Sinais claros de fraqueza preocupam autoridades e mercado global
A economia da China registrou em agosto de 2025 novos indícios de desaceleração, segundo dados oficiais do Escritório Nacional de Estatísticas (ONE).
A produção industrial e o consumo interno cresceram em ritmo mais lento em quase um ano. Isso reforça preocupações sobre a sustentabilidade do crescimento da segunda maior economia do mundo.
Indústria perde força e analistas revisam expectativas
De acordo com o ONE, a produção industrial chinesa aumentou 5,2% em agosto em relação ao mesmo mês de 2024.
-
Brasileiros já pagam mais de R$ 6 bilhões por ano em gastos socioambientais ilegais de Itaipu, criados sem aprovação do Congresso e embutidos na tarifa de energia
-
Nova linha de crédito para reformas habitacionais gera polêmica: subsídio escondido no Tesouro pressiona contas públicas e aumenta risco fiscal
-
Mais de R$ 375 milhões em FGTS atrasado: empregadores domésticos são notificados pelo Ministério do Trabalho
-
Servidores acusam reforma administrativa de precarizar carreiras públicas, reduzir salários iniciais e fragilizar estabilidade histórica no Brasil
Embora positivo, esse foi o ritmo mais fraco desde agosto do ano passado. Além disso, ficou abaixo da projeção de 5,6% feita pela Bloomberg.
O setor imobiliário, que já vinha pressionado por uma crise de endividamento, voltou a registrar queda no preço das novas residências em 65 das 70 cidades analisadas.
Especialistas como Zichun Huang, da Capital Economics, destacaram que parte da desaceleração pode estar ligada a fatores temporários, como condições climáticas.
No entanto, o economista reforçou que o crescimento subjacente segue em queda. Ele afirmou ainda que a pressão por estímulos adicionais tende a aumentar.
Consumo em queda e impacto sobre a confiança dos chineses
As vendas no varejo, principal indicador de consumo no país, tiveram alta de apenas 3,4% em agosto, o menor crescimento desde novembro de 2024.
O resultado também ficou aquém da expectativa de 3,8% da Bloomberg.
Com a queda da confiança dos consumidores, os gastos diminuíram. Isso ameaça a meta oficial de crescimento do governo chinês, fixada em cerca de 5% para 2025.
Além disso, a taxa de desemprego urbano subiu para 5,3% em agosto, contra 5,2% no mês anterior.
Segundo o economista-chefe do ONE, Fu Linghui, “ainda há instabilidade no ambiente externo e muitas empresas enfrentam dificuldades operacionais”.
Ele ressaltou que o cenário exige medidas firmes para equilibrar oferta e demanda no mercado interno.
Tensões comerciais entre China e EUA afetam cenário global
Outro fator de pressão é a relação com os Estados Unidos. Em 2025, os dois países intensificaram as disputas comerciais e tecnológicas.
As tarifas recíprocas chegaram a três dígitos em alguns setores, o que afetou cadeias de suprimento globais.
No entanto, após rodadas de negociações realizadas em Madri no último domingo (14 de setembro de 2025), Washington e Pequim decidiram manter a redução temporária das tarifas até 10 de novembro de 2025.
Nesse acordo, as tarifas foram fixadas em 30% para os EUA e 10% para a China.
Essa trégua trouxe algum alívio, mas especialistas avaliam que a instabilidade permanece alta.
Eles alertam que novas tensões podem voltar a afetar a economia mundial nos próximos meses.
Riscos internos e externos aumentam pressão sobre Pequim
A soma de fatores como a crise imobiliária, a queda no consumo, o aumento do desemprego e as tensões comerciais demonstra que a economia chinesa enfrenta fragilidade.
Ainda que o governo mantenha sua meta de 5%, analistas reforçam que será necessário adotar estímulos adicionais. Isso ajudaria a evitar uma desaceleração mais profunda.
Em síntese, o cenário de agosto evidencia que a recuperação pós-pandemia ainda não alcançou estabilidade.
Por isso, investidores e autoridades internacionais seguem atentos às próximas decisões de Pequim.
Será preciso equilibrar políticas de estímulo com a gestão de riscos externos.