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Considerado mais um passo importante, os portos e os navios poderão ser operados sem a necessidade de humanos no controle

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 13/07/2022 às 17:00
Atualizado em 30/07/2022 às 03:01
A adoção de novas soluções de inovação com tecnologia nos portos brasileiros vêm contribuindo para uma drástica redução de custos na logística das operações de transporte de cargas entre os complexos nacionais e internacionais nos últimos anos
Foto: Prosertek

Terminais portuários e navios poderão ser operados sem necessitar de elementos humanos. A possibilidade de navios e portos independentes já vem sendo discutida há alguns anos e agora, finalmente, parece estar perto de se realizar.

Nesta última quarta-feira, (13/07), foi anunciado que a possibilidade de navios e portos serem operados sem precisar de auxiliares humanos é real e está cada vez mais perto de se concretizar, uma transformação que agita os terminais portuários e atividades marítimas em escala global. A novidade marca o avanço nas operações e garantirá mais capacidade aos portos.

Possibilidade de autonomia de portos e navios está sendo discutida há anos

Nesse sentido, o setor marítimo mundial começou a discutir a possibilidade de independência dos terminais portuários há vários anos e desde então uma transformação rompedora agita as atividades marítimas e portuárias em escala de nível global. Agora, é provável que não esteja distante de ver navios e portos atuando sem precisar de elementos humanos.

Ainda que seja incerto, por enquanto, sua predominância no setor marítimo, a independência, agora, está no centro da arena da competição. O mundo marítimo compreendeu rapidamente como as inovações tecnológicas e a inteligência artificial poderiam acelerar e maximizar a autogestão da navegação e dos terminais portuários, atraindo volumosos investimentos na modernização dos sistemas a bordo de navios.

É importante saber que projetos antes possíveis apenas na ficção, agora se tornaram realidade. Por exemplo, lançado no final de 2021, o navio norueguês Yara Bierkeland, que harmonizou tecnologia e eficiência energética, foi o primeiro entre os navios independentes, mesmo que não tenha excluído completamente a presença de uma equipe humana a bordo.

Logo em seguida foi a vez  do Mikage, navio da japonesa Mitsui Lines, conseguir atracar sozinho, usando drones para soltar os cabos para os trabalhadores portuários. A expectativa é que a transformação tenha apenas começado e traga cada vez mais evolução para as operações das atividades marítimas.

Brasil acompanha atentamente esse avanço e pretende acompanhar as transformações

Dessa forma, é válido entender que o Brasil acompanha com atenção o novo cenário e não pretende ficar para trás. Por isso, desde 2020, o país conta com um setor de inteligência artificial que reúne representantes do governo, da academia marítima, de empresas marítimas e da indústria para planejar novas soluções tecnológicas em parceria com centros de pesquisa e atrair investimentos para as novas apostas do país para o transporte marítimo e as atividades portuárias.

Além disso, as cidades portuárias brasileiras também já possuem centros de inovação tecnológica de suma importância. É observado que a eficiência esperada para as atividades marítimas somente será atingida com a inclusão de toda a cadeia de logística envolvida na movimentação de mercadorias, desde a coleta nas fábricas, armazenamento, expedição, transporte, descarga e entrega ao seu destinatário final.

Nesse sentido, é importante saber que o atual cenário da guerra entre Rússia e Ucrânia pode desacelerar a onda transformadora do setor. Além da tragédia humana e consequente o aumento da miséria, o conflito também traz riscos ao funcionamento pleno de terminais portuários, dos navios e da infraestrutura de comunicações, não restritos aos países envolvidos. Não menos relevantes são os impactos sofridos com a guerra cibernética entre essas nações.

Por isso, é preciso de avanços na proteção das condições de comunicação para que nenhum navio faça operações isoladamente, mas como uma parte da rede mundial de suprimentos, para que as atividades marítimas funcionem plenamente. Isso porque a agenda empreendedora de uma navegação inteligente e tecnológica necessita de um ambiente de paz e da forte colaboração entre as nações.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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