Em países como Tailândia, Austrália e China, milhares de crocodilos são criados em escala industrial, alimentados com ração especial e abatidos com precisão para abastecer marcas como Hermès e Louis Vuitton
Fazendas de crocodilos espalhadas por mais de 30 países estão revolucionando a pecuária moderna ao criar, alimentar e processar dezenas de milhares de répteis por ano para atender à crescente demanda por carne exótica e couro de alto valor no setor de moda e gastronomia.
Criadas em áreas de até 100 mil metros quadrados, as modernas fazendas de crocodilos utilizam tecnologia de ponta para controlar a reprodução, alimentação e crescimento dos animais. O processo começa com a coleta de ovos durante a temporada de acasalamento, entre abril e agosto, quando fêmeas são direcionadas a tanques artificiais e monitoradas por especialistas.
Cada ninho pode conter entre 20 e 80 ovos, que são recolhidos em até 24 horas e incubados em câmaras climatizadas com temperaturas controladas para garantir o desenvolvimento saudável dos embriões. Curiosamente, o sexo dos filhotes é definido pela temperatura da incubação: acima de 32 °C, nascem mais machos; abaixo de 30 °C, predominam as fêmeas.
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Após 75 a 90 dias, os filhotes eclodem e são transferidos para viveiros onde recebem dieta rica em proteínas, composta por peixes e frango. Alimentados duas vezes ao dia, eles desenvolvem ossos e músculos até alcançarem o peso ideal. Na fase adulta, a alimentação é reduzida para evitar obesidade, mantendo o foco na qualidade da carne e do couro.
Abate controlado e aproveitamento completo do animal
Ao atingirem de dois a três anos de idade, os crocodilos são submetidos a técnicas de atordoamento, como choque elétrico, para reduzir o estresse antes do abate. O processo visa preservar a integridade do couro e garantir a qualidade da carne. Após serem imobilizados, os animais são levados para unidades especializadas de processamento.
O abate é feito por profissionais treinados, que realizam cortes precisos para extração da pele pela parte do abdômen, área mais valorizada no mercado de moda. O couro é então limpo, tratado com sal ou congelado, e posteriormente enviado a curtumes que realizam o tingimento e acabamento conforme exigências de marcas de luxo internacionais.
Além do couro, a carne do crocodilo é valorizada por seu alto teor de proteína e baixa gordura. O corte mais apreciado é o da cauda, que representa cerca de 50% da carne aproveitável e é servido em pratos sofisticados em restaurantes da Ásia, Europa e América do Norte.
Da fazenda à passarela: couro avaliado em até US$ 10 mil
O couro extraído passa por um rigoroso processo de avaliação, onde são considerados critérios como tamanho, espessura, uniformidade das escamas e ausência de defeitos. Apenas peles premium seguem para as etapas finais de acabamento, como polimento, tingimento com efeitos especiais e aplicação de cera protetora.
Essas peles podem valer de centenas a mais de dez mil dólares por unidade, dependendo da qualidade. Após o processamento final, são enviadas a marcas como Hermès, Louis Vuitton e Gucci, onde se transformam em bolsas, sapatos e acessórios comercializados por valores altíssimos.
A cadeia produtiva é altamente controlada para garantir rastreabilidade, bem-estar animal e conformidade com normas internacionais. Com isso, a criação de crocodilos tornou-se uma das atividades agroindustriais mais lucrativas do mundo, combinando tradição, ciência e luxo.
Amigo, quando usar fotos por IA, a boa prática exige o aviso aos leitores 😉
Nao houve uso de IA,é que a esteira atordoa os animais antes do abate