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De herói a fugitivo: homem dedica a vida a encontrar tesouro de US$ 52 mi do Navio de Ouro — e conseguiu, mas terminou preso

Publicado em 07/10/2025 às 08:46
Naufrágio, Tesouro, Navio de Ouro
Ilustração artístico gerada por IA
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Em 1857, o SS Central America afundou com 21 toneladas de ouro e mais de 400 vítimas, mergulhando os Estados Unidos em crise. Mais de um século depois, o engenheiro que encontrou o tesouro desaparecido acabou preso após esconder parte da fortuna

O naufrágio do SS Central America, conhecido como o “Navio de Ouro”, permanece como um dos episódios mais marcantes do século XIX. A tragédia, que tirou a vida de centenas de pessoas e levou consigo toneladas de ouro recém-extraído da Califórnia, causou um colapso econômico nos Estados Unidos. Mais de um século depois, o engenheiro Tommy Thompson encontrou o lendário tesouro, mas sua glória se transformou em ruína.

O naufrágio que abalou os Estados Unidos

Em 1857, o SS Central America navegava da Califórnia em direção a Nova York, transportando passageiros, correspondências e aproximadamente 21 toneladas de ouro.

Durante o trajeto, o navio foi surpreendido por um furacão na costa da Carolina do Sul.

A embarcação não resistiu à força das ondas e acabou afundando. O desastre deixou mais de 400 mortos e teve reflexos diretos na economia americana, porque a perda de tanto ouro reduziu drasticamente a liquidez do sistema financeiro.

O impacto foi tão grande que o país entrou em uma das crises mais severas do período.

Por décadas, aventureiros e mergulhadores tentaram localizar os destroços, sem sucesso. O navio, escondido a mais de 2.000 metros de profundidade, parecia inalcançável. Até que, em 1988, a história mudou.

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Naufrágio do SS Central América impactou a economia dos EUA: Reprodução

Tommy Thompson e a busca pelo impossível

Tommy Thompson, engenheiro formado em Ohio, decidiu dedicar sua vida a localizar o Navio de Ouro. Para financiar a expedição, ele reuniu 160 investidores que lhe forneceram quase US$ 13 milhões.

Com esse dinheiro, desenvolveu o “Nemo”, um sofisticado veículo subaquático não tripulado, capaz de operar em profundidades superiores a 2.400 metros.

Em setembro de 1988, depois de meses de busca, Thompson e sua equipe conseguiram o que parecia inalcançável.

Encontraram o SS Central America e, logo em seguida, começaram a recuperar barras, moedas e joias que haviam permanecido intactas por mais de 130 anos.

O feito teve enorme repercussão. A imprensa o tratou como um herói nacional, e ele se tornou símbolo de determinação científica e coragem.

Da glória à queda

O brilho, porém, durou pouco. Em 2000, quando o primeiro carregamento do tesouro foi vendido por cerca de US$ 50 milhões, o clima de euforia se desfez.

Investidores e seguradoras alegaram não ter recebido sua parte do dinheiro e acionaram Thompson na Justiça.

Convocado para prestar contas, o engenheiro ignorou as audiências. Em 2012, desapareceu completamente, tornando-se um dos fugitivos mais procurados do país.

Passou anos vivendo em hotéis pagos com dinheiro vivo e usando celulares descartáveis para evitar ser rastreado.

Sua captura só aconteceu em 2015, após uma intensa caçada que envolveu o FBI. Quando foi preso, Thompson se recusou a revelar onde havia escondido o restante do ouro recuperado — cerca de 500 moedas valiosas.

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Uma das barras de ouro encontradas: Reprodução

O tesouro e o mistério que persistem

O tesouro resgatado foi, aos poucos, sendo leiloado. Ainda assim, parte dele permanece desaparecida. Mesmo preso, Thompson nunca revelou o paradeiro das moedas restantes, o que manteve o mistério vivo e alimentou teorias sobre o destino do ouro.

Em janeiro de 2025, um tribunal americano extinguiu a acusação de desacato civil que o mantinha preso até que falasse.

No entanto, ele continua cumprindo pena criminal de dois anos, com término previsto para 2027.

O engenheiro, que um dia foi celebrado como o homem que devolveu à história um dos tesouros mais famosos do mundo, agora vive recluso, sem reconhecimento e sem fortuna.

Um símbolo de ambição e tragédia

O caso do SS Central America continua sendo estudado e debatido porque mistura tragédia humana, impacto econômico e ambição.

O navio representava o auge da Corrida do Ouro e a esperança de um país em expansão. Seu afundamento, porém, revelou a fragilidade de uma economia dependente de um único recurso.

Mais de 160 anos depois, a história ganhou novos contornos com a queda de Tommy Thompson. Seu nome, antes associado à inovação, passou a ser lembrado como exemplo de como a busca pela riqueza pode levar à ruína.

A trajetória do “Navio de Ouro” e de seu descobridor permanece uma das mais intrigantes da história marítima, porque une glória, mistério e decadência em uma narrativa que parece saída de um romance, mas é inteiramente real.

Com informações de ND Mais.

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Romário Pereira de Carvalho

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