Túmulo do Império Médio no Egito Antigo abriga preciosas joias e oferece um raro vislumbre de várias gerações da mesma família
Recentemente, arqueólogos descobriram uma tumba de 3.800 anos na região de Luxor, no Egito. A descoberta surpreendeu a comunidade científica, pois o túmulo abrigou os restos mortais de onze indivíduos, possivelmente pertencentes à mesma linhagem familiar do Egito Antigo.
Essa descoberta traz novos conhecimentos sobre os rituais funerários do Egito Antigo, além de destacar a prosperidade e a unificação do Império Médio, um dos períodos mais importantes da história egípcia.
O contexto da descoberta do Egito Antigo
Uma equipe de arqueólogos trabalha na necrópole de South Asasif, perto de Luxor, um dos locais mais ricos em vestígios destruídos do mundo. Nesse local, foram encontrados restos mortais de cinco mulheres, dois homens, três crianças e um indivíduo não identificado.
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A análise dos investigadores funerários indica que os sepultamentos ocorreram durante a 12ª e a 13ª dinastias, por volta de 1981 a 1640 aC.
Os falecidos foram originalmente envoltos em linho e colocados em caixões de madeira, um traje típico da época. Entretanto, uma inundação ocorrida após os enterros feriu danos significativos aos restos mortais, dificultando o trabalho dos arqueólogos na identificação completa dos corpos.
O período do império médio
A tumba descoberta data do período conhecido como Império Médio (cerca de 2030 a 1640 aC), uma época em que o Egito era unificado, o que permitiu avanços em diversas áreas, como artes, arquitetura e religião.
Essa unificação trouxe grandes prosperidades ao povo egípcio, permitindo o desenvolvimento de práticas religiosas e funerárias mais sofisticadas.
Essa é a primeira tumba do Império Médio encontrada na região de South Asasif, o que torna a descoberta ainda mais significativa.
Artefatos funerários: joias e objetos de cobre
Entre os artefatos encontrados, os arqueólogos destacam peças de joias como colares, pulseiras, pulseiras e anéis de escaravelho. Esses adornos têm um valor simbólico importante, pois, na cultura egípcia, as joias possuíam significado religioso e de proteção para os mortos.
Além disso, dois dos enterros continham espelhos feitos de uma liga de cobre com cabos de marfim, objetos de grande valor na época. Um dos cabos retrata Hathor, uma deusa associada à fertilidade e ao amor, o que indica a forte crença na vida após a morte e no poder de proteção das divindades.
O amuleto “Ba” e o significado espiritual
Um dos artefatos mais intrigantes é um colar com contas de ametista e um amuleto “Ba” no centro. No antigo Egito, o “Ba” era considerado uma parte essencial da alma de uma pessoa, muitas vezes representado na forma de um pássaro.
Esse amuleto foi utilizado para garantir que o espírito pudesse viajar entre o mundo dos vivos e dos mortos, um conceito central na espiritualidade egípcia.
A estatueta de fertilidade
Outro destaque da descoberta foi uma estatueta de fertilidade feita de faiança verde-azulada. A estatueta possui pernas truncadas e decoradas com joias e marcas de losango. A cabeça da peça tem descobertas, onde provavelmente foram inseridas contas para representar o cabelo.
Embora o “cabelo” tenha se perdido com o tempo, os arqueólogos encontraram quase quatro mil relatos de lama próximos à estatueta.
Essa estatueta representa um símbolo de fertilidade, o que sugere que os egípcios acreditavam que os mortos primeiramente da proteção de tais amuletos para uma vida plena no além.
As joias e os símbolos de fertilidade eram comuns nos sepultamentos egípcios, demonstrando a importância da preservação da linhagem e da continuidade da vida após a morte.
A importância da ametista
Wolfram Grajetzki, egiptólogo e pesquisador da University College London, explicou que o uso da ametista era uma característica marcante dos adornos pessoais do Império Médio.
Ele observou que essa pedra preciosa era muito valorizada na época, pois era considerada uma fonte de poder e proteção espiritual.
Luxor, que nos tempos antigos era conhecida como Tebas, foi um centro cultural e religioso de grande importância. No entanto, Grajetzki destacou que muitas das tumbas do Império Médio na região foram destruídas em períodos posteriores, especialmente durante o Império Novo, quando Tebas se tornou a capital do Egito.
Por isso, a descoberta dessa tumba é especial, pois traz informações valiosas sobre um período que, muitas vezes, é obscurecido por destruições e remodelações ocorridas nos séculos seguintes.
O legado cultural do império médio no Egito Antigo
Essa descoberta reforça a importância do Império Médio para a compreensão do Egito Antigo. O período é conhecido por sua estabilidade política e econômica, o que permitiu o desenvolvimento de práticas artísticas e religiosas sofisticadas.
As joias, amuletos e estatuetas encontrados na tumba revelam um pouco da vida cotidiana e das referências dos egípcios daquela época, além de destacar o respeito e os cuidados dedicados aos mortos.
Os artefatos encontrados também são fundamentais para entender a evolução das práticas funerárias. A presença de objetos ligados à proteção e à fertilidade reforça a crença egípcia na continuidade da vida e no poder dos deuses para garantir a prosperidade dos falecidos no além.
A descoberta da tumba em Luxor representa um passo importante para a arqueologia e para a compreensão da cultura egípcia antiga. O estudo dos artefatos funerários encontrados oferece uma nova perspectiva sobre a vida e a espiritualidade dos egípcios durante o Império Médio, um período de grande relevância histórica.