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Tarifas dos EUA contra a China causam queda de US$ 18 bi em criptomoedas e elevam tensões sobre terras raras.
Uma nova escalada na guerra comercial entre EUA e China causou um forte abalo no mercado de criptomoedas nesta sexta-feira (10/10/2025). A ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa adicional de 100% sobre importações chinesas levou a uma liquidação recorde de ativos digitais, totalizando US$ 18 bilhões em poucas horas.
O episódio, segundo especialistas, expôs a fragilidade da alavancagem do setor e trouxe à tona o impacto das tensões sobre terras raras, recursos estratégicos dominados pela China.
De acordo com dados da plataforma CoinGlass, Bitcoin, Ether e Solana estiveram entre as criptomoedas mais afetadas pela queda.
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O movimento ocorreu em meio a uma onda de vendas que também atingiu Wall Street, com o Nasdaq e o S&P 500 registrando suas maiores baixas em seis meses.
Bitcoin, Ether e Solana acumulam perdas bilionárias
Em apenas 24 horas, o mercado cripto perdeu bilhões de dólares em valor. A CoinGlass reportou que US$ 5 bilhões em Bitcoin, US$ 4 bilhões em Ether e US$ 2 bilhões em Solana foram liquidados entre quinta e sexta-feira.
O site classificou o episódio como “o maior evento de liquidação na história das criptomoedas”, em postagem no X (antigo Twitter).
O Bitcoin chegou a cair quase 10% nos últimos cinco dias, sendo negociado a US$ 111.616,20 na tarde de sexta-feira, após tocar US$ 103.000 no início do dia.
Já o Ether, segunda maior moeda digital, despencou 14,2%, passando de US$ 4.365,63 para US$ 3.742,88. O Solana, por sua vez, caiu quase 20%, sendo cotado a US$ 178,72 no mesmo período.
Trump endurece discurso e amplia incertezas no mercado
A recente turbulência ocorre em meio a uma guinada de política econômica de Donald Trump, que, desde o retorno ao poder, adotou um tom mais agressivo em relação à China e mais simpático ao universo das criptomoedas.
Apesar de inicialmente criticar o Bitcoin como “baseado em nada”, Trump passou a se aproximar dos investidores cripto, chegando a lançar sua própria moeda meme e prometendo criar uma reserva estratégica de criptomoedas.
Recentemente, o presidente também assinou uma ordem executiva permitindo a inclusão de ativos digitais em planos 401(k) — modalidade de previdência privada dos EUA — o que ajudou o Bitcoin a atingir um recorde histórico de US$ 124.000 na semana passada.
No entanto, o novo pacote de tarifas contra a China e as ameaças de retaliação de Pequim reacenderam o temor de uma nova guerra comercial, levando investidores a buscarem liquidez imediata e abandonarem posições de risco.
Disputa por terras raras amplia tensão entre EUA e China
As terras raras, minerais essenciais para a produção de chips, baterias e equipamentos de energia limpa, tornaram-se o novo ponto de tensão entre as duas maiores economias do mundo.
Na quinta-feira (09/10/2025), a China aumentou as restrições à exportação desses materiais estratégicos, provocando reações em Washington.
Autoridades norte-americanas afirmaram que Pequim teria adiado negociações sobre o tema, o que ampliou a incerteza nos mercados globais.
Enquanto isso, Trump declarou que “os EUA não querem prejudicar a China”, tentando conter o impacto político e econômico de suas próprias medidas.
Entretanto, analistas veem a movimentação chinesa como uma resposta direta às tarifas impostas pelos EUA, que ameaçam setores cruciais da economia global.
O resultado imediato foi uma forte aversão ao risco, refletida na queda das criptomoedas e na desvalorização das bolsas.
Mercado em alerta e perspectivas
Com a volatilidade crescente, investidores e analistas avaliam que o episódio pode marcar um ponto de virada na relação entre criptomoedas, política internacional e comércio global.
O impacto das tarifas e das disputas por terras raras reforça a dependência das moedas digitais em relação ao cenário macroeconômico.
Embora alguns especialistas acreditem que o mercado cripto possa se recuperar rapidamente, outros alertam que a instabilidade geopolítica e as políticas protecionistas dos EUA e China podem manter os preços pressionados no curto prazo.
Assim, a liquidação de US$ 18 bilhões não é apenas um reflexo de nervosismo passageiro, mas um sinal de alerta sobre os riscos de interdependência entre finanças digitais e disputas comerciais internacionais.
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