Prepare-se para uma revolução na defesa aérea que promete mudar o equilíbrio de poder nos céus: o míssil A-Darter, fruto da colaboração entre Brasil e África do Sul, está prestes a entrar em operação.
A cooperação entre Brasil e África do Sul na criação de um míssil de alta tecnologia tem chamado a atenção do mundo.
O A-Darter, um míssil ar-ar de curto alcance, surgiu de uma parceria binacional com promessas ambiciosas de fortalecer a defesa aérea e colocar ambas as nações no mapa das tecnologias militares de ponta.
Desde a assinatura do projeto em 2006, o caminho percorrido pelo A-Darter tem sido repleto de desafios, incluindo atrasos, falta de financiamento e a falência de empresas envolvidas. Contudo, o sonho de ver essa poderosa arma em ação ainda está vivo.
- Governo Lula quer emitir dívida na China: plano inédito com impacto no futuro econômico do Brasil
- Lucro da Petrobras! Empresa entra no top 5 das petroleiras mais lucrativas do trimestre com resultados espetaculares; atrás de Aramco, ExxonMobil e Shell
- Poluição mais perigosa dos carros realmente vem do cano de escapamento? Nova pesquisa revela fonte surpreendente e negligenciada de poluição dos carros
- Quer trabalhar 3 dias por semana e receber R$ 10,700 mil? USP abre processo seletivo com diversos benefícios!
Um marco tecnológico na indústria de defesa
Conforme explica o canal no Youtube Top Militar LHB, o A-Darter é um míssil ar-ar de curto alcance, desenvolvido em uma colaboração entre a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Força Aérea Sul-Africana, com o intuito de equipar os caças Gripen C/D e F-39 Gripen E/F com a mais alta tecnologia militar disponível.
Lançado em 2006, o projeto visava não apenas criar um míssil de 5ª geração, mas também promover a transferência de tecnologia entre os dois países, permitindo que o Brasil adquirisse know-how em áreas onde a África do Sul já tinha mais experiência.
Com 2,98 metros de comprimento e pesando 90 kg, o A-Darter é impressionante em termos de capacidades tecnológicas. Equipado com sistema de vetoração de empuxo e capacidade de aquisição do alvo após o lançamento (lock-on after launch), o míssil pode atingir alvos que estão até mesmo atrás da aeronave lançadora.
Isso significa que, em combates aéreos de curta distância, o A-Darter possui uma manobrabilidade superior, além de ser capaz de evitar os sofisticados sistemas de contramedidas eletrônicas e de autodefesa das aeronaves inimigas.
“O A-Darter representa um marco tecnológico na indústria de defesa”, afirmou um representante da ARMSCOR, a estatal sul-africana responsável pela gestão do projeto.
A ARMSCOR, junto com a Denel Dynamics, outra empresa sul-africana, liderou a industrialização da fabricação do míssil, enquanto do lado brasileiro, empresas como a Opto Eletronica, Avibras, e a Mectron foram essenciais no desenvolvimento dos componentes do míssil.
Desafios financeiros e logísticos para o desenvolvimento do A-Darter
Porém, os desafios financeiros e administrativos se tornaram obstáculos significativos. Em 2015, a Força Aérea Sul-Africana tentou acelerar o processo ao encomendar antecipadamente 41 mísseis operacionais e 21 de treinamento, mas a falta crônica de recursos impediu que as entregas acontecessem conforme planejado.
De acordo com o Ministério da Defesa Sul-Africano, a situação financeira das empresas envolvidas e as questões de financiamento estatal foram os principais motivos dos atrasos.
Apesar dos contratempos, o projeto do A-Darter não parou. Em 2019, um teste bem-sucedido demonstrou as capacidades do míssil, quando um Gripen D sul-africano conseguiu destruir um alvo Skua, um drone de teste, em um cenário de combate simulado.
Esse sucesso levou à emissão de certificados de tipo pelas autoridades de certificação brasileira (IFI) e sul-africana (DSI), indicando que o míssil estava pronto para a fase de industrialização.
No entanto, a falta de progressos industriais continuou a ser um problema até 2024. Em março deste ano, a ARMSCOR anunciou um avanço significativo: a Denel Dynamics recebeu um aporte financeiro de quase 4,4 bilhões de rands, permitindo a retomada de importantes projetos, incluindo o A-Darter.
O novo contrato revisado inclui a entrega de 21 mísseis de treinamento e 41 operacionais para a Força Aérea Sul-Africana, com os primeiros quatro previstos para dezembro de 2024.
Características | Detalhes |
---|---|
Origem | Brasil e África do Sul |
Tipo | Míssil ar-ar de curto alcance |
Geração | 5ª geração |
Propósito | Defesa aérea, combate de curta distância (dogfight) |
Comprimento | 2,98 metros |
Peso | 90 kg |
Velocidade | Mach 3 |
Alcance | Aproximadamente 15 km |
Fator de Carga | 100 g |
Investimento Total | 254 milhões de dólares (aproximadamente 77 milhões do Brasil e 177 milhões da África do Sul) |
Situação Atual | Em fase de industrialização, com entrega prevista para dezembro de 2024 |
Perspectivas futuras e colaboração internacional
De acordo com o Top Militar LHB, em paralelo, o Brasil também está fazendo sua parte. A Força Aérea Brasileira (FAB) decidiu adquirir mísseis alemães Iris-T em 2021 como uma solução temporária, enquanto aguarda a conclusão do projeto A-Darter.
De acordo com especialistas, essa decisão visa garantir que os caças F-39 Gripen E/F da FAB permaneçam equipados com mísseis de última geração até que o A-Darter esteja disponível. A FAB também está prestando assessoria técnica à Denel, o que pode acelerar a integração do míssil nos caças Gripen.
No entanto, o caminho à frente ainda não é completamente claro. Embora a Denel tenha garantido fundos suficientes para prosseguir, a execução contínua e a colaboração entre todas as partes envolvidas são cruciais para o sucesso do programa.
A questão de quando a FAB irá adquirir seu próprio lote de mísseis A-Darter ainda está em aberto, mas o interesse do Brasil em garantir a máxima transferência de tecnologia permanece evidente.
Além disso, a SIATT, uma empresa brasileira, tem potencial para substituir a Mectron, que enfrentou dificuldades financeiras, na produção dos componentes do míssil para o Brasil.
Essa substituição pode fortalecer a participação brasileira no projeto, justificando o investimento de US$ 77 milhões em recursos públicos do país.
A capacidade de produzir mísseis nacionalmente é vista como crucial para a segurança nacional, proporcionando independência tecnológica e estratégica.
A perspectiva de uma produção 100% brasileira dos mísseis A-Darter, com total transferência de tecnologia, é uma meta que a FAB pode considerar seriamente.
Essa autonomia na produção não apenas garante a soberania nacional, mas também impulsiona o setor de defesa brasileiro, criando empregos e fomentando inovação.
A conclusão bem-sucedida do projeto A-Darter pode redefinir a indústria de defesa aérea para ambos os países, mostrando que a cooperação internacional pode gerar frutos valiosos mesmo diante de adversidades. No entanto, resta saber se os desafios que ainda persistem poderão ser superados a tempo.