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Crise Cambial: Peso Argentino supera Real e Brasil tem moeda com pior performance em 2024; país enfrenta desafios econômicos

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 18/06/2024 às 03:34

Nesta segunda-feira (17), o peso argentino superou o real brasileiro por volta das 16h, colocando o Brasil na posição de pior desempenho cambial entre os países emergentes este ano.

Até às 16h, o dólar acumulava uma valorização de 10,54% em relação ao real em 2024. Mais tarde, todavia, houve uma redução na diferença em relação ao peso argentino, com ambos os países apresentando queda de 10,48% na moeda no ano.

Conforme informações do site Infomoney, o dólar teve valorização em relação ao real hoje, apesar de ter caído em outros mercados globais.

O índice DXY, que avalia a força do dólar frente a outras moedas desenvolvidas, recuou cerca de 0,2%. O dia foi marcado por menor aversão ao risco global, refletido pelo aumento das bolsas americanas.

MoedaPaís de OrigemYTD%
USDBRLBrasil-10.54
USDARSArgentina-10.485
USDTRYTurquia-10.12
USDMXNMéxico-8.502
USDTHBTailândia-6.956
USDKRWCoreia do Sul-6.521
USDIDRIndonésia-5.676
USDCOPColômbia-4.876
USDCLPChile-5.738
USDHUFHungria-5.776
Como estava o acumulado de desvalorização em 2024 até às 16h desta segunda. (Fonte: Bloomberg)

A influência dos juros nos EUA no enfraquecimento do real

Especialistas ouvidos pelo portal citado dizem que os juros mais altos nos Estados Unidos têm sido cruciais para a desvalorização do real.

A economia americana aquecida levou o Federal Reserve a manter taxas elevadas, atraindo investimentos e fortalecendo o dólar. Isso tem impactado negativamente o real, com recursos sendo direcionados para o mercado americano.

De acordo com Felipe Pontes, diretor da Avantgarde Asset Management, em entrevista ao portal Infomoney, “os juros americanos são vistos como a referência global livre de risco”.

“Atualmente, os EUA têm taxas em torno de 5,5%, enquanto no Brasil estão em 10,5%, resultando em um spread historicamente baixo de 5 pontos percentuais, incentivando a fuga de capitais”, disse ele.

Impactos internos sobre o real

Internamente, o aumento do chamado “risco Brasil” tem contribuído para a desvalorização contínua do real. Questões fiscais desalinhadas e incertezas políticas têm aumentado o temor quanto à estabilidade econômica do país, afetando negativamente o fluxo de investimentos estrangeiros.

Nesse sentido, também ao portal citado, Rafael Perretti, economista da Clear Corretora, observa que “desde fevereiro, o risco Brasil tem se elevado, refletido no CDS, que está no maior patamar do ano. A desorganização fiscal e inflacionária têm contribuído para isso.”

Quais as previsões e perspectivas para o futuro

O mercado tem indicado uma possível aceleração da inflação no Brasil, impulsionada por fatores fiscais e externos como condições climáticas.

Recentemente, o Boletim Focus revisou recentemente para cima suas projeções para a inflação de 2024. Isso pode afetar o “juro real” brasileiro, diminuindo a atratividade dos investimentos no país frente aos papéis americanos.

Outro fator além dos mencionados é a recente queda nos preços das commodities, como o petróleo e minério de ferro. Tais fatos, conforme especialistas no assunto, têm contribuído para a pressão de baixa sobre o real. A redução nos preços internacionais afeta negativamente a balança comercial brasileira, adicionando mais desafios à estabilidade da moeda.

Por outro lado, na Argentina, as mudanças nas políticas econômicas realizadas recentemente indicam uma recuperação gradual, influenciando na relativa aproximação entre o real e o peso argentino.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015. Especialista em temas como política, empregos e economia.

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