A trajetória da família Safra une tradição bancária centenária, expansão internacional e filantropia bilionária. O clã libanês-brasileiro construiu um império financeiro de alcance global e segue influente após a morte de Joseph Safra, em 2020.
Subtítulo: Discrição, expansão internacional e doações bilionárias: como o clã libanês-brasileiro estruturou um dos grupos financeiros mais tradicionais do mundo e segue relevante após a morte de Joseph Safra.
A trajetória da família Safra combina tradição bancária, expansão internacional e forte atuação filantrópica.
O clã, que chegou ao Brasil nos anos 1950, construiu um dos maiores grupos privados do país e manteve relevância global mesmo após a morte de Joseph Safra, em 10 de dezembro de 2020, aos 82 anos, em São Paulo.
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Origens no Oriente Médio e chegada ao Brasil
A história da família remonta ao século XIX, no Oriente Médio, onde os Safra já atuavam no comércio e em serviços financeiros.
A partir da década de 1950, parte dos membros se estabeleceu em São Paulo, dando início ao Banco Safra.
Com o tempo, a instituição consolidou-se no segmento de alta renda e empresas, em contraste com bancos voltados ao varejo de massa.
Joseph Safra tornou-se figura central dessa expansão.
Reconhecido como o banqueiro mais rico do mundo, liderou a transformação da instituição em um conglomerado de atuação internacional, sem abrir mão do perfil discreto que marcou a família.
Banco Safra no Brasil
O banco manteve estratégia conservadora de crédito e foco em clientes de patrimônio elevado.
Hoje está entre os maiores bancos privados do país em ativos, figurando de forma recorrente nos principais rankings nacionais e latino-americanos.
A expansão no Brasil foi marcada por operações estratégicas.
Em novembro de 2022, a instituição adquiriu o conglomerado Alfa, em negócio avaliado em aproximadamente R$ 1 bilhão, fortalecendo sua atuação em crédito e investimentos.
O alcance internacional: J. Safra Group
Fora do Brasil, os negócios estão sob o guarda-chuva do J. Safra Group, que inclui o banco suíço J. Safra Sarasin, adquirido em 2011 do Rabobank por US$ 1,13 bilhão, e o Safra National Bank of New York.
O grupo opera em mais de 25 localidades, consolidando-se como referência em private banking.
Em março de 2025, o J. Safra Sarasin anunciou a compra de 70% do dinamarquês Saxo Bank, por cerca de € 1,1 bilhão.
O movimento ampliou a presença da família em tecnologia de negociação digital e abriu portas para novos mercados.
O grupo também enfrentou desafios regulatórios.
Em agosto de 2025, o Ministério Público da Suíça aplicou multa de 3,5 milhões de francos suíços ao J. Safra Sarasin em um desdobramento da Operação Lava Jato.
O banco não reconheceu culpa criminal, fechou acordo e afirmou ter implementado medidas corretivas.
Disputa sucessória e novo arranjo de poder
A morte de Joseph Safra desencadeou litígios entre os herdeiros.
Alberto Safra, um dos filhos, contestou a partilha e abriu processos em diferentes jurisdições contra a mãe e os irmãos.
O impasse terminou em 19 de julho de 2024, quando as partes anunciaram acordo global.
Com a decisão, Alberto deixou o grupo familiar para tocar seus negócios próprios na gestora ASA Investments.
Já Vicky Safra, viúva de Joseph, e os demais filhos permaneceram no controle do conglomerado.
O acerto encerrou uma das disputas sucessórias mais relevantes do sistema financeiro brasileiro.
A marca da filantropia
Além da atuação bancária, a família construiu um legado filantrópico de grande escala.
A Vicky Safra Foundation, criada pela viúva de Joseph, financia projetos de saúde, educação, cultura e artes.
Entre os marcos no Brasil está o Pavilhão Vicky e Joseph Safra, inaugurado em 2009 no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Outro pilar é a Edmond J. Safra Foundation, voltada para ciência, assistência social e apoio comunitário.
Hospitais como o Sírio-Libanês e o próprio Einstein estão entre os beneficiados pelas doações da família.
Essas iniciativas reforçam a presença do nome Safra em instituições de referência dentro e fora do país.
Linha do tempo da família Safra
- 1950s: chegada da família Safra ao Brasil e criação do Banco Safra.
- 2011: aquisição do Bank Sarasin, na Suíça, que se tornou o J. Safra Sarasin.
- 2020: falecimento de Joseph Safra, aos 82 anos, em São Paulo.
- 2022: compra do conglomerado Alfa pelo Banco Safra.
- 2024: acordo global encerra disputa de herança entre os herdeiros.
- 2025: J. Safra Sarasin compra 70% do Saxo Bank.
Relevância atual
Hoje, a família Safra mantém um dos impérios financeiros mais tradicionais do mundo, com presença sólida no Brasil, na Suíça e nos Estados Unidos.
O modelo de gestão, marcado por discrição e prudência, permitiu ao grupo atravessar décadas de transformações no setor bancário.
O reforço recente no setor digital, a sucessão organizada após intensas disputas e a continuidade da filantropia indicam que o sobrenome Safra seguirá ocupando espaço relevante nos negócios e na sociedade global.
Em meio a tanta tradição e expansão, surge uma questão: como o grupo vai equilibrar a busca por inovação com a manutenção de um estilo conservador que sempre marcou sua identidade?