está com desemprego zero para quem quer trabalhar. Tem muitas oportunidades, os salários subiram muito na construção civil. Quem quer trabalhar, trabalha”, afirmou o empresário ao jornal, ressaltando a dificuldade crescente de preencher vagas em grandes canteiros de obras.

Falta de mão de obra qualificada prejudica setor da construção

A escassez de trabalhadores especializados — como carpinteiros, pintores, azulejistas e pedreiros — tem sido recorrente em empresas de todos os portes.

Dados recentes da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontam que, apenas no último ano, foram criados mais de 150 mil novos postos de trabalho no segmento.

Adalberto Bueno Netto, líder da construtora Bueno Netto. Para ele, hoje a falta de profissionais é o principal gargalo do setor de construção civil. (Imagem: divulgação)
Adalberto Bueno Netto, líder da construtora Bueno Netto. Para ele, hoje a falta de profissionais é o principal gargalo do setor de construção civil. (Imagem: divulgação)

Mesmo assim, diversas vagas permanecem abertas por falta de profissionais capacitados, realidade que, segundo Bueno Netto, já afeta prazos e custos dos empreendimentos.

Para minimizar o déficit de mão de obra, a Bueno Netto firmou parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e lançou cursos profissionalizantes voltados a moradores de Paraisópolis, uma das maiores comunidades de São Paulo.

O objetivo é não só suprir a carência de profissionais, mas também oferecer inclusão produtiva e social, promovendo a qualificação de novos trabalhadores diretamente no entorno dos projetos.

Investimento em formação é alternativa para preencher vagas

No ambicioso projeto Parque Global, conduzido pela Bueno Netto nas margens da Marginal Pinheiros, o impacto da falta de mão de obra se tornou um desafio cotidiano.

Com cinco torres residenciais, hospital, centro de inovação, shopping e espaços comerciais em construção, o empreendimento depende do recrutamento e treinamento constantes de trabalhadores qualificados.

O empresário contou à Folha que cursos mensais para funções como carpintaria e pintura já são realizados, e que novas frentes para a formação de azulejistas, inclusive para mulheres, estão em expansão.

Além disso, o Instituto Bueno Netto foi criado para atuar como núcleo permanente de capacitação, tanto para funcionários da construtora quanto para moradores da região.

Esse movimento reflete uma tendência crescente no setor: empresas investem cada vez mais em formação interna diante da dificuldade de encontrar profissionais prontos no mercado.

Construção civil vive cenário de desemprego zero para mão de obra

Em contraste com outros setores, a construção civil mantém o ritmo de contratações acima da média nacional.

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego geral no Brasil atingiu o menor patamar desde 2015, chegando a 7,1% no segundo trimestre de 2025.

No entanto, o segmento da construção oferece ainda mais oportunidades, e quem deseja ingressar nesse mercado encontra uma oferta constante de vagas.

Mercado imobiliário de luxo em São Paulo cresce, mas enfrenta falta de mão de obra qualificada; construtoras investem em formação profissional.
Mercado imobiliário de luxo em São Paulo cresce, mas enfrenta falta de mão de obra qualificada; construtoras investem em formação profissional.

A valorização dos salários e o aumento dos investimentos em grandes projetos imobiliários, como o Parque Global, reforçam o cenário de “desemprego zero” para trabalhadores dispostos a se qualificar.

Ainda assim, a resistência dos jovens a carreiras tradicionais e a falta de formação técnica dificultam a ocupação total das vagas disponíveis.

Capacitação é vista como caminho para avanço do setor

Lideranças do setor imobiliário e especialistas apontam que a solução para a falta de mão de obra passa necessariamente pelo investimento contínuo em educação técnica e valorização das carreiras.

Escolas próprias, parcerias com entidades de ensino e inclusão de novas frentes de capacitação têm sido estratégias adotadas para manter o avanço de obras e evitar atrasos ou custos adicionais.

A reportagem original publicada pela Folha de S. Paulo destaca que a escassez de trabalhadores já se reflete em debates entre empresários, sindicatos e órgãos públicos, tornando-se pauta prioritária para o futuro da construção civil no Brasil.

Segundo Bueno Netto, a qualificação e inovação são fundamentais para garantir o sucesso dos grandes projetos urbanos e evitar gargalos de produção.

Diante desse cenário, a dúvida que permanece é: o que precisa ser feito para atrair e preparar novos profissionais, garantindo o desenvolvimento sustentável da construção civil diante do atual contexto de falta de mão de obra?

Inscreva-se
Notificar de
guest
4 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Isaque
Isaque
27/07/2025 20:59

Salários baixos e muito desconto em folha…trabalhar para o patrão e governo ao mesmo tempo. Isso não é animador pra ninguém. Imposto de renda, INSS, sindicato etc.

Alex
Alex
27/07/2025 09:07

Faltam mão de obra porque esse governo tira de quem trabalha e dar aos “pobrezinhos coidados” aumentando o celeiro de **** no País, trabalhar pra que se é só passar o cartão no caixa do banco e o dinheiro vai está la; até Bolivianos, Peruanos, Chilenos, Paraguaios, Uruguaios, Argentinos, Africanos, e muitos mais recebem auxilios desse Desgoverno, enquanto isso o País afundando e correndo a passos largos para uma Guerra, esse é o Desgoverno Brasil de Braços e Pernas arreganhados para tudo que não Presta.

Jorge
Jorge
26/07/2025 21:00

Lula aquecendo a economia e desemprego super baixo

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x