A construção da nova refinaria da Oil Group no Porto do Açu dará início no 4° trimestre de 2021, com pico de 2 mil pessoas trabalhando nas obras
Recentemente, a Oil Group fez dois anúncios que movimentou o mercado de óleo e gás. O primeiro, foi o anúncio da construção de uma refinaria no Porto do Açu, em São João da Barra, no Estado do Rio de Janeiro. O segundo foi a assinatura do memorando de entendimento com a EnP, para viabilizar outra refinaria e uma fábrica de lubrificantes e asfalto no estado do Espírito Santo.
Veja outras notícias:
- Engenheiro industrial, engenheiro mecânico e analistas (planejamento, controle, tributário e diversidades) são requisitados pela Raízen, do grupo Shell
- Hospital de Japeri recebe equipamentos doados pela NTS
- Multinacional chinesa convoca eletricistas, mecânicos, técnicos, engenheiros e mais profissionais neste dia, 06 de junho
De acordo com Luiz Otávio Massa, diretor de downstream da Oil Group, em entrevista ao Petronotícias, afirma que a refinaria no Porto do Açu deve começar suas obras no 4° trimestre de 2021, com um pico de 2 mil pessoas trabalhando na construção.
Segundo ele, “a ideia da refinaria modular é trazer um ganho de nicho e logístico. Isto é, você se instala em uma região próxima a um ponto produtor de petróleo, produz o derivado e distribui na região próxima. É um grande ganho na parte logística”.
- Petrobras e Brasil boicotados pelo Ibama, diz ex-presidente do Senado! Estatal tenta explorar novo pré-sal, gerando 350 MIL novos empregos, mas esbarra na negativa do órgão
- Agora vai? Petrobras está otimista e espera explorar jazida de petróleo que vai gerar mais de 300 MIL empregos para os brasileiros
- Pré-sal: produção de petróleo e gás natural alcança recorde histórico no Brasil
- Governadora Fátima Bezerra impulsiona avanços nos investimentos da Brava Energia no Rio Grande do Norte.
Como surgiu a oportunidade de investir nesta refinaria dentro do Porto do Açu?
“A Oil Group é uma empresa que chegou ao Brasil através da sua subsidiária SeaSeep, uma companhia de dados, e que rapidamente evoluiu para o mercado de exploração e produção (E&P). A Oil Group começou com a parte de E&P e, na sequência, como tinha seus blocos onshore, a empresa passou a querer agregar valor ao seu petróleo com a instalação de mini refinarias para processamento de sua produção. Esta não é uma prática muito comum no Brasil, já que mais de 98% do refino aqui é feito pela Petrobrás, mas é muito comum em países como Estados Unidos, Colômbia e outros. Então, imaginamos que seria possível fazer o mesmo modelo para processar em nossos campos onshore [aqui no Brasil].”
“Tivemos a crise de 2016 do preço do petróleo, mas mesmo assim os números de refino se tornaram muito interessantes. Descobrimos que havia uma possibilidade de mercado em downstream no Brasil. Não só mini refinarias processando nosso próprio petróleo, mas também refinarias modulares. Assim, resolvemos desenvolver um projeto de refinarias modulares com algumas respostas a riscos bastante interessantes para que pudéssemos atrair os investidores. Conseguimos desenvolver projetos bastante interessantes e chegamos a esse número inicial de até seis refinarias no Brasil, dentro de um modelo de investimento que traçamos ao longo desses últimos quatro anos.”
Ainda falando da refinaria no Porto do Açu, já existe alguma previsão de quando começarão os trabalhos de construção?
“Atualmente, estamos no processo de licenciamento ambiental. Concomitantemente, estamos começando a desenvolver a engenharia do projeto básico, já que a engenharia conceitual já está pronta. A parte de dados para licenciamento também já está pronta. Estamos na parte de desenvolvimento do projeto básico. Vamos começar as obras provavelmente no 4º trimestre do ano que vem”.
O senhor mencionou a capacidade de ampliação de produção. A refinaria do Porto do Açu poderá ter sua capacidade expandida em algum momento?
“A refinaria do Porto do Açu está prevista para produzir 20 mil barris. Mas nós já estamos obtendo o licenciamento ambiental para uma refinaria de 50 mil barris, porque acreditamos que este projeto vai se desenvolver de uma maneira muito positiva. Espero que em um futuro próximo possamos desenvolver esta refinaria de 20 mil barris para 50 mil barris”.
Existe alguma previsão de quantos empregos serão gerados com as obras da refinaria no Açu?
“Temos uma previsão inicial dividida em três partes. Na operação da refinaria são entre 80 e 100 pessoas. Na construção vamos variar entre 500 e o pico de 2.000 funcionários/mês. E o chamado efeito renda, que é o que um projeto desse pode produzir na região, é de cinco vezes. Ou seja, 10.000 pessoas sendo direta ou indiretamente beneficiadas”.
Quem serão as empresas que estarão envolvidas no projeto?
“Estamos em negociação com a Shell Trading para fornecimento de petróleo. Temos acordos para Engenharia e Tecnologia com a Entrepose IKL e Axens. No Brasil, os acordos para a construção são com a Intech Entrepose e Tridimensional Engenharia. A nossa Engenharia Proprietária (Owner’s Engineering) está por conta da Header Engenharia. Na parte de licenciamento ambiental, fechamos com a Biodinâmica”.
“Essas empresas foram escolhidas dentro de um processo de desenvolvimento que foi acontecendo ao longo do tempo. Consultamos diversas empresas de cada segmento. Obviamente, consultaremos diversas empresas nos projetos futuros. Mas hoje, para o Açu, chegamos aos melhores acordos com as companhias que citei anteriormente”.
Agora, gostaria que o senhor falasse um pouco do segundo projeto anunciado – o da Refinaria Espírito Santo (RefinES).
“Assinamos um acordo com a EnP para a construção da refinaria Espírito Santo e da Fábrica Capixaba de Lubrificantes e Asfalto (LubCap). A ideia é fazer a construção no norte capixaba, mas evidentemente que as áreas ainda não estão definidas. Este é um acordo muito interessante, porque o Espírito Santo é um estado que tem mostrado uma saúde financeira muito boa e um posicionamento em termos de economia e desenvolvimento de negócios bastante interessante. Vemos este projeto com muito bons olhos. Este projeto, diferentemente do projeto do Açu, ainda está em sua fase conceitual”.
O anúncio das refinarias da Oil Group acontece em um momento desafiador no setor de óleo e gás. Como avalia esse cenário e como estão se preparando?
“O que temos observado é que as respostas aos riscos que nós planejamos desde o início da empresa têm se mostrado eficazes. Temos ouvido muitos comentários de que as empresas que trabalham integradas na E&P e refino têm uma resposta ao risco de caixa muito melhor que as demais companhias. O interessante é que desde o início projetamos a Oil Group para dar esta resposta aos riscos de preço de petróleo muito alto ou preço muito baixo – que foi o que aconteceu agora.”
“Mas quando você atua de forma integrada, as margens do refino aliviam a empresa no momento de baixa do barril. Quando os preços estão altos, as margens de E&P aliviam o caixa.”
“Temos observado a situação com muita reserva, mas com bastante confiança de que as respostas que planejamos para os riscos têm sido eficazes. Além do mais, não podemos pensar só em um período de um ano. O projeto do Porto do Açu está previsto para começar em 2023/2024. Daqui até lá, tem muita coisa para acontecer. O importante são as respostas para os riscos sejam consistentes.”