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Descoberta de fóssil indica parentesco próximo aos pássaros modernos, aponta estudo

Publicado em 11/02/2025 às 05:55
Pássaros
Credit: Mark Witton, 2025.
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Pesquisadores encontraram um fóssil que pode ser um dos ancestrais dos pássaros modernos. A descoberta traz novas perguntas sobre a evolução das aves. Saiba mais!

Há 66 milhões de anos, um asteroide colidiu com a Terra, extinguindo 75% das espécies, incluindo os dinossauros. Apesar disso, alguns sobreviventes evoluíram, como os pássaros, que podem ter se desenvolvido antes do impacto, segundo estudos recentes.

Pesquisadores têm debatido por décadas se os pássaros modernos surgiram antes ou depois do evento cataclísmico.

Agora, um novo estudo publicado na revista Nature apresenta uma descoberta que pode pôr fim a essa discussão: um fóssil de 69 milhões de anos, pertencente ao pássaro extinto Vegavis iaai.

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Este fóssil, considerado o mais antigo pássaro moderno conhecido, fornece evidências de que os pássaros modernos já estavam em evolução durante o reinado dos dinossauros.

Identificação e importância do fóssil

A análise do fóssil foi conduzida por uma equipe de paleontólogos liderada por Christopher Torres, da University of the Pacific, e co-autorado por Julia Clarke, da Universidade do Texas.

A importância da descoberta vai além da simples definição de uma linha do tempo. A nova evidência revela características anatômicas que alinham o Vegavis com os pássaros modernos, sustentando a ideia de que aves já estavam evoluindo paralelamente aos dinossauros e sobreviveram ao impacto catastrófico.

Características do Vegavis e suas semelhanças com aves modernas

O primeiro fóssil de Vegavis foi identificado há 20 anos por Clarke e sua equipe, mas a falta de um crânio dificultava a análise precisa da espécie.

Em 2011, uma nova expedição à Antártida revelou outro fóssil, desta vez praticamente intacto, incluindo o crânio.

As novas evidências são claras: o Vegavis tinha um bico longo e sem dentes, além de um cérebro com características similares às aves modernas. O bico e a estrutura cerebral, em particular, são indícios de que o Vegavis estava mais próximo dos pássaros atuais do que se pensava.

Esses achados são corroborados pela análise de especialistas, como Amy Balanoff, bióloga evolucionista da Universidade Johns Hopkins, que observou que a neuroanatomia do Vegavis é impressionantemente parecida com a de aves vivas.

Ele se parece muito com um pássaro vivo“, afirmou. O tamanho e a forma do bico do animal, além da sua neuroanatomia, são características que apontam para a evolução das aves modernas, especialmente as aquáticas.

A hipótese de um mergulhador de perseguição

No entanto, a classificação do Vegavis não é livre de controvérsias. Uma das principais questões levantadas pelos cientistas é a sua possível relação com aves aquáticas, como patos e gansos.

De acordo com Torres, o Vegavis pode ter sido um “mergulhador de perseguição“, capaz de se impulsionar na água com as pernas.

Essa habilidade seria semelhante à dos mergulhões, mas não à dos patos ou gansos, como sugerido em estudos anteriores. “Ele fechava a boca debaixo d’água enquanto procurava peixes“, explicou Torres, apontando um estilo de vida diferente daquele observado em patos modernos.

Embora a descoberta tenha gerado entusiasmo na comunidade científica, como destacou Chase Brownstein, biólogo da Universidade de Yale, alguns ainda não estão convencidos de que o Vegavis seja um parente direto das aves aquáticas.

De toda forma, a pesquisa revela algo importante: a Antártida, onde o fóssil foi encontrado, pode ter sido um local crucial para a preservação e evolução das aves durante o Cretáceo, longe dos efeitos devastadores do impacto de Chicxulub.

Antártida: refúgio para as aves na era dos dinossauros

A Antártida, com seu clima temperado e vegetação abundante há 69 milhões de anos, pode ter sido um refúgio seguro para muitas espécies, incluindo as aves.

Esse fato coloca a região como importante para a compreensão dos primeiros estágios da evolução das aves modernas.

O paleontólogo Matthew Lamanna, coautor do estudo, destaca que a Antártida tem muito a revelar sobre a vida na Terra durante a Era dos Dinossauros. E, com essa descoberta, parece que estamos mais perto de entender os segredos da vida pré-histórica.

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Romário Pereira de Carvalho

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