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Após prejuízo recorde de R$ 4,3 bilhões, governo prepara socorro bilionário e tenta salvar os Correios com empréstimo de R$ 1,8 bilhão

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 18/09/2025 às 23:50
Após registrar prejuízo de R$ 4,3 bilhões, os Correios podem receber um empréstimo de R$ 1,8 bilhão para evitar um colapso histórico.
Após registrar prejuízo de R$ 4,3 bilhões, os Correios podem receber um empréstimo de R$ 1,8 bilhão para evitar um colapso histórico.
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Crise financeira inédita pressiona o governo a intervir nos Correios com um plano urgente de empréstimo bilionário para evitar o colapso.

A crise nos Correios se aprofundou com a divulgação, no início deste mês, de um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025.

O resultado negativo mais do que triplicou em relação ao mesmo período do ano passado, quando a estatal havia registrado perdas de R$ 1,3 bilhão.

Os números foram apresentados pela ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) e acenderam um alerta definitivo sobre a saúde financeira da companhia.

A receita líquida de vendas e serviços caiu de R$ 9,283 bilhões no primeiro semestre de 2024 para R$ 8,185 bilhões no mesmo período de 2025, enquanto as despesas gerais e administrativas dispararam de R$ 1,959 bilhão para R$ 3,414 bilhões.

O relatório financeiro destaca ainda uma retração significativa no segmento internacional, causada por alterações regulatórias que reduziram o volume de postagens e aumentaram a concorrência, provocando queda nas receitas.

A empresa reconhece que enfrenta “restrições financeiras decorrentes de fatores conjunturais externos que impactaram diretamente a geração de receitas”.

Apesar disso, críticos da atual gestão afirmam que a direção tem sido lenta na adoção de ajustes estruturais para conter a sangria financeira e evitar um colapso operacional.

Para tentar reverter o cenário, os Correios anunciaram recentemente um plano de venda de imóveis e a abertura de um programa de demissões voluntárias, além do lançamento de um marketplace em parceria com a Infracommerce.

No entanto, essas iniciativas são vistas como insuficientes para recolocar a empresa no azul diante da velocidade com que os prejuízos crescem.

Pressão sobre a gestão e plano de emergência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu Emmanoel Schmidt Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil, para a presidência dos Correios.

Precatórios em disparada e risco de bloqueios

A troca de comando na estatal, oficializada após meses de indefinição, acelerou a elaboração de um plano emergencial para impedir o colapso financeiro.

A estratégia inclui renegociar um empréstimo de R$ 1,8 bilhão contratado com bancos privados e injetar recursos do Tesouro Nacional.

Segundo a Folha de S. Paulo, o estoque de precatórios saltou de R$ 940 milhões em abril para R$ 2,1 bilhões em junho, criando risco de acionamento de cláusulas restritivas (covenants).

Se os covenants forem disparados, os bancos podem reter recebíveis e antecipar a cobrança da dívida, deixando a estatal sem liquidez para pagar despesas básicas e forçando sua dependência direta do Orçamento da União.

Tesouro e bancos buscam saída

Integrantes do Ministério da Fazenda defendem que o anúncio de um aporte federal é essencial para acalmar os credores e evitar a execução antecipada do contrato.

Dentro da equipe econômica, cresce o entendimento de que o governo não pode adiar uma decisão.

Caso os contratos sejam executados, os Correios passariam a depender de forma contínua do Tesouro, o que aumentaria os gastos obrigatórios e reduziria espaço para políticas públicas.

Novo comando, velhos problemas

Lula confirmou a escolha de Emmanoel Schmidt Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil, para a presidência da estatal. Segundo a Secom, ele é um técnico experiente e terá como missão imediata apresentar um plano de reestruturação.

Até então, a empresa era conduzida interinamente por Fabiano Silva, que pediu demissão em julho. Em nota, os Correios afirmaram que estão implementando medidas de reequilíbrio financeiro, como a criação de um Comitê Executivo de Contingência, aumento de receitas via diversificação de serviços e ganhos de produtividade.

O marketplace lançado recentemente é apontado como o principal destaque, enquanto outras iniciativas seguem sob sigilo.

Alternativas em análise

Além do aporte direto, o governo avalia medidas paralelas para dar fôlego à estatal. A Caixa Econômica Federal estuda a compra de imóveis dos Correios e possíveis sinergias em serviços financeiros.

Nos bastidores, a avaliação predominante é que a União terá de intervir financeiramente para assegurar a sobrevivência da estatal e evitar que a crise se transforme em um problema fiscal mais amplo.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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