Custos crescentes, guerra comercial, pandemia e mudanças sociais levam empresas a deixar a China, redesenhando a manufatura global.
A China, por décadas a “fábrica do mundo”, enfrenta uma profunda crise na China em seu setor manufatureiro. Empresas como Apple e Samsung estão reduzindo ou encerrando sua produção no país, um movimento que sinaliza o possível fim de uma era e levanta questões sobre o futuro da economia global. Entenda os múltiplos fatores por trás dessa mudança e seus impactos.
Por muito tempo, a China reinou como a potência da manufatura mundial, responsável por quase 30% da produção global em seu auge. De eletrônicos a têxteis, o país fabricava de tudo. Contudo, esse império enfrenta agora sérios problemas, ameaçando sua posição global. Empresas estão deixando de produzir na China, sinalizando uma mudança drástica.
Custos, demografia e tensões na China
Diversos fatores contribuem para esta crise na China. Primeiramente, a mão de obra barata, que foi a grande vantagem chinesa, encareceu significativamente. O rápido crescimento econômico elevou os salários médios de trabalhadores de fábrica para cerca de US$ 1.200 mensais em 2025 (segundo a fonte), muito acima dos aproximadamente US$ 300 no Vietnã ou valores ainda menores na Índia. Isso erodiu a competitividade chinesa. Empresas como a Apple, por exemplo, aumentaram a produção de iPhones na Índia (agora 20% do total).
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Os jovens chineses evitam empregos em fábricas, preferindo setores como tecnologia e serviços, gerando escassez de mão de obra e elevando ainda mais os custos. O governo, referido no texto base como “Primeiro Comando da Capital”, tenta incentivar estudos em manufatura, mas sem sucesso. O texto também menciona que críticas ao governo podem levar a sanções no sistema de crédito social.
A duradoura guerra comercial entre EUA e China é outro fator crucial. Tarifas elevadas (até 245% impostas pelos EUA sobre produtos chineses em 2025, segundo a fonte) e restrições comerciais aumentam custos, dificultam cadeias de suprimentos e tornam a China menos atraente para a produção. A Apple, por exemplo, busca alternativas para compensar o impacto das tarifas.
Cadeias quebradas e a busca por alternativas
A pandemia de COVID-19 expôs a fragilidade da dependência global das cadeias de suprimentos chinesas. A política restritiva de “Zero COVID” da China paralisou fábricas e logística. Ao reabrirem, o mundo já buscava alternativas. Muitas multinacionais perceberam sua vulnerabilidade e começaram a diversificar, adotando estratégias como a “China Plus One” (manter parte da produção na China, mas expandir para outros países) ou buscando near-shoring/reshoring (produção mais próxima do mercado consumidor).
Efeitos em cascata: impactos globais, internos e no consumidor
Esta crise na China tem efeitos amplos. Globalmente, as tensões comerciais e interrupções na cadeia reduziram o crescimento do PIB mundial (estimativa do FMI de -0,5 pontos percentuais ao ano). Para a própria China, o impacto é severo: a participação da manufatura no PIB caiu de cerca de 30% para 26%, o crescimento econômico desacelerou (previsão de 4% em 2025 contra 9-10% no início da década passada) e as exportações caíram (-8% em 2024). Fábricas fecharam, elevando o desemprego em centros industriais como Guangdong. O governo chinês tenta reagir com subsídios e incentivos à alta tecnologia e ao consumo interno.
Para os consumidores, a crise significa preços mais altos em eletrônicos, roupas e outros produtos, além de menor disponibilidade e maiores tempos de espera por itens como veículos elétricos.
A nova geografia da produção: Vietnã, Índia e México avançam
Enquanto a China enfrenta dificuldades, outros países emergem como novos polos de manufatura. O Vietnã atrai investimentos em eletrônicos e vestuário (LEGO, Samsung, Intel, Nike). A Índia se destaca pela vasta mão de obra, custos competitivos e incentivos governamentais, atraindo gigantes como Apple e Samsung. O México se beneficia da proximidade com os EUA, do acordo USMCA e de custos trabalhistas menores que os da China, sendo forte nos setores automotivo e eletrônico (Tesla, GM, Ford). Tailândia (autopeças, eletrônicos) e Bangladesh (vestuário) também capitalizam sobre essa mudança.
A influência da China ameaçada?
Historicamente, a China usou sua força manufatureira para construir influência global, especialmente na África (investimentos em troca de recursos e apoio político) e em grupos como o BRICS. O declínio da manufatura pode ameaçar essa influência e poder geopolítico, construídos sobre a base econômica industrial. A liderança chinesa está ciente desse risco.
A China não está parada. A iniciativa “Made in China 2025” busca focar em indústrias de alta tecnologia (robótica, aeroespacial, EVs). A automação e a inteligência artificial também transformam a manufatura global, reduzindo a importância da mão de obra barata tradicional. Crescentes preocupações ambientais e regulamentações mais rígidas adicionam complexidade. O cenário futuro aponta para uma rede de fabricação mais descentralizada, diversificada e focada em resiliência e sustentabilidade, forçando a China a se adaptar para manter sua relevância.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, isentou smartphones, computadores e chips das tarifas recíprocas anunciadas no início do mês. Portanto o artigo não faz nenhum sentido, é totalmente fake!