Nesta segunda-feira (17), o peso argentino superou o real brasileiro por volta das 16h, colocando o Brasil na posição de pior desempenho cambial entre os países emergentes este ano.
Até às 16h, o dólar acumulava uma valorização de 10,54% em relação ao real em 2024. Mais tarde, todavia, houve uma redução na diferença em relação ao peso argentino, com ambos os países apresentando queda de 10,48% na moeda no ano.
Conforme informações do site Infomoney, o dólar teve valorização em relação ao real hoje, apesar de ter caído em outros mercados globais.
O índice DXY, que avalia a força do dólar frente a outras moedas desenvolvidas, recuou cerca de 0,2%. O dia foi marcado por menor aversão ao risco global, refletido pelo aumento das bolsas americanas.
-
Bolsista é obrigada a devolver R$ 245 mil à Capes após manter vínculo de trabalho durante pós-doutorado
-
Maior franquia de bolos do Brasil inaugura loja em SP e distribui bolo de graça
-
ITA 2.0? Novo complexo de R$ 3 bilhões com 540 hectares e centro de pesquisa vai produzir 50 aviões por ano, incluindo modelo de luxo e bimotor a etanol
-
Cidade dos bilionários de Santa Catarina surpreende geral com luxo escondido, empresas gigantes, segurança absurda e moradores que andam de carro comum como se nada fosse
| Moeda | País de Origem | YTD% |
| USDBRL | Brasil | -10.54 |
| USDARS | Argentina | -10.485 |
| USDTRY | Turquia | -10.12 |
| USDMXN | México | -8.502 |
| USDTHB | Tailândia | -6.956 |
| USDKRW | Coreia do Sul | -6.521 |
| USDIDR | Indonésia | -5.676 |
| USDCOP | Colômbia | -4.876 |
| USDCLP | Chile | -5.738 |
| USDHUF | Hungria | -5.776 |
A influência dos juros nos EUA no enfraquecimento do real
Especialistas ouvidos pelo portal citado dizem que os juros mais altos nos Estados Unidos têm sido cruciais para a desvalorização do real.
A economia americana aquecida levou o Federal Reserve a manter taxas elevadas, atraindo investimentos e fortalecendo o dólar. Isso tem impactado negativamente o real, com recursos sendo direcionados para o mercado americano.
De acordo com Felipe Pontes, diretor da Avantgarde Asset Management, em entrevista ao portal Infomoney, “os juros americanos são vistos como a referência global livre de risco”.
“Atualmente, os EUA têm taxas em torno de 5,5%, enquanto no Brasil estão em 10,5%, resultando em um spread historicamente baixo de 5 pontos percentuais, incentivando a fuga de capitais”, disse ele.
Impactos internos sobre o real
Internamente, o aumento do chamado “risco Brasil” tem contribuído para a desvalorização contínua do real. Questões fiscais desalinhadas e incertezas políticas têm aumentado o temor quanto à estabilidade econômica do país, afetando negativamente o fluxo de investimentos estrangeiros.
Nesse sentido, também ao portal citado, Rafael Perretti, economista da Clear Corretora, observa que “desde fevereiro, o risco Brasil tem se elevado, refletido no CDS, que está no maior patamar do ano. A desorganização fiscal e inflacionária têm contribuído para isso.”
Quais as previsões e perspectivas para o futuro
O mercado tem indicado uma possível aceleração da inflação no Brasil, impulsionada por fatores fiscais e externos como condições climáticas.
Recentemente, o Boletim Focus revisou recentemente para cima suas projeções para a inflação de 2024. Isso pode afetar o “juro real” brasileiro, diminuindo a atratividade dos investimentos no país frente aos papéis americanos.
Outro fator além dos mencionados é a recente queda nos preços das commodities, como o petróleo e minério de ferro. Tais fatos, conforme especialistas no assunto, têm contribuído para a pressão de baixa sobre o real. A redução nos preços internacionais afeta negativamente a balança comercial brasileira, adicionando mais desafios à estabilidade da moeda.
Por outro lado, na Argentina, as mudanças nas políticas econômicas realizadas recentemente indicam uma recuperação gradual, influenciando na relativa aproximação entre o real e o peso argentino.



Seja o primeiro a reagir!