Setor enfrenta desafios de produtividade e inovação, mas decisão pode mudar o futuro da indústria
Apesar de representar 6% do PIB nacional em 2024 e empregar mais de 7 milhões de trabalhadores, a construção civil ainda opera como no século passado. Obras continuam geridas em planilhas, desperdícios permanecem elevados, atrasos são recorrentes e a ausência de dados confiáveis segue como marca. Portanto, a transformação digital e cultural deixou de ser opção e se tornou exigência imediata.
Investigação técnica revela barreiras antigas e soluções digitais
O setor da construção civil, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), mantém gargalos históricos desde os anos 1990, quando reformas econômicas privatizaram parte da cadeia produtiva. No entanto, em 2023 e 2024, estudos de mercado mostraram que a digitalização já trouxe ganhos expressivos em obras que adotaram modelos BIM e sensores conectados por IoT.
Essas tecnologias permitem prever atrasos, controlar orçamentos com rigor e até antecipar riscos estruturais. Dados integrados tornam-se peças centrais para garantir previsibilidade nas entregas, algo cada vez mais cobrado por investidores, incorporadoras e clientes. Portanto, enxergar inovação como custo se tornou um erro estratégico.
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Impactos sociais e culturais da diversidade na liderança
Entretanto, a transformação do setor não se limita à tecnologia. A presença feminina na construção civil cresceu de 10% em 2018 para 14% em 2023, conforme relatório da CBIC. Mesmo assim, a cultura hierárquica e masculina ainda prevalece.
Lideranças femininas têm mostrado que diversidade é diferencial competitivo. Estudos realizados em 2022 por consultorias do setor apontam que empresas com mulheres em cargos de direção adotam práticas mais colaborativas, aumentam o foco em processos e impulsionam a inovação. Dessa forma, além de erguer obras, mulheres vêm reconstruindo modelos de negócios e redefinindo relações de trabalho.
Fragmentação da cadeia e surgimento de construtechs
Outro obstáculo é a fragmentação da cadeia produtiva, composta por fornecedores, subempreiteiros e prestadores de serviço. Essa estrutura dificulta padronização de processos e aplicação de tecnologias em escala. Entretanto, desde 2020, construtechs e proptechs passaram a atuar em nichos específicos, trazendo soluções que vão do controle de custos à sustentabilidade.
Consequentemente, esses agentes criam ecossistemas mais inteligentes e colaborativos. A fragmentação, antes vista como obstáculo, torna-se chave para inovação e agilidade.
Futuro marcado por dados, sustentabilidade e decisões estratégicas
De acordo com especialistas entrevistados em 2024, o futuro da construção civil não será definido por quem constrói mais rápido ou mais barato. Pelo contrário, será determinado por quem entrega com inteligência, previsibilidade e sustentabilidade.
Assim, somente com dados no centro da operação, lideranças diversas e tecnologias conectadas será possível transformar o setor. A decisão, segundo analistas, é de agora: quem decidir investir em mudança sairá na frente.
O que o futuro reserva para a construção civil?
A indústria da construção civil brasileira, com peso histórico e relevância econômica, encontra-se diante de uma encruzilhada. De um lado, a necessidade de acelerar a transformação digital, integrar dados e adotar inovação. De outro, a urgência em garantir diversidade, sustentabilidade e governança eficiente.
Enquanto isso, os atrasos, desperdícios e resistências culturais mostram que o desafio não é técnico, mas de decisão. Portanto, o setor precisará equilibrar produtividade, inovação e impacto social para finalmente entrar no século XXI.
E você, acredita que a construção civil deve priorizar a digitalização imediata para impulsionar o setor ou avançar em um ritmo mais cauteloso, focando em diversidade e sustentabilidade?