Conflito no Oriente Médio e possível fechamento do Estreito de Ormuz acendem alerta sobre a segurança energética e os custos de produção no país, segundo especialista da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.
A escalada de tensões no Oriente Médio, marcada pelo recente ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas, gera grande preocupação com o aumento no preço internacional do petróleo. Segundo a Firjan, o cenário evidencia a necessidade crítica de o Brasil ampliar suas reservas e modernizar sua capacidade de refino para mitigar os impactos econômicos.
Impacto do conflito no Oriente Médio no preço do petróleo
Karine Fragoso, gerente geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, alertou neste domingo (22) que um possível encarecimento do petróleo no mercado global deve elevar os custos de produção. Esse aumento pode se espalhar por diversas indústrias, impactando diretamente os preços dos derivados e outras cadeias produtivas.
O mercado de energia já enfrenta uma fase de preços elevados globalmente, impulsionado pela busca por matrizes energéticas mais limpas. Uma redução na oferta, com a demanda se mantendo, levaria inevitavelmente a custos mais altos.
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Um ponto crítico para a cadeia de produção global
A preocupação se intensifica com a possibilidade de o Irã fechar o Estreito de Ormuz, uma rota fundamental para o fornecimento mundial de petróleo. “Estamos preocupados pelo preço do petróleo e, também, pelos impactos que o fechamento do Estreito de Ormuz pode ter em outras cadeias de produção”, comentou Fragoso. Ela destacou que, como importador de equipamentos, o Brasil pode ser diretamente atingido pela alta de preços resultante de uma eventual redução na oferta de energia.
A urgência na recomposição das reservas de petróleo do Brasil
A atual conjuntura global destaca a importância estratégica da recomposição das reservas brasileiras de petróleo. “Isso joga luz sobre quão importante é a recomposição das nossas reservas”, afirmou a executiva. Atualmente, o Brasil possui menos de 13 anos de reservas provadas, um número consideravelmente menor que os 23 anos registrados uma década atrás.
Segundo Fragoso, essa situação “acrescenta riscos desnecessários e nos coloca numa posição de desvantagem frente a outras economias”. Para reverter esse quadro, ela defende a exploração de novas fronteiras, como as cinco bacias da Margem Equatorial e a Bacia de Pelotas.
Desafios do refino e a necessidade de modernização da indústria de petróleo nacional
Além de aumentar as reservas, é crucial ampliar a capacidade de refino para o petróleo produzido no Brasil. Fragoso ressaltou a necessidade de adequar o parque industrial de refino, que data da década de 1980. Também é fundamental avançar em uma regulamentação que sirva de incentivo para o aumento da produção em campos maduros, como os localizados na Bacia de Campos, garantindo maior autonomia e segurança para o setor de petróleo do país.