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Descobertas múmias humanas de 12 mil anos — não são do Egito e antecedem em 7 mil anos as primeiras múmias egípcias

Publicado em 21/09/2025 às 20:50
Múmias, Mumificação, Egito, Ásia
Restos humanos de mais de 9 mil anos, encontrados no sul da China e no Sudeste Asiático, revelam evidências da forma mais antiga de mumificação já identificada, segundo pesquisadores — Foto: Yousuke Kaifu e Hirofumi Matsumura
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Pesquisadores revelam que povos do sudeste asiático já mumificavam mortos há 12 mil anos, muito antes das conhecidas práticas egípcias tradicionais

Muito antes de o Egito desenvolver sua famosa técnica de embalsamamento, povos do sudeste asiático já usavam métodos próprios para conservar os corpos como múmias. Agora, pesquisadores identificaram indícios de mumificação que remontam a 12 mil anos atrás, cerca de 7 mil anos antes das múmias egípcias mais antigas.

Técnica de defumação

Segundo estudo publicado em 15 de setembro na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, caçadores-coletores que habitavam o sul da China, o sudeste asiático e ilhas como Bornéu e Java utilizavam rituais específicos para preservar os mortos.

Os corpos eram posicionados de forma agachada, amarrados e deixados por meses em contato com fumaça de fogueiras de baixa temperatura.

Esse processo provocava uma desidratação lenta da pele e impedia a decomposição dos ossos, prolongando a integridade do corpo.

Múmias: paralelos com outras culturas

Esse tipo de mumificação, chamada de defumação, encontra correspondência em tradições de povos indígenas australianos e ainda resiste em certas regiões da Nova Guiné.

É impressionante que esse método de preservação tenha se espalhado por uma área tão vasta e durado mais de 12 mil anos entre diferentes comunidades”, disse a arqueóloga Hsiao-chun Hung, da Universidade Nacional Australiana, em entrevista à Science News.

Análises de laboratório

Para chegar a essas conclusões, a equipe examinou esqueletos de 95 sítios arqueológicos. Muitos ossos apresentavam marcas de exposição ao fogo, como manchas escurecidas.

Além disso, testes de laboratório em 54 indivíduos mostraram alterações moleculares compatíveis com aquecimento prolongado em temperaturas baixas.

Isso reforça que não se tratava apenas de queimaduras ocasionais, mas de um ritual cuidadosamente controlado.

Memória dos mortos

Os resultados sugerem que a prática de defumação estava ligada a crenças espirituais. Preservar o corpo significava também manter viva a memória dos antepassados.

Hung destaca que tais costumes podem ter origens ainda mais antigas, conectadas às primeiras migrações humanas vindas da África, há cerca de 60 mil anos.

Comparações globais

Essa descoberta ajuda a repensar outras tradições de mumificação. O povo Chinchorro, no Chile, desenvolveu técnicas de embalsamamento há 7 mil anos, removendo órgãos e deixando os corpos secarem naturalmente no ambiente desértico.

Já os egípcios iniciaram práticas mais sofisticadas por volta de 6.300 anos atrás, utilizando resinas e substâncias químicas para retardar a decomposição.

Próximos passos da pesquisa

A equipe de Hung agora pretende investigar sepultamentos ainda mais antigos, datados de até 20 mil anos. O objetivo é verificar se a técnica de defumação já era usada em épocas ainda mais remotas.

Portanto, a pesquisa não apenas antecipa em milhares de anos a origem da mumificação, como também amplia o entendimento sobre a diversidade cultural e espiritual dos povos antigos.

Com informações de Revista Galileu.

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Romário Pereira de Carvalho

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