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Itaú diz que demitidos faziam apenas 20% da jornada no home office e explicou como mediu a atividade digital dos funcionários e descobriu a falha

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 13/09/2025 às 22:17
Atualizado em 16/09/2025 às 13:35
Demitidos do Itaú faziam apenas 20% da jornada no home office; entenda como o banco mediu a atividade digital dos funcionários e descobriu a falha
O banco confirmou que houve cortes, mas sustenta que não se tratou de demissão em massa e sim de decisões individuais após “revisão criteriosa”.
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Banco afirma que decisões foram individuais após quatro meses de análise de “atividade digital”. Sindicato contesta critérios, cobra transparência e promete ação coletiva.

O Itaú Unibanco promoveu na segunda-feira, 8 de setembro de 2025, uma leva de desligamentos concentrada em equipes que atuavam em home office ou modelo híbrido. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região estima cerca de mil demissões e diz que não houve diálogo prévio com a entidade.

O banco confirmou que houve cortes, mas sustenta que não se tratou de demissão em massa e sim de decisões individuais após “revisão criteriosa” de condutas ligadas ao trabalho remoto e ao registro de jornada.

Segundo o sindicato, os desligamentos atingiram áreas como o Centro Tecnológico, CEIC e Faria Lima. A entidade afirma que vai buscar responsabilização judicial e pede a reposição das vagas por entender que as equipes já estavam sobrecarregadas.

O que diz o Itaú sobre “atividade digital” e horas extras

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Em nota publicada na quarta-feira, 10 de setembro, o Itaú afirmou ter identificado uma “minoria de colaboradores” com baixos níveis de atividade digital ao longo de quatro meses. Nos casos mais críticos, a atividade diária teria chegado a 20% da jornada, com registro de horas extras nos mesmos dias, o que o banco classifica como “quebra de confiança”.

O comunicado traz exemplos internos: em uma área de 316 analistas, a média de atividade digital era de 72%, enquanto desligados ficaram entre 27% e 37% no período. Em outra estrutura, com média de 75%, um desligado marcou 39% e ainda registrou horas extras. Para a instituição, cerca de 75% é um “patamar adequado” ao home office, considerando intervalos e sazonalidades.

O banco também afirma que as decisões não visaram reduzir o quadro, mas preservar a cultura organizacional e a relação de confiança com clientes e funcionários. “Padrões incompatíveis” foram citados como motivo de desligamento.

Como o Itaú monitorou quem não cumpria a jornada home office

O Itaú diz que monitora o uso de equipamentos e softwares corporativos em conformidade com a legislação e políticas internas, e que não grava telas, áudios ou vídeos. O foco está em indicadores de atividade digital correlacionados à jornada registrada e ao uso de horas extras. A empresa sustenta que 60% do quadro atua em regime híbrido ou remoto e que a autonomia dada às equipes exige responsabilização individual.

Na prática, a métrica busca medir tempo de interação com sistemas corporativos e frequência de uso em horário de expediente. Críticos afirmam que “cliques” e tempo de tela podem não refletir entregas, especialmente em tarefas analíticas ou de gestão. O debate se intensificou com o avanço de softwares de produtividade e de ferramentas de inteligência artificial para auditoria de comportamento laboral.

Especialistas lembram que a LGPD permite monitoramento se houver informação e base legal claras, mas recomenda critérios objetivos, feedbacks e chance de correção antes de medidas punitivas, principalmente em teletrabalho.

Reação do sindicato e próximos passos

O sindicato classificou a medida como “desproporcional” diante do lucro do banco no primeiro semestre e disse que houve “falta de transparência” nos critérios. A entidade anunciou ação coletiva e agenda de mobilização com trabalhadores desligados, afirmando que não aceitará o teletrabalho como justificativa para cortes em larga escala.

Em entrevistas e plenárias, dirigentes apontaram “risco de erro” em algoritmos de monitoramento e pediram que a instituição explique publicamente como os dados são coletados, ponderados e auditados. Segundo o sindicato, parte dos demitidos não recebeu advertências ou feedbacks prévios e alguns relatam bom desempenho recente.

Veículos da imprensa também relataram que o banco teria cogitado número maior de cortes antes de consolidar as demissões desta semana, informação não confirmada pelo Itaú.

E você, o que pensa sobre isso? “Atividade digital” é um critério justo para medir produtividade em home office ou entregas deveriam pesar mais que cliques? Deixe seu comentário e diga se o banco agiu corretamente ou se os métodos de monitoramento passaram do ponto.

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Caio
Caio
15/09/2025 15:34

Empresa privada demite quem quiser quando quiser!
O que não pode é justificar publicamente que todos tinham baixa produtividade , quando na verdade, produtividade não se mede com clicks.
Outra coisa que não pode é juntar nessa leva quem trabalhava com celular , com dois computadores , ou que tinha combinados na baixa gestão que o permitia ficar ausente.

Estou de acordo com a medida, mas discordo plenamente da maneira que foi feita: as demissões deveriam ser feita pelos gerentes , e não uma medida arbritraria do RH.

Idnes santos
Idnes santos
15/09/2025 15:13

Sindicato sempre tratando empresa e ou Empregador como opressor,porem nunca vi sindicato fazer feirão de Emprego. Essa pelegada só tá preocupada e com a queda nas contribuições.

Dayana
Dayana
15/09/2025 14:33

Minha amiga não fez parte dessa leva, pois ela sempre trabalhou direitinho, perguntei se ficou mais pesado após as demissões e ela respondeu q não. Logo, o Itaú se livrou de pesos mortos

Erick
Erick
Em resposta a  Dayana
15/09/2025 15:44

Houveram muitos casos de pessoas de alta produtividade (com prêmios e promoções). Claro que são uma % menor dentro dos 1000, mas ainda sim um número representativo. E pior, esses casos ficaram manchados dentro de um bolo de pessoas que realmente n merecem.

Geovane Souza

Especialista em criação de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com atuação focada em crescimento orgânico, performance editorial e estratégias de distribuição. No CPG, cobre temas como empregos, economia, vagas home office, cursos e qualificação profissional, tecnologia, entre outros, sempre com linguagem clara e orientação prática para o leitor. Universitário de Sistemas de Informação no IFBA – Campus Vitória da Conquista. Se você tiver alguma dúvida, quiser corrigir uma informação ou sugerir pauta relacionada aos temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: gspublikar@gmail.com. Importante: não recebemos currículos.

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