Pesquisadores monitoram Contender, o maior tubarão-branco do Atlântico, para entender suas migrações, crescimento e impacto no ecossistema marinho.
Com mais de quatro metros de comprimento e pesando cerca de 750 quilos, um tubarão-branco batizado de “Contender” está sendo monitorado por cientistas da organização internacional OCEARCH.
A marcação do animal foi realizada no início de 2025, em águas profundas a cerca de 72 km da costa dos EUA, entre os estados da Flórida e da Geórgia.
Através de um sistema de rastreamento por satélite, os pesquisadores acompanham os movimentos do predador em tempo real.
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O objetivo do estudo é aprofundar o conhecimento sobre o comportamento, a migração e, principalmente, os mistérios da reprodução do maior tubarão-branco já documentado no Atlântico Norte.
O que torna Contender um tubarão-branco tão especial?
Contender não é apenas mais um tubarão no oceano.
Seu tamanho impressionante e a possibilidade de ainda estar em crescimento o colocam como um dos maiores exemplares da espécie já monitorados por cientistas.
De acordo com os pesquisadores, o animal mede mais de 4,2 metros e pesa cerca de 750 kg, números que superam a média de tubarões-brancos adultos, que normalmente têm entre 3,5 e 4 metros.
O nome “Contender” (“desafiante”, em inglês) foi escolhido justamente porque ele disputa o posto de maior tubarão-branco em atividade.
Como o maior tubarão-branco é monitorado?
Logo após a captura e liberação, o Contender recebeu uma SPOT tag, um tipo de transmissor que envia dados via satélite sempre que o animal se aproxima da superfície do mar.
Essa tecnologia permite que os cientistas acompanhem seus deslocamentos, velocidades e padrões de mergulho.
As informações são atualizadas em uma plataforma online da OCEARCH, que também disponibiliza o histórico de outros grandes predadores rastreados pelo projeto.
Além da localização, a tag fornece dados ambientais, como a temperatura da água e profundidade, fundamentais para entender o ambiente preferido do maior tubarão-branco já estudado na região.
Um predador em constante movimento
Desde que foi marcado, Contender tem mostrado um padrão migratório típico de tubarões-brancos do Atlântico Norte.
Durante o verão, ele migrou para as regiões mais frias ao norte dos EUA e do Canadá, onde focas são abundantes — uma de suas principais fontes de alimento.
Esse comportamento é estratégico: ao acumular energia no verão e outono, o animal se prepara para a longa jornada de retorno às águas mais quentes no inverno.
A travessia mais impressionante de Contender até agora foi uma viagem de 1.400 km entre Massachusetts e o Golfo de São Lourenço, realizada em apenas 73 dias.
O impacto ecológico do Contender
Segundo Chris Fischer, fundador da OCEARCH, o maior tubarão-branco exerce um papel essencial no equilíbrio dos ecossistemas marinhos.
A presença de grandes tubarões modifica o comportamento das focas. Elas caçam menos peixes, o que ajuda a preservar os estoques pesqueiros da região, afirmou Fischer.
Ou seja, mesmo sem saber, o Contender ajuda a manter a saúde dos oceanos ao controlar populações de predadores intermediários.
Ainda há muito a descobrir sobre tubarões-brancos
Apesar de décadas de pesquisa, pouco se sabe sobre o ciclo reprodutivo dos tubarões-brancos.
O local exato onde acasalam ou onde os filhotes nascem permanece um mistério. Por isso, acompanhar um exemplar como o Contender é tão valioso.
Ele pode ajudar os cientistas a identificar áreas de reprodução e compreender melhor os hábitos migratórios da espécie — algo fundamental para estratégias de conservação e proteção dos mares.
Contender pode ser o maior tubarão-branco monitorado atualmente, mas há indícios de que ele ainda está crescendo.
Com informações da Revista Fórum.