Países em desenvolvimento fortemente endividados (o caso do Brasil), particularmente os exportadores de commodities, enfrentam ameaça excepcional com o pandemia do coronavírus
A pandemia coronavírus causará um colapso na economia chinesa que por conseguinte afetará diretamente outros países. As consequências geradas pelo covid-19 na economia global ainda não foram mensuradas, mas o mundo já começa a sentir a enorme crise. Petrobras pede desembolso de 8 bilhões de dólares aos bancos para reforçar liquidez em meio a crise do coronavírus
Leia também
- Apesar da crise, Petrobras recebe propostas para o afretamento do FPSO de Mero 3
- Amaggi com 51 vagas de emprego para Ajudantes, Eletricistas, Mecânicos, Técnicos, Engenheiros neste dia
- 349 vagas de emprego para ensino fundamental, médio e superior nos cargos operacionais e administrativos pela ManpowerGroup
A área industrial, o mercado de varejo e os investimentos em ativos fixo, são os que mais vem sofrendo impacto com o novo coronavírus, porém de acordo com o Escritório Nacional de Estatística da China o pior ainda está por vir os danos causados pelo covid-19 vão aumentar os temores de uma recessão global.
- Novo exame psicológico para a renovação da CNH no Brasil: novos testes avaliam se o motorista está psicologicamente apto para encarar o trânsito
- Detran enviou notificações massivas a motoristas, informando sobre a suspensão e até a cassação de CNHs devido a infrações de trânsito em 2020
- A partir desse ano: simplificação no rebaixamento de categoria da CNH elimina custos e exames obrigatórios para motoristas que não precisam mais de habilitação para veículos de grande porte
- Posto rival da Shell retorna ao Brasil após 19 anos visando dominar o mercado e desafiar gigantes, incluindo a Petrobras
A pandemia migrou para a europa, onde Espanha e Itália são os países que mais vem sofrendo com o surto. Até o dia 20 de março, foram registrados nos dois países 80 mil pessoas infectadas e mais de 6 mil mortes. Somente de sábado para domingo quase 800 pessoas vieram a óbito na Itália, local onde mais pessoas morreram no mundo, 4.825.
Na China a produção industrial sofreu um forte impacto no comparativo anual, caindo 13,5 %, sendo a primeira contração desde janeiro de 1990. Analistas esperavam uma queda de 3% nesse indicador.
O mercado do varejo considerado a segunda economia mundial, sofreu uma forte queda de 20,5% em relação ao ano anterior, o maior declínio da série histórica. O mercado falava em queda de 4%.
Despesas com itens que incluem infraestrutura, propriedades, máquinas e equipamentos considerados ativos fixos, registraram uma enorme queda de 24,5%, seis vezes mais do que analistas previam.
Os números mostram as consequências geradas na economia chinesa em meio ao novo coronavírus, onde a China teve que tomar medidas duras como fechamento de fábricas e lojas em todo o país por várias semanas, para poder conter a disseminação do vírus em seu território.
A China vem retomando aos poucos suas atividades industriais, até o dia 16 de março a economia chinesa operava com 69,5% de sua produção, porém a crise ocasionada pelo coronavírus mostra de forma clara aos economistas que os dois lados da economia, a cadeia de suprimentos e a demanda são fortemente afetados pelo covid-19
“As restrições à atividade industrial foram resolvidas em sua maioria. A grande preocupação agora para as empresas é a demanda fraca”, afirmou a consultoria.
A China representa hoje um terço da manufatura mundial, sendo o maior exportador de mercadorias do planeta —, o que acontece no país asiático terá um impacto global.
Os danos causado pelo coronavírus representa a “maior ameaça à economia global desde a crise financeira de 2008”. No início deste mês, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) previu que a pandemia poderia custar à economia global até US$ 2 trilhões neste ano (cerca de R$ 10 trilhões).
O impacto do covid-19 sobre a economia brasileira
“Os países em desenvolvimento fortemente endividados (o caso do Brasil), particularmente os exportadores de commodities, enfrentam uma ameaça excepcional”, devido ao menor retorno das exportações atrelado a um dólar mais forte, alertou Richard Kozul-Wright, diretor da divisão de estratégias de globalização e desenvolvimento da UNCTAD.
Desde o início do ano as análises sobre as consequências geradas pelo coronavírus na economia do Brasil, mostram um cenário cada vez mais negativo.
Em fevereiro, o governo previa um impacto em torno de 1 ponto percentual no crescimento previsto em torno de 2% do PIB. Na última sexta-feira (20), a equipe econômica do país cortou sua projeção oficial de 2,1% para 0,02%.
De acordo com analistas e pesquisadores, o Brasil pode passar por uma crise econômica em escala de comparação com a enfrentada em 2008 e a greve dos caminhoneiros em 2018.
O PIB brasileiro pode recuar 4,4% em 2020, segundo estudos da Fundação Getulio Vargas. Já o banco Itaú estima que se a economia brasileira sofrer uma paralisação tal qual ocorreu na China durante as quarentenas impostas, o PIB pode cair 0,7% neste ano.