Dando início oficial à privatização da Eletrobras, o MME e o Ministério da Economia se reuniram com representantes do setor na Bolsa de Valores do Brasil (B3), mas foram criticados por manifestantes que alegam irregularidades no projeto de desestatização.
Na tarde da última terça-feira, (14/06), o Presidente Jair Bolsonaro, e os ministros do Ministério de Minas e Energia (MME) e do Ministério de Economia se reuniram na Bolsa de Valores do Brasil, a B3, localizada em São Paulo, para oficializar a privatização da Eletrobras. No entanto, a cerimônia não foi bem recebida pelo público, que realizou fortes protestos na parte de fora do local, alegando uma série de irregularidades no modelo de concessão.
Evento na Bolsa de Valores do Brasil com representantes do MME, do Ministério da Economia e o Presidente Jair Bolsonaro marca início oficial da privatização da Eletrobras
O presidente da República Jair Bolsonaro e os ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, assistiram à cerimônia de oficialização da privatização da Eletrobras na B3 nesta terça-feira. E, além dos executivos, também compareceram à cerimônia o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano e diversos ex-ministros do governo federal, para mobilizar o governo nacional para o novo projeto de desestatização da companhia.
O evento foi realizado para marcar de forma oficial o início dos processos para a concessão da empresa à iniciativa privada e o presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp Nascimento, ressaltou que não tem dúvidas quanto à necessidade da privatização e quanto aos benefícios futuros para a empresa.
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Já o presidente Jair Bolsonaro esteve presente na B3 para a cerimônia, mas não realizou nenhum discurso ou pronunciamento quanto ao modelo de concessão da companhia energética. O presidente do MME aproveitou o momento para destacar que o Brasil passa agora para uma nova fase nos projetos de privatização.
E, além do presidente da Eletrobras e do ministro do MME, Paulo Guedes, do Ministério da Economia, também realizou um pronunciamento e disse que a privatização da empresa traz o sentimento de um filho sair da casa dos pais.
O executivo ainda afirmou que esse é o momento para o mundo observar a maior empresa de energia limpa e renovável do mundo estar livre para o mercado privado. Assim, o evento foi finalizado com fortes perspectivas de aceleração do processo por parte do MME e do Ministério da Economia.
Sindicatos e população realizam protestos contra a privatização durante evento realizado pelo MME e pelo Ministério da Economia na B3
Embora a cerimônia de privatização da Eletrobras na B3 tenha parecido calma de início, do lado de fora do local, diversos sindicatos e representantes do setor energético se manifestaram quanto à desestatização da empresa.
O principal argumento contra o MME, o Ministério da Economia e o presidente Jair Bolsonaro é o fato do governo estar entregando a maior empresa de energia limpa e renovável ao mercado privado, sem medir as consequências da decisão.
Assim, Fabíola Latino, coordenadora do Coletivo Nacional dos Trabalhadores Eletricitários (CNE), protestou: “A privatização da Eletrobras vai aumentar a nossa conta de luz. E não é só a conta de luz da conta que pagamos na nossa casa. A Eletrobras é a maior empresa de geração e transmissão da América Latina, é início da cadeia produtiva do Brasil. O aumento refletirá na cadeia industrial produtiva, vai acabar com o pouco desenvolvimento que estamos tendo hoje”.
Além do CNE, estiveram presentes no protesto contra a privatização da Eletrobras o diretor-executivo do Sindicato dos Bancários Chico Pugliesi, Guilherme Boulos, do PSOL e alguns representantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), bem como uma grande parcela de civis no ato.