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Construído há 204 anos, primeiro arranha-céu do no Brasil Colônia ainda está de pé, tem estrutura de madeira e taipa, possui 59 janelas e a porta principal medindo 3,6m de altura

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 04/11/2025 às 19:10
Construído há 204 anos, primeiro arranha-céu do no Brasil Colônia ainda está de pé, tem estrutura de madeira e taipa e possui 59 janelas e a porta principal medindo 3,6m de altura
Construído em 1821 com estrutura de taipa e madeira, o “Sobradão” de Minas Novas (MG).
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O “Sobradão” da Vila do Fanado, em Minas Novas, é um caso raro de arquitetura colonial de grandes dimensões erguida em taipa e madeira. Construído em 1821, ele reúne quatro pavimentos e uma volumetria que contrasta com o casario do entorno. Por isso, é conhecido localmente como o “primeiro arranha-céu” do Brasil Colônia.

Após obras de conservação concluídas em maio de 2021, o imóvel recuperou estabilidade e condições de uso. O investimento foi de R$ 886,7 mil, segundo o Iphan, responsável pela intervenção. As portas e janelas foram restauradas, garantindo a leitura da tipologia original.

Em maio de 2022, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) realizou no “Sobradão” uma sessão do Tribunal do Júri, reforçando o vínculo do prédio com a vida pública local. O ato também evidenciou a capacidade do edifício de receber programações contemporâneas.

A Prefeitura informa que o “Sobradão” é a principal referência arquitetônica da cidade. O plano municipal prevê uso cultural nos pavimentos, com museus e atendimento ao turista, consolidando o prédio como polo de turismo histórico no Jequitinhonha.

Onde fica e por que o “Sobradão” ganhou fama de “primeiro arranha-céu do Brasil”

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O edifício ocupa posição central na avenida Getúlio Vargas, em Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha. A presença de quatro andares em um único bloco, cercado por construções térreas e sobrados, cria o contraste que sustenta o apelido. Para o morador e o visitante, a altura relativa explica a aura de “arranha-céu”.

A designação aparece em documentos e reportagens locais e foi adotada por órgãos públicos em textos institucionais.

Na literatura técnica, o termo é usado de forma contextual, já que se trata do Brasil Colônia, muito antes dos prédios metálicos do século XX. O valor do “Sobradão” está na excepcionalidade para sua época.

Para fins de patrimônio cultural, a alcunha ajuda a comunicar a singularidade do bem ao grande público. Mesmo não sendo um arranha-céu no sentido moderno, o prédio cumpre o papel de ícone urbano e símbolo identitário de Minas Novas.

Estrutura em taipa e madeira: 4 pavimentos, 59 janelas e porta de 3,6 m

O “Sobradão” foi erguido em 1821 com técnicas tradicionais, combinando estruturas de madeira e vedações em taipa. Essa solução possibilitou um volume raro para o período, mantendo leveza e estabilidade quando bem conservada. O Iphan descreve o imóvel como “construção de grandes dimensões, pouco usuais” para esse sistema.

A fachada principal tem quatro portas de loja no térreo. Nas laterais, o conjunto soma 59 janelas e três portas de loja, além da porta principal, que mede 3,60 m de altura. Esses números ajudam a entender a escala do edifício e sua ventilação cruzada.

Inventários técnicos e memória local confirmam a contagem de janelas e portas, reforçando a singularidade do desenho. O repertório decorre de uma lógica funcional: comércio no térreo e usos diversos nos pavimentos superiores. A solução é típica de centros coloniais mineiros, mas ampliada aqui em quatro níveis.

A leitura volumétrica externa também é didática para estudantes de arquitetura e restauro. O beiral generoso e o ritmo das aberturas exprimem a adaptação do saber construtivo ao clima e à topografia. A conservação adequada evita patologias comuns em taipa exposta.

Restauração em 2021 e plano de ocupação cultural aprovados

As obras entregues em maio de 2021 priorizaram esquadrias, rebocos e pintura, depois de uma etapa emergencial no telhado e pisos entre 2017 e 2018. Com a estrutura estabilizada, a prioridade passou a ser a reativação do uso público e a segurança. O investimento total informado foi de aproximadamente R$ 886 mil.

A Prefeitura elaborou o Plano de Ocupação do Sobradão, aprovado pelo Iphan. O térreo deve receber loja de artesanato, CAT e biblioteca; os andares superiores abrigariam museus de arte sacra, artesanato do Jequitinhonha e acervo histórico, além de espaços para memória e formação.

Ao vincular preservação e uso social, o plano busca gerar fluxo turístico e emprego local. A estratégia se alinha a políticas de economia da cultura e ao circuito regional das Pedras Preciosas, fortalecendo a narrativa do Jequitinhonha.

De fórum e projetos políticos ao júri de 2022

O “Sobradão” serviu por longos períodos como sede do Fórum da comarca, reforçando sua centralidade cívica. Registros históricos citam propostas do século XIX para torná-lo sede administrativa de uma província planejada para a região, o que ilustra sua relevância.

Em 17 de maio de 2022, uma sessão do Tribunal do Júri foi realizada no edifício, em ação conjunta do TJMG. O evento marcou o retorno do prédio à agenda pública e foi celebrado por autoridades locais como símbolo de pertencimento e memória.

O Ministério Público de Minas Gerais destacou, na mesma ocasião, o alcance do Mutirão do Júri no estado e a dimensão cívica do ato em Minas Novas, que também dialogou com as celebrações em torno da idade do prédio. A cerimônia projetou o “Sobradão” nacionalmente.

É “arranha-céu” mesmo? O termo no contexto do Brasil Colônia

No vocabulário técnico atual, “arranha-céu” remete a estruturas metálicas e elevadores do fim do século XIX em diante. Mas, no contexto mineiro do início do século XIX, um edifício de quatro pavimentos em taipa e madeira era excepcional e, por comparação, “arranhava o céu” da paisagem urbana. A alcunha é histórica e contextual.

A imprensa regional adotou o termo para comunicar a singularidade do bem e sensibilizar para sua conservação. Essa pragmática comunicativa facilita o engajamento público com a preservação do patrimônio e não pretende rivalizar com marcos como o Edifício Martinelli, de 1929. O objetivo é educativo.

O “Sobradão” não é um “arranha-céu” no padrão moderno, mas é único em seu tempo e lugar. O valor histórico, arquitetônico e simbólico é o que importa para Minas Novas e para o Jequitinhonha.

Você acha correto chamar o “Sobradão” de “primeiro arranha-céu do Brasil” por sua excepcionalidade no século XIX, ou o termo deveria ser reservado apenas aos prédios metálicos do século XX? Deixe seu comentário.

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Geovane Souza

Especialista em criação de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com atuação focada em crescimento orgânico, performance editorial e estratégias de distribuição. No CPG, cobre temas como empregos, economia, vagas home office, cursos e qualificação profissional, tecnologia, entre outros, sempre com linguagem clara e orientação prática para o leitor. Universitário de Sistemas de Informação no IFBA – Campus Vitória da Conquista. Se você tiver alguma dúvida, quiser corrigir uma informação ou sugerir pauta relacionada aos temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: gspublikar@gmail.com. Importante: não recebemos currículos.

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