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Demissões na indústria madeireira que emprega mais de 180 mil brasileiros começam após tarifaço dos EUA e férias coletivas no Paraná

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 29/07/2025 às 17:55
Indústria da madeira inicia demissões no Brasil após tarifa de 50% imposta por Trump
Indústria da madeira inicia demissões no Brasil após tarifa de 50% imposta por Trump
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Empresas como Sudati, Millpar e Brasilpine iniciam cortes e paralisações diante da nova tarifa imposta por Donald Trump

As primeiras demissões na indústria madeireira brasileira começaram a ser confirmadas após o anúncio do tarifaço sobre produtos nacionais exportados para os Estados Unidos. Empresas do setor, especialmente no interior do Paraná, iniciaram férias coletivas e cortes no quadro de funcionários para conter perdas.

Segundo dados da Associação Brasileira de Indústrias de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), o setor emprega cerca de 180 mil pessoas no Brasil, sendo que metade da produção é destinada ao mercado norte-americano. A instabilidade no comércio internacional já gera impactos diretos no emprego e na operação de diversas fábricas.

Sudati confirma demissões e cita incerteza econômica

A Sudati, fabricante de compensados e MDF com unidades no interior do Paraná, confirmou nesta semana a demissão de 100 trabalhadores. Em nota oficial, a empresa informou que a decisão foi motivada pela incerteza gerada pela tarifa de importação de 50% imposta pelos Estados Unidos, ainda sem data final para entrar em vigor.

“A medida se mostrou necessária para garantir o equilíbrio financeiro e a sustentabilidade da operação, sem comprometer os compromissos com clientes, fornecedores e parceiros”, informou a empresa. O setor madeireiro já vinha operando com margens reduzidas, e o novo cenário externo forçou ações imediatas de contenção.

Férias coletivas se espalham pelo setor madeireiro

Além das demissões, férias coletivas vêm sendo adotadas como estratégia preventiva em diversas empresas. A Brasilpine, por exemplo, afastou temporariamente 1.500 dos 2.500 funcionários da empresa. O CEO, Eduardo Loges, justificou a decisão como uma forma de preservar empregos e manter a sustentabilidade da operação no longo prazo.

Situação semelhante ocorre na Millpar, que concedeu 15 dias de férias coletivas para 640 colaboradores da unidade de Guarapuava, na região central do Paraná. Todos os funcionários afetados trabalham na área de manufatura de produtos destinados à exportação. A empresa afirmou que pode estender a medida a mais empregados, dependendo do desenrolar do impasse tarifário.

Abimci pede prorrogação e alerta sobre retaliações

Em nota enviada à imprensa, a Abimci defendeu a prorrogação do prazo de implementação das tarifas pelos EUA como forma de permitir ajustes logísticos e contratuais por parte das empresas brasileiras. A entidade também alertou para os riscos de uma eventual retaliação do governo brasileiro.

“A aplicação de reciprocidade tarifária poderia ser interpretada como retaliação direta, dificultando ainda mais o diálogo entre os países”, afirmou a associação. Para o setor, a manutenção das exportações é vital, e a imposição da nova alíquota coloca em xeque milhares de empregos e a competitividade internacional da indústria madeireira.

Tarifaço já afeta operação de exportadoras no Paraná

O Paraná é um dos estados mais afetados, por concentrar grande parte da produção de madeira processada do país. Fábricas que abastecem diretamente o mercado americano agora enfrentam queda nas encomendas, incerteza nos contratos e encarecimento da logística. A adoção rápida de medidas internas mostra que a crise no setor pode se intensificar nas próximas semanas.

A reação política ao tarifaço ainda é limitada. Até o momento, não há confirmação de tratativas entre Brasil e Estados Unidos para rever a alíquota. Enquanto isso, empresas adotam estratégias defensivas como férias coletivas e demissões seletivas para evitar colapsos maiores na operação.

Você acredita que o Brasil deve negociar com os EUA ou aplicar medidas de reciprocidade para proteger a indústria madeireira?

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Virgínia
Virgínia
30/07/2025 20:14

Quanta gente sem noção, a culpa não é do barba, nem do xandão é do povo do sul. Antas kkkkkkkkkkkkkkk

Marisnei
Marisnei
30/07/2025 02:28

Esse povo do Sul é ****, tinham que falar com o filho, de quem eles apoiam, para parar de trair o Brasil. Agora não querem retaliações, quá quá ra quaquá, são subservientes, lambe botas. O Brasil não pode baixar a cabeça, reciprocidade sim. E esses empresários estão fazendo chantagem, essa chantagem é a demissão que estão promovendo. Querem o Brasil fique de joelhos pra manter os ganhos.

Angélica Peres da Silva da Rocha
Angélica Peres da Silva da Rocha
Em resposta a  Marisnei
30/07/2025 20:04

Bravooooo. Penso o mesmo

Maíra
Maíra
Em resposta a  Angélica Peres da Silva da Rocha
30/07/2025 23:51

Mas se não for para obter ganhos, do que vale uma empresa? Como manter funcionários e toda uma estrutura? Cabeças de porongos!

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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