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Depois de quase falir com petróleo, Eike Batista revela que o foco agora é no agronegócio brasileiro com investimentos em super cana-de-açúcar

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 17/08/2024 às 11:33
Depois de quase falir com petróleo, Eike Batista revela que o foco agora é no agronegócio brasileiro com investimentos em super cana-de-açúcar. (Imagem: reprodução)
Depois de quase falir com petróleo, Eike Batista revela que o foco agora é no agronegócio brasileiro com investimentos em super cana-de-açúcar. (Imagem: reprodução)

Por trás de toda grande queda, existe uma chance de recomeço. E ninguém encarna melhor essa realidade do que Eike Batista, o magnata que já foi um dos homens mais ricos do mundo e viu seu império se desintegrar.

Agora, após quase afundar no mercado do petróleo e enfrentar graves problemas judiciais, Eike Batista surge com uma nova e ambiciosa aposta: transformar o agronegócio brasileiro com uma super cana-de-açúcar capaz de revolucionar a produção de etanol e até substituir o plástico.

O ressurgimento no agronegócio

Eike Batista, que já figurou entre as maiores fortunas globais, com um patrimônio avaliado em bilhões de dólares, viu sua carreira mergulhar no caos com o colapso de sua petroleira OGX e uma série de fracassos subsequentes em outros negócios.

Em 2013, a OGX abandonou operações na Bacia de Campos, marcando o início de um declínio que resultou na perda quase total de sua fortuna.

Em 2022, a Receita Federal estimou que sua riqueza havia encolhido para cerca de R$ 8,2 milhões. Mesmo após a derrocada financeira e prisões ligadas à Operação Lava Jato, Eike não se deu por vencido.

Agora, ele ressurge no cenário nacional, mas em um setor diferente: o agronegócio. Durante uma entrevista ao podcast Market Makers, Batista revelou que está investindo em uma nova variedade de cana-de-açúcar que pode triplicar a produção de etanol por hectare.

Segundo o empresário, essa “super cana” pode também produzir até 12 vezes mais biomassa, o que promete revolucionar o mercado de energia renovável no Brasil.

A promessa de uma revolução agrícola

O Brasil é, há anos, o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com uma área cultivada superior a 9,75 milhões de hectares.

A produção anual ultrapassa 578 milhões de toneladas, colocando o país na liderança global em tecnologia de produção de etanol. Batista, no entanto, acredita que ainda há muito a ser feito e que sua inovação pode ser um divisor de águas.

Segundo Eike, foram necessários 11 anos de pesquisas e estudos para chegar a essa nova variedade de cana.

“Esses meus cientistas malucos compraram todo o germoplasma de cana-de-açúcar disponível no Brasil, incluindo amostras de outras partes do mundo, como Estados Unidos, França e Barbados”, afirmou Batista.

O germoplasma é um banco genético que permite a preservação e o melhoramento de características específicas de uma espécie, fundamental para o desenvolvimento de novas variedades.

Um novo modelo de negócio

Eike Batista está otimista quanto à aceitação da nova cana-de-açúcar pelos produtores brasileiros. De acordo com ele, a alta produtividade da planta a tornará irresistível para os usineiros, que terão a oportunidade de substituir suas plantações atuais por essa variedade mais eficiente.

O modelo de negócio proposto por Batista envolve a divisão dos lucros com os produtores, algo que ele acredita ser benéfico para todas as partes envolvidas.

“Todo usineiro vai querer plantar nossa super cana porque ela é três vezes mais eficiente”, destaca Eike. A ideia é que a empresa de Batista compartilhe os ganhos obtidos com o aumento da produtividade, o que deve incentivar a rápida adoção dessa nova tecnologia.

Substituição do plástico pelo bagaço de cana

Além do foco na produção de etanol, Eike Batista vê outro grande potencial na super cana: a substituição do plástico pelo bagaço da planta.

Segundo ele, o bagaço que atualmente é queimado para gerar energia pode ser transformado em embalagens biodegradáveis, canudos e outros produtos que hoje são feitos de plástico.

Durante a entrevista, Batista explicou que a queima do bagaço por US$ 20 a tonelada é um desperdício de potencial econômico e ambiental.

“O bagaço de cana vai servir para substituir o plástico do mundo. Sabe quanto é que vale a tonelada transformada em embalagem, em canudo, em coisa para embalar fast food, delivery, etc.? De mil a 4 mil dólares”, enfatizou Batista.

Para ele, o Brasil deve aproveitar essa oportunidade para liderar uma nova revolução industrial verde, baseada na biomassa da cana-de-açúcar.

Uma aposta arriscada, mas promissora

Mesmo com todas as promessas, o projeto de Eike Batista ainda é uma aposta. O histórico do empresário é marcado por grandes sucessos, seguidos por quedas abruptas.

Entretanto, sua nova empreitada no agronegócio traz uma perspectiva inovadora para um setor em que o Brasil já possui uma posição de destaque.

O futuro dirá se a “super cana” de Eike Batista será o próximo grande sucesso do agronegócio brasileiro ou mais um capítulo em sua tumultuada história empresarial.

No entanto, o próprio empresário parece confiante em seu novo projeto, acreditando que pode mais uma vez transformar o mercado, como fez em suas melhores épocas.

Será que a nova aposta de Eike Batista no agronegócio pode realmente transformar o Brasil em uma potência global na produção de biocombustíveis e materiais biodegradáveis, ou estaremos diante de mais um capítulo de altos e baixos na vida do empresário?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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