Estudo aponta teores recordes de lítio na Caldeira McDermitt, entre Nevada e Oregon. Avaliações falam em US$ 1,5 trilhão, com efeitos para Tesla, políticas industriais e comunidades locais.
A Caldeira McDermitt, um supervulcão na fronteira entre Nevada e Oregon, voltou ao centro do debate energético após pesquisas sugerirem um dos maiores depósitos de lítio do planeta. A área abriga o projeto Thacker Pass, foco de investimentos e controvérsia judicial.
Para a indústria, a descoberta pode baratear baterias e apoiar a transição para carros elétricos nos EUA. Para Elon Musk, que constrói uma refinaria de lítio no Texas, o movimento tende a facilitar insumos estratégicos.
A formação geológica da caldeira remonta a cerca de 16,4 milhões de anos, quando uma erupção colossal criou condições para a concentração do mineral. A partir de 2023, novos dados científicos reforçaram a hipótese de enriquecimento hidrotermal com lítio em argilas locais.
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Ao mesmo tempo, governo e empresas aceleram a construção de uma cadeia doméstica de baterias. Em 2025, relatos apontaram participação acionária do governo dos EUA na Lithium Americas, desenvolvedora de Thacker Pass, e ajustes em um grande empréstimo federal. O tema mobiliza ambientalistas e povos indígenas que questionam impactos e consulta prévia.
O que foi descoberto na Caldeira McDermitt
Pesquisas revisadas por pares indicam teores de lítio de 1,3% a 2,4% em argilas do tipo illita no setor sul da caldeira, bem acima de concentrações observadas em argilas smectíticas comuns. Esse diferencial de teor é o que sustenta a expectativa de alto potencial econômico na região.
O depósito fica no entorno de Thacker Pass, onde a Lithium Americas recebeu aval regulatório federal e iniciou obras em 2023. O projeto é citado como o maior recurso sedimentar de lítio dos EUA e pilar de uma cadeia local de baterias.
A caldeira tem 45 x 35 km e integra a trilha do hotspot de Yellowstone. A idade de referência para a grande erupção é ~16,4 Ma. Esses dados geológicos ajudam a explicar a concentração anômala de lítio nos sedimentos lacustres.
Por que isso pode favorecer Elon Musk e a Tesla
A Tesla avança com uma refinaria de lítio em Robstown (Texas) para produzir hidróxido de lítio em escala, com meta capaz de abastecer até 1 milhão de EVs/ano quando plena. Musk já definiu o refino como um negócio que é como “imprimir dinheiro” pela escassez de capacidade global. Mais oferta doméstica de minério ou concentrado reduz custos e volatilidade na ponta do refino.
Embora GM seja a parceira industrial em Thacker Pass, qualquer aumento de oferta nos EUA tende a beneficiar toda a cadeia, inclusive a Tesla, via preços e logística. A competição por contratos de longo prazo com mineradoras e refinadores continua intensa.
Relatos de 2025 citam estimativas de que a caldeira poderia suprir centenas de milhões de EVs, um número hipotético que depende de recuperação, tecnologia e preço. Use com cautela: é uma projeção de mídia setorial, não uma reserva medida.
Impacto na segurança energética e no mercado de baterias
A produção doméstica de lítio é peça-chave para reduzir a dependência de importações e a exposição a tarifas e choques de preço.
Em 2025, a imprensa registrou que o Departamento de Energia dos EUA caminhou para deter participação minoritária na Lithium Americas e no JV com a GM, atrelada a um empréstimo bilionário para Thacker Pass. O objetivo é acelerar a oferta e ancorar a cadeia nos EUA.
Se o teor médio nas áreas economicamente mineráveis se confirmar em patamar elevado (com picos de 2,4% medidos em amostras), isso melhora margens e viabilidade em relação a argilas de baixo teor. Ainda assim, capex, água, reagentes e licenciamento seguem como variáveis críticas.
No seu ponto de vista, o benefício industrial supera os riscos ambientais e culturais? E quem deveria liderar o acesso a esse lítio: grandes montadoras, novas mineradoras ou parcerias com comunidades locais? Deixe seu comentário.