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Cidade chinesa que nasceu como vila de pescadores agora lidera o ranking global de inovação com bilhões investidos em pesquisa e desenvolvimento
Uma transformação histórica mudou o cenário da tecnologia mundial em setembro de 2025.
Pela primeira vez desde 2007, a World Intellectual Property Organization (WIPO) colocou o cluster Shenzhen–Hong Kong–Guangzhou (SZ-HK-GZ) como o maior polo de inovação do planeta, segundo o Global Innovation Index (GII) 2025.
O resultado surpreendeu o mundo.
A China ultrapassou o tradicional líder japonês, o cluster Tóquio–Yokohama, e conquistou o topo do ranking que avalia 130 economias globais.
O índice considera 80 indicadores, entre eles infraestrutura, educação, ambiente político, geração de conhecimento e capital de risco.
Assim, o país demonstrou que a inovação pode transformar economias e redefinir fronteiras tecnológicas.
De vila pesqueira a potência tecnológica global
Localizada na província de Guangdong, Shenzhen era uma simples vila costeira até o fim dos anos 1970.
Em 1980, o líder Deng Xiaoping a transformou em zona econômica especial, dentro do programa de Reforma e Abertura.
Essa decisão estratégica deu início a um ciclo de crescimento sem precedentes.
A cidade passou a atrair investimentos estrangeiros, profissionais qualificados e centros de pesquisa de ponta.
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Com o tempo, Shenzhen se tornou um laboratório de inovação e desenvolvimento industrial.
Sua proximidade com Hong Kong acelerou o fluxo de capital e de conhecimento.
Dessa forma, a cidade se consolidou como o maior ecossistema tecnológico da Ásia e o verdadeiro coração da nova economia chinesa.
Indicadores que comprovam a liderança mundial
De acordo com a WIPO, o cluster SZ-HK-GZ apresentou resultados expressivos.
Foram 2.292 pedidos de patentes por milhão de habitantes, 3.775 artigos científicos publicados e 135 operações de capital de risco entre 2020 e 2025.
Esses números colocam a região à frente de polos tradicionais, como Tóquio, Seul e Silicon Valley
Em 2024, Shenzhen investiu 223,66 bilhões de yuans — cerca de US$ 30 bilhões — em pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Esse valor representa 6,46% do PIB municipal, o índice mais alto entre as grandes metrópoles do mundo.
Portanto, a cidade se destaca não apenas pela inovação, mas também pela escala e consistência dos investimentos.
Com isso, a China passou a concentrar 24 dos 100 maiores polos de inovação globais.
Esse desempenho supera o de qualquer outro país, reforçando o protagonismo chinês no cenário tecnológico mundial.
Gigantes da tecnologia moldam o futuro da cidade
A ascensão de Shenzhen é sustentada por um ecossistema robusto.
Entre as empresas que definem esse sucesso estão Huawei, ZTE e BYD, referências globais em tecnologia e manufatura.
Além disso, a cidade abriga instituições de pesquisa renomadas, como o Shenzhen Institute of Advanced Technology (SIAT), ligado à Academia Chinesa de Ciências.
Essas organizações impulsionam o avanço científico com parcerias entre governo, universidades e setor privado.
Graças a esse modelo integrado, Shenzhen se tornou um centro de excelência em inovação aberta, inteligência artificial e manufatura inteligente.
Por consequência, o município consolidou sua posição como modelo para cidades emergentes que buscam unir desenvolvimento econômico e sustentabilidade.
Reconhecimento internacional e expansão financeira
Em apenas três décadas, Shenzhen deixou de ser uma vila rural para se tornar uma metrópole global de classe alfa, segundo a Globalization and World Cities Research Network (GaWC).
Hoje, é também o oitavo centro financeiro mais competitivo do mundo.
Essa conquista resulta de planejamento urbano eficiente, infraestrutura moderna e políticas de inovação consistentes.
Assim, o caso de Shenzhen mostra que a combinação entre educação, tecnologia e investimento público é capaz de transformar o destino de uma região.
A cidade representa o novo equilíbrio da economia mundial, desafiando a hegemonia dos polos tradicionais do Ocidente.
O que representa essa conquista para o futuro da China
Para Francis Gurry, ex-diretor da WIPO, o desempenho do cluster chinês reflete décadas de investimento em ciência e formação técnica.
A experiência de Shenzhen demonstra como a integração entre governo, academia e setor privado cria as bases para um crescimento sustentável e duradouro.
Ainda assim, o desafio continua.
A cidade precisa manter o ritmo de inovação, mas sem comprometer o equilíbrio ambiental e social.
Enquanto o mundo observa o avanço chinês, cresce a expectativa sobre o impacto dessa liderança na economia global e nas futuras disputas tecnológicas.
Será que outras nações conseguirão acompanhar o ritmo de Shenzhen e construir um modelo tão eficiente de inovação e crescimento sustentável?
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