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Descoberta impressionante: Arqueólogos recuperam mais de 900 artefatos da dinastia Ming de navios mercantes naufragados no Mar da China Meridional!

Escrito por Lucas Carvalho
Publicado em 26/09/2024 às 09:01
Navios mercantes, dinastia ming, Mar da China
Foto: Reprodução

Arqueólogos realizam uma descoberta incrível ao recuperar mais de 900 artefatos da Dinastia Ming de navios mercantes naufragados no Mar da China Meridional, revelando segredos históricos submersos por séculos.

Em uma operação subaquática que remonta à história da dinastia Ming, arqueólogos chineses realizaram uma das mais impressionantes descobertas dos últimos anos: mais de 900 artefatos foram recuperados de dois navios mercantes naufragados no Mar da China Meridional.

Esses navios, datados de diferentes períodos da dinastia, estavam localizados a uma profundidade de cerca de uma milha, e a 93 milhas (aprox. 150 km) a sudeste da ilha de Hainan.

Os artefatos encontrados, entre cerâmica, porcelana, moedas de cobre e outros objetos, são parte de uma enorme coleção de mais de 10.000 itens identificados no local.

A expedição é vista como um marco importante para a arqueologia subaquática e uma janela para o comércio e as trocas culturais que ocorriam na antiga Rota da Seda Marítima.

Uma operação de resgante nos navios mercantes

Navios mercantes, dinastia ming, Mar da China

A descoberta é fruto de um esforço conjunto que envolveu várias fases de escavações submarinas ao longo do último ano.

Durante esse período, pesquisadores retiraram 890 objetos de um dos navios mercantes, que provavelmente transportava porcelana de Jingdezhen, uma das cidades mais importantes da China em termos de produção de cerâmica.

Além disso, outros 38 itens foram retirados do segundo navio, que estava mais distante do primeiro. Entre os itens deste segundo naufrágio, os arqueólogos encontraram conchas, chifres de veado e toras de ébano, material que indica uma possível origem no Oceano Índico.

aUma equipe mista, formada por pesquisadores do Centro Nacional de Arqueologia, da Academia Chinesa de Ciências e de um museu em Hainan, conduziu as operações.

Para acessar os artefatos, os arqueólogos empregaram uma combinação de submersíveis tripulados e não tripulados. Também foram usadas tecnologias avançadas, como câmeras subaquáticas de alta definição e scanners a laser 3D, que ajudaram na documentação precisa dos locais dos naufrágios.

Vestígios de um comércio próspero

Navios mercantes, dinastia ming, Mar da China
Arqueólogos recolheram mais de 900 artefatos, incluindo peças de porcelana e cerâmica. 
Administração Nacional do Patrimônio Cultural

Conforme a Administração Nacional do Patrimônio Cultural da China (NCHA), a descoberta desses naufrágios e seus artefatos serve como um testemunho da atividade comercial e das trocas culturais durante a dinastia Ming.

Muitos dos objetos recuperados datam do período Zhengde (1505-1521), enquanto outros podem ser ainda mais antigos, datando da era do Imperador Hongzhi (1487-1505).

O vice-chefe da NCHA, Guan Qiang, destacou a importância histórica dessa descoberta: “A descoberta fornece evidências de que os ancestrais chineses se desenvolveram, utilizaram e viajaram de e para o Mar da China Meridional, com os dois naufrágios servindo como testemunhas importantes do comércio e das trocas culturais ao longo da antiga Rota da Seda Marítima.

Durante a dinastia Ming, a China não só expandiu seus domínios territoriais, como também formou laços culturais e comerciais com o Ocidente. A porcelana Ming, reconhecida pelo seu clássico esquema de cores azul e branco, tornou-se uma das exportações mais populares da época.

Além disso, a China também exportava seda e recebia alimentos como o amendoim e a batata-doce, em um intercâmbio contínuo de bens e culturas.

A riqueza cultural da Dinastia Ming

A dinastia Ming (1368 -1644) é amplamente reconhecida como um dos períodos mais prósperos e influentes da história da China.

Durante esse tempo, a população da China dobrou, e o país emergiu como um centro global de comércio e cultura.

As artes floresceram, com destaque para a cerâmica e a pintura, como observa o Museu Nacional de Arte Asiática do Smithsonian, que menciona a habilidade dos pintores da época em retratar temas religiosos, narrativas moralizantes e paisagens grandiosas.

O comércio marítimo desempenhou um papel central nessa prosperidade. As rotas comerciais se estendiam por vastas regiões, conectando a China com países tão distantes quanto a África e a Europa. A descoberta dos dois navios mercantes no Mar da China Meridional reforça a importância dessa rede de comércio, que, além de mercadorias, facilitava o intercâmbio de ideias e cultura entre o Oriente e o Ocidente.

Descobertas contínuas no Mar da China Meridional

As recentes escavações arqueológicas no Mar da China Meridional não se limitam a artefatos da dinastia Ming.

Recentemente, autoridades também anunciaram a descoberta de um submarino da Marinha Americana, da época da Segunda Guerra Mundial, perto da ilha filipina de Luzon.

Essas descobertas ressaltam a riqueza histórica submersa nas profundezas desse mar, que continua a revelar novos segredos a cada expedição.

Conforme as escavações avançam, os arqueólogos esperam descobrir mais artefatos, oferecendo uma visão ainda mais detalhada das rotas comerciais e da vida na China durante a dinastia Ming.

Com a utilização de tecnologias modernas e a colaboração internacional, o Mar da China Meridional promete continuar sendo um campo fértil para novas e significativas descobertas arqueológicas.

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Lucas Carvalho

Jornalista experiente com ampla atuação na cobertura de temas relacionados a petróleo, gás e energia renovável. Especialista em análises aprofundadas e tendências do setor, com enfoque em inovações tecnológicas e impacto ambiental. Autor de artigos relevantes na área.

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