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Construção de duas pontes sobre o Rio Tocantins reúne mais de 2.500 funcionários, força trânsito alternativo na BR-222 e traz investimento bilionário da Vale

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 06/07/2025 às 15:59
Obras de duas pontes em Marabá transformam a BR-222, geram empregos e atraem investimento bilionário da Vale. Saiba os impactos.
Obras de duas pontes em Marabá transformam a BR-222, geram empregos e atraem investimento bilionário da Vale. Saiba os impactos.
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Obras de grande porte avançam em Marabá com impactos no trânsito, contratação recorde de trabalhadores e investimentos expressivos na economia regional.

A construção simultânea de duas novas pontes — uma rodoviária e outra ferroviária — sobre o Rio Tocantins, em Marabá, no sudeste do Pará, chegou a um dos estágios mais importantes e já provoca mudanças relevantes no tráfego da BR-222.

O empreendimento, financiado pela mineradora Vale com um aporte de R$ 4,1 bilhões, emprega atualmente mais de 2.500 trabalhadores e faz parte de um plano estratégico para duplicar o último trecho da Estrada de Ferro Carajás (EFC), fundamental para o escoamento de minério de ferro e para a integração logística da região.

O avanço das obras exige a adoção de desvios no trânsito de veículos na rodovia federal BR-222.

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A principal alteração envolve o acesso à atual ponte rodoferroviária, que passará a operar por meio de um desvio durante, pelo menos, doze meses.

Nesse período, a construção de uma passagem inferior (PI) será fundamental para a interseção entre as novas estruturas e a rodovia.

Conforme informações apresentadas em visita de jornalistas locais ao canteiro do Consórcio Ponte Rio Tocantins, o início deste desvio deve ocorrer nos próximos 45 dias e será antecedido por uma comunicação oficial à população, prevista para 30 dias antes da intervenção.

Investimento bilionário impulsiona empregos e economia em Marabá

Com 58% do cronograma físico já executado até junho de 2025, o projeto das pontes sobre o Rio Tocantins é um dos maiores em curso na infraestrutura do país.

Iniciado em 2022, tem conclusão prevista para o segundo semestre de 2027.

Segundo a Vale, até abril deste ano, foram contratados R$ 248 milhões em serviços e fornecimentos, dos quais R$ 173 milhões já foram faturados.

A massa salarial já distribuída soma R$ 174 milhões, refletindo diretamente na economia de Marabá e de municípios próximos.

O consórcio responsável atendeu à exigência de contratar fornecedores regionais, contribuindo para a geração de empregos diretos e indiretos e para a movimentação de diversos setores, como alimentação, hospedagem, transporte e serviços de engenharia.

Em períodos de pico, o projeto chega a reunir mais de 2.500 profissionais, tornando-se um dos maiores polos de trabalho do Pará neste momento.

Mudanças viárias na BR-222 e requalificação urbana

A chegada das novas pontes sobre o Rio Tocantins provocará alterações importantes na dinâmica viária da região.

Na margem de Marabá, a interseção com a BR-222 será transformada: o semáforo próximo à antiga fábrica da Coca-Cola será substituído por uma rotatória, o que deve favorecer o fluxo e reduzir pontos de retenção.

Motoristas provenientes da BR-222 em direção a São Félix passarão a ter duas opções de travessia — a ponte antiga ou a nova estrutura rodoviária.

Para acessar a nova ponte, será necessário contornar a rotatória, passar sob a passagem inferior e seguir até a entrada da ponte.

Todo o entorno passará por requalificação para garantir o limite de velocidade de 60 km/h, inclusive na nova ponte, mantendo padrões de segurança e fluidez do tráfego.

Essa reestruturação foi planejada levando em conta o aumento significativo do tráfego com a conclusão das obras.

Técnica de empurre e pré-moldados na construção das pontes

A construção das duas pontes utiliza técnicas modernas de engenharia.

O destaque é a chamada técnica de empurre, na qual vigas e caixões são fabricados em terra firme e, depois, empurrados progressivamente sobre os pilares erguidos no leito do rio.

Cada segmento, com aproximadamente 55 metros, é acoplado ao anterior e a estrutura é avançada até completar cerca de 1,2 quilômetro de cada lado.

As equipes trabalham simultaneamente a partir de Marabá e São Félix, até o encontro das estruturas no eixo central do Rio Tocantins, onde ficará o vão central navegável.

Outro diferencial do projeto é a industrialização dos processos.

As peças pré-moldadas em formato de “T” são produzidas em uma linha de montagem específica e transportadas por pórticos até os pontos de instalação.

Esse método reduz o tempo de execução e o número de operários atuando diretamente sobre o rio, aumentando a segurança.

Características técnicas das pontes sobre o Rio Tocantins

As duas pontes terão 2,3 quilômetros de extensão cada, com 41 pilares e dois encontros, totalizando 42 vãos por estrutura.

A ponte rodoviária, voltada para veículos leves e caminhões, conta com pilares duplos menores e blocos em formato “H”.

Já a ponte ferroviária foi dimensionada para suportar cargas pesadas, como os trens de minério que percorrem a Estrada de Ferro Carajás.

O projeto levou em consideração a variação anual do nível do Rio Tocantins, que pode chegar a quase 10 metros, exigindo cronograma e execução rigorosos.

Tanto as estruturas metálicas quanto as de concreto são fabricadas no chamado pipe shop, considerado um dos principais canteiros da obra, responsável por garantir a precisão e a qualidade dos elementos estruturais.

Redundância operacional e duplicação da ferrovia

Segundo engenheiros do consórcio, a nova ponte ferroviária não foi projetada com foco no aumento imediato da capacidade de transporte de minério pela Vale, mas para criar uma redundância operacional.

Esse conceito, essencial em infraestrutura, significa que a duplicação do trecho elimina o último gargalo da EFC, permitindo o desvio de trens em caso de manutenção ou incidentes, garantindo continuidade e segurança ao sistema logístico da empresa.

A duplicação da Estrada de Ferro Carajás (EFC) — que já tem 900 quilômetros com dois trilhos em quase toda sua extensão — ficará completa com a entrega das pontes, colocando Marabá em posição estratégica no corredor de exportação do minério de ferro brasileiro.

Aprovação, licenciamento e monitoramento das obras

O projeto foi submetido a estudos, licenciamento e aprovação junto a órgãos reguladores.

Todas as licenças ambientais e de engenharia foram obtidas antes do início das obras, incluindo autorizações para as alças de acesso e a interseção com a BR-222.

O consórcio mantém diálogo contínuo com o Ministério Público, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Governo do Estado do Pará para integração completa das pontes ao sistema viário regional.

O acompanhamento técnico inclui monitoramento constante de pluviometria, impacto de chuvas nas etapas de terraplanagem, controle da navegabilidade e do nível do Rio Tocantins, fatores decisivos para a segurança e para o cumprimento dos prazos.

A previsão é de que todas as fundações submersas estejam concluídas até o final de julho de 2025, um dos principais marcos do cronograma.

Impactos econômicos e sociais das obras em Marabá

A construção das novas pontes sobre o Rio Tocantins representa não apenas um marco de engenharia, mas também uma injeção bilionária de recursos e oportunidades de desenvolvimento para o sudeste do Pará.

Ao conectar e modernizar o fluxo logístico da Vale, o projeto também consolida Marabá como centro logístico e industrial, gerando empregos, renda e transformações urbanas.

Com a duplicação da ferrovia e a requalificação da malha rodoviária, a região se prepara para um novo ciclo de crescimento econômico, com efeitos diretos e indiretos sobre diversas cadeias produtivas.

Como você avalia o impacto dessa obra para o futuro do transporte e do desenvolvimento regional no Pará?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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