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Da origem libanesa ao império global: como a família Safra construiu um conglomerado bilionário, enfrentou disputas de herança, multas da Lava Jato e se destacou pela filantropia internacional

Escrito por Ana Alice
Publicado em 18/09/2025 às 13:23
Descubra como a família Safra construiu um império financeiro global, da expansão bancária à filantropia bilionária que marca seu legado. (Imagem: Reprodução/IA)
Descubra como a família Safra construiu um império financeiro global, da expansão bancária à filantropia bilionária que marca seu legado. (Imagem: Reprodução/IA)
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A trajetória da família Safra une tradição bancária centenária, expansão internacional e filantropia bilionária. O clã libanês-brasileiro construiu um império financeiro de alcance global e segue influente após a morte de Joseph Safra, em 2020.

Subtítulo: Discrição, expansão internacional e doações bilionárias: como o clã libanês-brasileiro estruturou um dos grupos financeiros mais tradicionais do mundo e segue relevante após a morte de Joseph Safra.

A trajetória da família Safra combina tradição bancária, expansão internacional e forte atuação filantrópica.

O clã, que chegou ao Brasil nos anos 1950, construiu um dos maiores grupos privados do país e manteve relevância global mesmo após a morte de Joseph Safra, em 10 de dezembro de 2020, aos 82 anos, em São Paulo.

Origens no Oriente Médio e chegada ao Brasil

A história da família remonta ao século XIX, no Oriente Médio, onde os Safra já atuavam no comércio e em serviços financeiros.

A partir da década de 1950, parte dos membros se estabeleceu em São Paulo, dando início ao Banco Safra.

Com o tempo, a instituição consolidou-se no segmento de alta renda e empresas, em contraste com bancos voltados ao varejo de massa.

Joseph Safra tornou-se figura central dessa expansão.

Reconhecido como o banqueiro mais rico do mundo, liderou a transformação da instituição em um conglomerado de atuação internacional, sem abrir mão do perfil discreto que marcou a família.

Banco Safra no Brasil

O banco manteve estratégia conservadora de crédito e foco em clientes de patrimônio elevado.

Hoje está entre os maiores bancos privados do país em ativos, figurando de forma recorrente nos principais rankings nacionais e latino-americanos.

A expansão no Brasil foi marcada por operações estratégicas.

Em novembro de 2022, a instituição adquiriu o conglomerado Alfa, em negócio avaliado em aproximadamente R$ 1 bilhão, fortalecendo sua atuação em crédito e investimentos.

Banco Safra estrutura arquitetônica antiga ilustra legado centenário e tradição financeira da Família Safra. (Imagem: Viagens e Expedições)
Banco Safra estrutura arquitetônica antiga ilustra legado centenário e tradição financeira da Família Safra. (Imagem: Viagens e Expedições)

O alcance internacional: J. Safra Group

Fora do Brasil, os negócios estão sob o guarda-chuva do J. Safra Group, que inclui o banco suíço J. Safra Sarasin, adquirido em 2011 do Rabobank por US$ 1,13 bilhão, e o Safra National Bank of New York.

O grupo opera em mais de 25 localidades, consolidando-se como referência em private banking.

Em março de 2025, o J. Safra Sarasin anunciou a compra de 70% do dinamarquês Saxo Bank, por cerca de € 1,1 bilhão.

O movimento ampliou a presença da família em tecnologia de negociação digital e abriu portas para novos mercados.

O grupo também enfrentou desafios regulatórios.

Em agosto de 2025, o Ministério Público da Suíça aplicou multa de 3,5 milhões de francos suíços ao J. Safra Sarasin em um desdobramento da Operação Lava Jato.

O banco não reconheceu culpa criminal, fechou acordo e afirmou ter implementado medidas corretivas.

Disputa sucessória e novo arranjo de poder

A morte de Joseph Safra desencadeou litígios entre os herdeiros.

Alberto Safra, um dos filhos, contestou a partilha e abriu processos em diferentes jurisdições contra a mãe e os irmãos.

O impasse terminou em 19 de julho de 2024, quando as partes anunciaram acordo global.

Com a decisão, Alberto deixou o grupo familiar para tocar seus negócios próprios na gestora ASA Investments.

Vicky Safra, viúva de Joseph, e os demais filhos permaneceram no controle do conglomerado.

O acerto encerrou uma das disputas sucessórias mais relevantes do sistema financeiro brasileiro.

A marca da filantropia

Além da atuação bancária, a família construiu um legado filantrópico de grande escala.

A Vicky Safra Foundation, criada pela viúva de Joseph, financia projetos de saúde, educação, cultura e artes.

Entre os marcos no Brasil está o Pavilhão Vicky e Joseph Safra, inaugurado em 2009 no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Outro pilar é a Edmond J. Safra Foundation, voltada para ciência, assistência social e apoio comunitário.

Hospitais como o Sírio-Libanês e o próprio Einstein estão entre os beneficiados pelas doações da família.

Essas iniciativas reforçam a presença do nome Safra em instituições de referência dentro e fora do país.

Linha do tempo da família Safra

  • 1950s: chegada da família Safra ao Brasil e criação do Banco Safra.
  • 2011: aquisição do Bank Sarasin, na Suíça, que se tornou o J. Safra Sarasin.
  • 2020: falecimento de Joseph Safra, aos 82 anos, em São Paulo.
  • 2022: compra do conglomerado Alfa pelo Banco Safra.
  • 2024: acordo global encerra disputa de herança entre os herdeiros.
  • 2025: J. Safra Sarasin compra 70% do Saxo Bank.

Relevância atual

Hoje, a família Safra mantém um dos impérios financeiros mais tradicionais do mundo, com presença sólida no Brasil, na Suíça e nos Estados Unidos.

O modelo de gestão, marcado por discrição e prudência, permitiu ao grupo atravessar décadas de transformações no setor bancário.

O reforço recente no setor digital, a sucessão organizada após intensas disputas e a continuidade da filantropia indicam que o sobrenome Safra seguirá ocupando espaço relevante nos negócios e na sociedade global.

Em meio a tanta tradição e expansão, surge uma questão: como o grupo vai equilibrar a busca por inovação com a manutenção de um estilo conservador que sempre marcou sua identidade?

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Ana Alice

Redatora e analista de conteúdo. Escreve para o site Click Petróleo e Gás (CPG) desde 2024 e é especialista em criar textos sobre temas diversos como economia, empregos e forças armadas.

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