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Demitido durante estabilidade? Veja quando a empresa é obrigada a reintegrar e pagar salários, danos morais e indenização

Publicado em 21/09/2025 às 14:35
Demitido durante estabilidade? Veja quando a empresa é obrigada a reintegrar e pagar indenização
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Especialista explica em quais situações a estabilidade garante retorno ao emprego, salários retroativos e até danos morais em caso de demissão irregular.

A estabilidade é uma das principais proteções previstas na legislação trabalhista brasileira, mas muitos trabalhadores não sabem quando realmente têm direito a ela. Em situações específicas, a empresa não pode dispensar o funcionário sem justa causa, e caso isso ocorra, pode ser obrigada a reintegrar o empregado e pagar indenizações relevantes.

Segundo o advogado Ricardo Azevedo, especialista em direito previdenciário e trabalhista, existem casos claros em que a demissão é considerada nula, garantindo ao trabalhador não apenas a volta ao posto de trabalho, mas também o recebimento de salários atrasados e, em alguns casos, compensação por danos morais.

O que é a estabilidade provisória

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A estabilidade provisória é a garantia temporária de emprego em situações específicas previstas na lei.

Diferente da estabilidade definitiva, praticamente extinta no Brasil, essa proteção tem prazo determinado.

Quem é demitido irregularmente durante esse período tem direito à reintegração imediata, pagamento de todos os salários do tempo afastado, manutenção da estabilidade até o fim do prazo e indenização por danos morais, quando aplicável.

“A estabilidade é um direito muitas vezes desconhecido, mas essencial para proteger o trabalhador de dispensas arbitrárias”.

A falta de informação faz com que muitos assinem rescisões sem questionar a legalidade da demissão.

Cinco situações em que a estabilidade é garantida

1. Gestante

A proteção da gestante começa na data da concepção e se estende até cinco meses após o parto, conforme previsto na Constituição e na CLT.

Isso vale mesmo que a empresa não soubesse da gravidez no momento da dispensa. Muitas trabalhadoras conseguem reverter demissões após comprovar a gestação por exame médico.

Nesse cenário, a reintegração é quase automática, e a empresa pode ser responsabilizada pelo pagamento de salários retroativos e danos morais, já que a proteção tem caráter constitucional.

2. Acidente de trabalho

O trabalhador que sofre acidente de trabalho tem direito a 12 meses de estabilidade após a alta médica previdenciária.

Esse período é garantido mesmo em casos de acidentes aparentemente menores, desde que tenham gerado afastamento superior a 15 dias.

Segundo Ricardo Azevedo, é fundamental comunicar o acidente ao INSS e à empresa para garantir a proteção.

Se houver dispensa nesse intervalo, o funcionário pode ser reintegrado e receber todos os salários referentes ao período de afastamento.

3. Dirigente sindical

Dirigentes sindicais eleitos têm estabilidade desde o registro da candidatura até um ano após o término do mandato.

Essa proteção se aplica a presidentes, vice-presidentes, secretários, tesoureiros e demais membros da diretoria sindical.

Mesmo candidatos não eleitos podem ter direito à estabilidade temporária. A condição é que a empresa seja formalmente notificada sobre a candidatura ou a eleição.

A dispensa sem justa causa nesse período pode gerar indenizações significativas.

4. Membro da CIPA

Trabalhadores eleitos para a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) também têm estabilidade, desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato. A proteção abrange titulares e suplentes.

A lei protege esses empregados porque eles assumem responsabilidades ligadas à segurança do ambiente de trabalho.

Uma demissão sem justa causa nesse período pode obrigar a empresa a reintegrar o trabalhador e pagar todos os salários retroativos.

5. Proteções em convenções coletivas

Algumas categorias conquistam estabilidades adicionais por meio de convenções ou acordos coletivos. Entre elas, pode estar a proteção nos últimos anos antes da aposentadoria ou em reorganizações empresariais.

Como não existe lei geral para esses casos, cada setor pode ter regras próprias.

Por isso, é essencial consultar o sindicato e verificar o acordo coletivo da categoria para entender se existe direito à estabilidade.

O que fazer se for demitido durante a estabilidade

Caso a demissão aconteça, o primeiro passo é não assinar a rescisão sem ressalvas. É recomendável registrar que a assinatura foi feita “com ressalvas” e reunir provas da situação, como exames médicos, atas de eleição ou documentos de acidente de trabalho.

Em seguida, o trabalhador deve procurar ajuda imediata com sindicato ou advogado trabalhista e ingressar com ação judicial.

O prazo para ajuizar uma reclamação é de dois anos após a demissão, mas, quanto mais rápido for o pedido, maiores as chances de sucesso na reintegração.

A estabilidade é um direito que pode evitar prejuízos significativos para o trabalhador e garantir segurança em momentos delicados, como gravidez, acidente de trabalho ou atuação sindical.

Conhecer essas regras é fundamental para não aceitar passivamente uma demissão irregular.

E você? Já passou por uma situação de estabilidade ou conhece alguém que enfrentou esse problema? Acha que essas regras protegem ou atrapalham o mercado de trabalho?

Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir a experiência de quem vive isso na prática.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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