Pesquisadores da Universidade da Califórnia criam um sistema genético capaz de prolongar em até 82% a vida das células de levedura, apontando novos caminhos para a medicina regenerativa
Cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) alcançaram um feito impressionante ao conseguir prolongar a vida útil de células de levedura em até 82%. A pesquisa, que começou em 2020, pode abrir novos caminhos para entender e controlar o processo de envelhecimento.
Dois caminhos de envelhecimento identificados
Durante os estudos iniciais, os pesquisadores descobriram que as células de levedura envelhecem de duas formas diferentes. Metade delas sofre com a perda de estabilidade no DNA.
A outra metade apresenta problemas nas mitocôndrias, estruturas responsáveis pela geração de energia nas células. Com base nessa divisão, os cientistas desenvolveram formas de manipular os processos que levam ao envelhecimento.
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Oscilador de gene: a chave do processo
A equipe da UCSD utilizou biologia sintética para criar um “oscilador de gene”. Esse dispositivo genético funciona como um circuito elétrico, controlando as funções da célula. Com ele, as células alternam entre os dois tipos de envelhecimento, sem ficar presas por muito tempo em um único estado.
Essa alternância controlada ajuda a evitar o acúmulo de danos celulares. Assim, o processo de envelhecimento é desacelerado, e a vida útil das células aumenta. Os testes mostraram que esse método funciona bem em leveduras, com ganhos significativos na longevidade das células analisadas.
Tecnologia com potencial para humanos
Embora os experimentos tenham sido feitos apenas com leveduras, os cientistas acreditam que os resultados abrem portas para aplicações mais amplas.
O sucesso da técnica oferece uma base sólida para desenvolver circuitos genéticos semelhantes em organismos mais complexos, como plantas, animais e, futuramente, seres humanos.
A proposta é usar a engenharia genética para reprogramar o envelhecimento celular. Isso pode levar a avanços importantes em áreas como medicina regenerativa e longevidade. A pesquisa serve como uma prova de conceito promissora para futuras aplicações.
Desafios e futuro da pesquisa
Apesar dos bons resultados, ainda existem muitos obstáculos. Aplicar essa técnica em seres vivos mais complexos exige uma compreensão mais profunda dos genes envolvidos e de como cada organismo reage à manipulação.
Outro ponto importante são os possíveis impactos éticos e biológicos dessas alterações. Antes de qualquer uso em larga escala, será necessário fazer testes em outros tipos de células e acompanhar os efeitos ao longo do tempo. A segurança do processo precisa ser garantida.
Conclusão: uma descoberta com grande potencial
Os cientistas da UCSD deram um passo importante no estudo do envelhecimento. A possibilidade de retardar o envelhecimento celular por meio de engenharia genética traz esperança para o futuro.
Ainda há muito a ser feito, mas os resultados com as leveduras indicam um caminho promissor para melhorar a qualidade de vida.
Com informações de Correio Braziliense.