Apenas duas em cada dez atividades econômicas registraram demissões no 2º trimestre de 2025, aponta IBGE. Alojamento e alimentação e serviços domésticos tiveram queda na ocupação.
O Brasil registrou redução de empregos em apenas duas das dez principais atividades econômicas no segundo trimestre de 2025, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (16).
Entre abril e julho, os setores de alojamento e alimentação e serviços domésticos foram os únicos a apresentar queda na ocupação, enquanto outras áreas geraram novos postos de trabalho.
Setores que apresentaram demissões
No período analisado, o setor de alojamento e alimentação registrou a perda de 95 mil trabalhadores, e os serviços domésticos tiveram redução de 55 mil vagas.
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Esses números refletem uma retração pontual, enquanto a construção civil permaneceu estável, sem variação significativa na ocupação.
Atividades que impulsionaram o emprego
Por outro lado, vários setores mostraram crescimento no emprego. A administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais gerou 522 mil novos postos de trabalho.
Outros setores com alta na ocupação foram:
- Indústria: 67 mil novas vagas
- Transporte: 60 mil
- Outros serviços: 102 mil
- Agricultura: 206 mil
- Comércio: 88 mil
- Informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas: 260 mil
Esses números indicam uma recuperação pontual em segmentos estratégicos da economia, especialmente naqueles ligados a serviços essenciais e à indústria.
Comparação anual
Quando comparado ao mesmo período de 2024, os dados mostram que a maioria das atividades teve crescimento.
O comércio aumentou em 398 mil postos, a indústria em 580 mil, e a administração pública e saúde somaram 677 mil novas contratações.
Setores como construção civil, outros serviços, informação e transporte também registraram acréscimos significativos, reforçando a resiliência do mercado de trabalho em diversas áreas.
Por outro lado, algumas atividades ainda enfrentam redução anual: a agricultura dispensou 111 mil trabalhadores, o setor de alojamento e alimentação teve 64 mil demissões, e os serviços domésticos perderam 137 mil postos em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Contexto e perspectivas
Esses números refletem uma economia em transição e adaptação, em que certos setores sofrem ajustes, enquanto outros se expandem.
Segundo especialistas, a manutenção de empregos em áreas essenciais e o crescimento em setores industriais e de serviços indicam uma tendência de recuperação gradual do mercado de trabalho, mesmo diante de desafios pontuais.
Além disso, os dados reforçam a importância de políticas públicas e investimentos estratégicos para estimular o emprego, especialmente nos setores mais vulneráveis a demissões, como alojamento, alimentação e serviços domésticos.