Contingenciamento de recursos deixa aviões da Força Aérea Brasileira à beira da paralisação e ameaça entrega de projetos estratégicos, enquanto o governo avalia a destinação de verbas recém-desbloqueadas.
A Força Aérea Brasileira (FAB) enfrenta uma crise inédita: a falta de recursos ameaça interromper o funcionamento de sua frota, incluindo aviões utilizados no transporte de autoridades de alto escalão.
Segundo dados confirmados pela própria FAB, apenas três dos dez jatos de transporte especial ainda possuem querosene suficiente para operar até o dia 3 de agosto de 2025.
A escassez de combustível é consequência direta do contingenciamento orçamentário imposto ao Ministério da Defesa, refletindo em cortes severos nas atividades e nos projetos estratégicos da Aeronáutica.
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Bloqueio orçamentário e impacto imediato
O alerta, publicado pelo jornal Poder 360, detalha que sete aeronaves da frota já não realizam voos, situação atribuída à limitação de verbas destinadas tanto ao abastecimento quanto à manutenção.
Desde novembro de 2024, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tenta recompor o orçamento da FAB, mas sem sucesso suficiente para reverter o bloqueio de recursos que afeta diretamente as operações da Força.
O orçamento do Ministério da Defesa sofreu, no total, um bloqueio de R$ 2,6 bilhões, dos quais R$ 812,2 milhões atingiram o Comando da Aeronáutica (COMAER).
Dentro desse montante, R$ 483,4 milhões foram retirados das chamadas despesas discricionárias — ou seja, gastos que incluem custeio de insumos básicos e contratos de serviços essenciais — e R$ 328,8 milhões foram cortados de projetos estratégicos, comprometendo cronogramas e entregas de aeronaves e equipamentos considerados prioritários para a defesa nacional.
Mesmo com a reabertura orçamentária promovida na terça-feira (22) passada, quando a equipe econômica do governo federal liberou R$ 20,6 bilhões do orçamento congelado, não há garantia imediata de que a FAB será contemplada com os valores necessários para reequilibrar suas operações.
Segundo informações oficiais, a distribuição detalhada desses recursos entre os órgãos federais só será definida até o fim de julho.
Até lá, permanece a incerteza sobre o funcionamento regular dos aviões de transporte especial.
Atividades e projetos estratégicos em risco
A FAB informou que a restrição orçamentária teve “impacto severo” sobre todas as suas áreas de atuação, atingindo desde as operações aéreas até setores logísticos e administrativos.
A instituição destaca que, no caso dos projetos estratégicos, a redução de 17% do valor originalmente previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) obriga a revisão de contratos e pode provocar atrasos na entrega de novas aeronaves e de sistemas de defesa, considerados essenciais para a modernização e a manutenção da capacidade operacional da Força.
O Decreto nº 12.447, de 30 de maio de 2025, formalizou a contenção de recursos, estabelecendo critérios para priorização de despesas e suspensão de contratos em curso.
De acordo com a nota enviada pela Aeronáutica, as ações de ajuste privilegiaram gastos já assumidos em detrimento de novas aquisições, porém a magnitude dos cortes impôs restrições sem precedentes, com efeitos perceptíveis em praticamente todas as atividades da corporação.
Transporte de autoridades e ordem de prioridade
A crise financeira impacta diretamente o transporte de autoridades, atividade regulamentada pelo Decreto nº 10.267, de 5 de março de 2020.
A ordem de prioridade para uso dos jatos da FAB segue a seguinte sequência:
- Vice-presidente da República
- Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal
- Ministros de Estado
- Comandantes das Forças Armadas e o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas
O ministro da Defesa tem competência para autorizar o uso das aeronaves por outras autoridades nacionais ou estrangeiras, conforme a legislação vigente.
Falta de posicionamento das autoridades
Apesar da gravidade do cenário, até o momento, nem o Ministério da Defesa nem a Presidência da República se manifestaram oficialmente sobre os efeitos do bloqueio orçamentário no abastecimento das aeronaves da FAB.
O silêncio das autoridades ocorre em meio à preocupação de setores estratégicos sobre o impacto dessas limitações na capacidade de resposta do país a situações emergenciais, incluindo operações de resgate, transporte de órgãos para transplantes e ações humanitárias.
Contexto orçamentário e consequências
O bloqueio de verbas para a Aeronáutica é parte de um contexto mais amplo de contenção de gastos federais, motivado pelo objetivo de cumprimento das metas fiscais estabelecidas para o exercício de 2025.
Segundo dados do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 3º bimestre, publicado pelo governo federal, a reabertura parcial do orçamento deve contemplar áreas essenciais, mas o detalhamento das liberações só estará disponível nos próximos dias.
Vulnerabilidade e desafios das Forças Armadas
Além dos efeitos imediatos, a crise na FAB expõe desafios estruturais enfrentados pelas Forças Armadas brasileiras em relação à previsibilidade de financiamento de suas atividades.
A dependência de recursos discricionários para a manutenção de operações consideradas vitais evidencia a vulnerabilidade do setor diante de sucessivos contingenciamentos.
O quadro atual levanta questionamentos sobre a sustentabilidade das operações militares e sobre a capacidade do Brasil de manter sua soberania e cumprir compromissos internacionais caso a crise se prolongue.
Em um cenário de incerteza, autoridades e especialistas acompanham de perto a definição do novo orçamento, avaliando alternativas para mitigar os impactos enquanto não há garantia de recomposição integral dos recursos da Força Aérea Brasileira.
Para você, até que ponto a segurança nacional pode ser comprometida pela dependência de recursos contingenciados e pela falta de previsibilidade orçamentária na manutenção das Forças Armadas brasileiras?
Uma das estratégias do comunismo , é enfraquecer e desmoralizar as forças de segurança do país, convencendo o povo de que , elas são desnecessárias. E cria sua própria guarda presidencial, cuja finalidade principal, é proteger somente quem está no poder de qualquer ameaça. E a população que se dane.
É bom que aposenta esses F5 de uma vez !
Pra que Forças Armadas? Depois da Guerra do Paraguai, só servio para dar golpe de Estado e manter a pobreza pelos oligárcas. Basta manter um Tiro de Guerra como faz a Suisça.