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Covid-19 atrasará entrega de 5 FPSO’s chineses da Petrobras, veja outros impactos da pandemia no mercado de O&G

Escrito por Renato Oliveira
Publicado em 12/04/2020 às 09:44
Petrobras FPSO's chineses O&G petróleo
P-71 da Petrobras transportada pela Boskalis

Incluindo a Petrobras, uma análise do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo) levando se em conta fonte de dados de instituições públicas e privadas, trazem previsões nada agradáveis para o mercado de petróleo que vinha se recuperando e com perspectivas de crescimento a médio prazo.

A rápida propagação do Covid-19 impactará as economias globais, visto que iniciada na China, a pandemia já alcançou todos os continentes e hoje só faz aumentar as estatísticas de casos e mortes desafiando as autoridades de saúde ao redor de todo o mundo.

A China, por ter sido o primeiro país afetado pela doença, foi também o primeiro que sentiu economicamente a crise. A Agência Internacional de Saúde (IEA, na sigla em inglês), estima que a demanda chinesa por petróleo no primeiro quadrimestre de 2020, seja 1,8 milhão de barris/dia inferior a de 2019. Vale lembrar que a China é a responsável por 16% do PIB da economia mundial e que em níveis globais isto se reflete em impactos diretos na atividade econômica de todos os países.

Petrobras afetada

Olhando pelo lado da indústria do Petróleo, projeta-se um atraso na entrega de 22 dos 28 FPSO’s encomendados no mundo, sendo que 18 destes FPSO’s dependem de estaleiros chineses e 5 deles pertencem à Petrobras. As paradas de produção e interrompimento do fornecimento de materiais pode chegar a um ano e representará um acréscimo de aproximadamente 30% de atraso nos cronogramas de construção das plataformas.

Outro fator que afetará o mercado brasileiro de petróleo é o fato de que a China (segundo maior consumidor do mundo). Terá o enfraquecimento da demanda chinesa por petróleo e derivados de 10% se comparado a 2018 e o país é o maior comprador de petróleo brasileiro bruto.

A queda de demanda chinesa poderá ser vista no setor de transportes e turismo, com cancelamento de 200 mil voos com consequentemente diminuição no número de passageiros e fretes, paralisação de linhas de produção e quedas de 32% nas chamadas portuárias.

Outro fator que leva a crer que teremos dias difíceis pela frente é a falta de acordo para novos cortes de produção entre a Russia e a Arábia Saudita, que levou ao anuncio de aumento da produção e do desconto no barril por esta última, o que causou a queda do preço para inacreditáveis US $ 25,1.

Enfim, esta falta de acordo da OPEP+ em relação aos cortes de produção e a disseminação do COVID-19 farão com que as instituições tomem ações de revisar para baixo suas projeções de demanda e preço do Petróleo.

Petrobras interrompe produção de petróleo em seis plataformas da Bacia de Campos, no RJ e anuncia corte de 200 mil barris diários em sua produção. 

Renato Oliveira

Engenheiro de Produção com pós-graduação em Fabricação e montagem de tubulações com 30 anos de experiência em inspeção/fabricacão/montagem de tubulações/testes/Planejamento e PCP e comissionamento na construção naval/offshore (conversão de cascos FPSO's e módulos de topsides) nos maiores estaleiros nacionais e 2 anos em estaleiro japonês (Kawasaki) inspecionando e acompanhando técnicas de fabricação e montagem de estruturas/tubulações/outfittings(acabamento avançado) para casco de Drillships.

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