Os lançamentos e vendas têm aumentado e dão sinais da recuperação do setor da construção civil, com reflexos na geração de emprego e renda
O setor de construção civil começa a dar sinais de retomada das atividades no Brasil e gera expectativa de mais emprego e renda. O processo de recuperação deve ser impulsionado com o processo eleitoral de 2020, quando obras públicas inacabadas têm de ser imediatamente concluídas. Além disso, realização de obras em diferentes áreas também são aguardadas devido ao avanço nas concessões na infraestrutura. Veja também: Retomada das atividades da mineradora Samarco vai reabrir 130 empresas e gerar 5 mil vagas de emprego
A confiança na construção civil é proporcional aos números apresentados pela economia do país e os melhores indicadores estão vindo do mercado imobiliário. Os lançamentos e vendas têm aumentado devido à inflação baixa e taxas de juros menores, transmitindo otimismo aos empresários e consumidores, o que reflete na geração de empregos do setor.
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Esse movimento ascendente já é possível de ser visto no principal mercado imobiliário brasileiro, o de São Paulo. De acordo com uma pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), 57,9 mil postos de trabalho foram gerados nos 12 meses até setembro, enquanto que no mesmo período do ano passado, o resultado foi de apenas 13,8 mil empregos.
Um levantamento recente do Sindicato da Habitação no Estado (SECOVI-SP) apontou um crescimento, em 12 meses até setembro, de 51,4% nos lançamentos na cidade de São Paulo e de 46,6% nas vendas, comparando com o mesmo período do ano anterior. Esses dados são melhores do que a média nacional, que apresentou um aumento de 15,4% nos lançamentos e queda de 2% nas vendas, evidenciando ainda uma desproporção nas regiões do país.
De acordo com a Coordenadora dos Projetos da Construção do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (IBRE-FGV), Ana Maria Castelo, o processo de retomada do setor de construção civil vem ganhando força desde 2017, após baixos indicadores no período de 2015-2106. Porém, a coordenadora afirma que a melhoria está concentrada no estado de São Paulo, destacando como os principais pólos atuais de crescimento as regiões da Capital, Campinas, Santos, além de Belo Horizonte.
Ainda que moderados, há índices que confirmam os avanços no setor da construção civil e incremento de empregos. Por exemplo, as vendas de materiais de construção sofreram um aumento de 2% no ano até outubro e as de cimento 3,6%, considerando a mesma época do ano passado os ganhos foram de apenas 1% e 1,5%, respectivamente.
O cenário é promissor, porém a recuperação é gradativa. O Índice de Confiança da Construção do IBRE-FGV marcou 87,5 pontos no mês de outubro, mas ainda consideravelmente distante da média histórica de 100 pontos. Um fator decisivo é a queda na taxa de juros dos financiamentos, visto que dados apontam que essa medida coloca cerca de 30% das famílias em condições de contratar empréstimos no Sistema Financeiro da Habitação, contra apenas 6% quando o juro está alto, acima de 10% ao ano.
As expectativas para retomada do setor de construção civil têm proporcionado que os empresários mantenham otimismo em relação às suas atividades e lançamento de novos empreendimentos. Ainda falta muito para a construção retomar o patamar de anos anteriores, mas não é exagero afirmar que este ano será o melhor desde 2013, evidenciando boas perspectivas de geração de empregos no setor.